Prólogo

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Marília Mendonça

Reuniões...

Reuniões e mais reuniões...

Respiro fundo saindo do carro que acabara de ser estacionado e franzi a testa ao escutar alguém choramingar suavemente e em seguida alterações...

É hoje que eu demito alguém...faz bem pra pele oque posso dizer?

-Você não deveria estar aqui!-Escuto a voz cortante do meu ex Matheus falar geralmente eu não dava a minima para quem ele dirigia essa arrogância toda. Ele era um excelente administrador ninguém conhece a gestão agrícola que a empresa cuida melhor do que ele isso era um fato mais não era desculpa para dirigir esse complexo fodido de napoleão que ele tinha. Veja o complexo de napoleão de acordo com a psicologia e a psicoterapia se trata de alguém com fragmentos maus resolvidos dentro de si mesmo e quando esses pequenos fragmentos a muito tempo acumulados explodem de uma vez podem causar efeitos colaterais dentre eles posso citar a falsa sensação de impunidade, acredito que essa ultima parte é culpa minha já que eu costumo não me meter.

-Me desculpe...senhor eu...eu...-A voz tremula e chorosa da garota entrou em meus ouvidos faço um sinal para que Henrique parasse de caminhar ao meu lado e assim ele o fez se mantendo atento as minhas proximais ações já que ele era meu segurança,tio e meu fiel escudeiro em algumas ocasiões eu sentia que era o gru e que ele era um dos meus minions.

-O que você pensa que esta fazendo? você sabe muito bem que não deveria fazer nada alem de se manter em seu lugar!-Ele fala aumentando a voz para a pobre garota que de onde eu estava parecia tremula.

-Eu...me desculpe...eu peço mil perdoes senhor eu...eu estou tentando entrar na faculdade...e preciso estudar pro vestibular e...-Ela gagueja e é cortada pela risada de desprezo que ele solta ao encarar a moça. Sinto meu coração se apertar quando me aproximo suavemente a fitando discreta mais precisamente.

Ela estava tremula e tinha papeis espalhados pelo chão,um estojo e mochila ambos parecendo  meio surrado com um emblema azul que não pude identificar, levo meus olhos para fitar o rosto da moça. Cabelo preto tão preto que eu temo ter visto um vislumbre azul, boca avermelhada naturalmente sem nenhum rastro de maquiagem evidente, olhos castanhos escuros porém brilhantes, ela era a coisa mais linda que eu já tinha posto meus olhos. E ela também era baixinha, usava uma calça jeans grande demais para o corpo dela e a blusa de auxiliar de serviços gerais que a empresa costumava exigir que os funcionários usassem, estranhamente eu não me lembro de te-lá visto nos corretores da empresa eu teria reparado.

-E o que eu tenho haver com isso? ou melhor o que a empresa tem haver com a sua irresponsabilidade? você não percebe que isto esse emprego é o máximo que você vai chegar não garota?-Ele retruca irritado e a jovem abaixa o rosto e eu tive o vislumbre das lagrimas que ela derramava.

-Por favor...senhor...eu...eu preciso muito desse emprego...-Ela fala em um tom tão suplicante que fez meu fiel amigo Henrique cerrar os punhos. Mesmo calada pude perceber que o idiota não tinha ideia de que alguém veria ele destratando alguém e eu me pergunto agora quantas pessoas ele já não deu esse mesmo tratamento? e quantas não tiveram coragem para relatar?

-Seu emprego não sera afetado!-Falo seriamente e caminho mais para frente dando total visibilidade ao imbecil que sim...eu o tinha visto destratar a pobre garota.

-Não deve estar falando serio, essa incompetente estava sentada longe de seus afazeres no horário de serviço!-Ele fala irritado e eu o encaro seriamente e era sempre tão engraçado ver os idiotas se encolherem diante daquele olhar.

-Pelo que entendi, a moça estava estudando nem todo mundo pode contar com o papai e com a mamãe para sempre, se você não se retirar eu faço você sair ou melhor henrique faz você sair certo?-Pergunto olhando brevemente para ele que assentiu se posicionando apenas esperando que eu pedisse.

Revirando os olhos drasticamente parecendo uma criança de cinco anos ao me lançar um olhar raivoso ele se foi parecendo ainda mais imbecil do que eu sou capaz de registrar em minha escala pessoal de imbecilidade intolerável.

A menina se pós de joelhos no chão recolhendo os papeis que agora eu reconheço serem como resumos de disciplinas escolares e uma apostila meio velha mais aparentemente útil.

-Deixe-me ajuda-lá...-Falo de maneira suave e os movimentos bruscos para recolher o material apressadamente param e me fitam nos olhos e eu preciso de um grande momento para me recuperar.

São os olhos mais intensos que já tive o prazer de encarar porém o que tinham de intensidade tinham de triste e eu a noto por causa das olheiras levemente a roxeadas que começaram a se formar denunciando, as noites mal dormidas. Mais elas não conseguem tirar o esplendor que é a beleza dela. Ao contrario do que ocorre quando encontro alguém do meu meio ela não teve nenhum brilho de reconhecimento...nada, ela sorriu de maneira fraca e força  ainda com o rastro de lagrimas em seu rosto angelical.

-...A senhora não precisa se incomodar comigo, vou só juntar e ir embora...-Ela fala com a voz rouca mais ainda sim doce.

-Eu insisto...não é incomodo...-Falo com um sorriso nos lábios não querendo assusta-lá junto alguns papeis que eram diferentes dos resumos esse era um envelope timbrado e meio velho também não pude não deixar de franzir a testa curiosa.

-A senhora me parece ocupada...então não se preocupa comigo não...-Ela fala enxugando o rosto enquanto volta a trabalhar em um ritmo rápido para organizar suas coisas em sua mochila.

-Mais...-Eu ia falar mais ela se levanta colocando a mochila meio aberta sobre os ombros apressada.

-Olha...eu só não quero mais problemas...não é a primeira vez que me humilham okay? e eu tenho certeza de que não vai ser a ultima!-Ela fala com uma convicção tão forte que fez o meu peito doer.

-Eu...-Ia concluir mais novamente ela me interrompeu, as pessoas não me interrompem enquanto eu falo, quem é essa garota?

-Até mais moça...moço...-Ela fala sem jeito para mim e para henrique que acena para ela parecendo tão intrigado quanto eu e ela se vai rapidamente.

Olho para o envelope em minhas mãos e mordo meus lábios arqueando uma sobrancelha.

Passo meus olhos pela pagina e sorri para mim mesma presunçosamente vendo o nome da garota.

-Chame o juliano...e o henrique quero que achem tudo sobre Carla Maraisa...e quero na minha mesa ainda hoje!-Falo olhando para o documento.

...Maraisa...

Você me intrigou...

My Sweet Baby GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora