ADAPTAÇÃO DA FIC:Aprisionada Pelo Chefe.
Nessa fanfic o Bruno (nosso capita),não é um jogador de vôlei, saindo totalmente da sua realidade (ou nem tanto) ele é nada mais nada menos do que o chefe da Máfia italiana Dalla Costa. Um ser frio e impenet...
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"Mas para a minha surpresa não é medo o que sinto quando nosencaramos, sinto o mesmo que ele: ódio e raiva."
Tenho vivido no inferno, se bem que o inferno deve ser mais quente do que esse lugar onde eu e o meu pai somos mantidos o frio aqui dentro é congelante. Não sei quantos dias se passaram, se é noite ou dia. O ambiente totalmente fechado e a claridade apenas das luzes artificiais não me deixam saber.
Tenho sentido tanto frio que, às vezes, acho que morrerei de hipotermia, meu pai tentou tirar o sobretudo que eu lhe dei, mas ele não podia ficar nu e eu havia jogado as suas roupas fora. De qualquer forma, não havia como ele vesti-las novamente no estado em que estavam.
Recebemos uma refeição por dia: água, pão e café. Assim como quando cheguei, cogitei a possibilidade de contar os dias através da vinda do carrasco, se eu estivesse certa, já havia quatro dias que éramos mantidos aqui.
Meu pai estava melhor, um pouco mais forte e isso me deixou satisfeita, pois ele estava muito debilitado quando cheguei. Estar acostumada a comer pouco me ajudou, eu continuava dando a maior parte a ele, o mínimo era o suficiente para mim, eu só queria que ele ficasse bem.
O frio não me deixava dormir, mesmo mantendo os nossos corpos colados numa tentativa de nos aquecer que não ajudava muito.
Tentando nos distrair, comecei a cantar para o meu pai, conhecia muitas músicas que ele gostava, que ele ouvia quando minha mãe ainda era viva e cantar distraia tanto a ele quanto a mim.
Eu queria me entregar, morrer talvez me tirasse logo desse sofrimento, mas eu precisava me manter viva para cuidar do meu pai. Ele era o fio que me mantinha conectada à terra.
Mas como num cabo de guerra, esse fio estava muito tensionado, era como se pudesse se romper a qualquer instante, essa era a sensação que eu tinha. Eu tentava me manter viva por ele, e ele o fazia por mim, mas eu não sabia até quando aguentaríamos.
Ouço o barulho das chaves na porta, e espero que o nosso carrasco deixe no chão a nossa comida, como tem feito, mas não é o que acontece. Vejo o seu Chefe entrar no ambiente, ele nos obriga a levantar, e me encara o tempo todo.
Tento falar, mas ele não deixa, ouço a nossa sentença em silêncio, tento me manter firme, eu vim até aqui e aceitarei qualquer coisa para salvar a vida do meu pai, mas não aguento vê-lo se quebrar ao meu lado.
Quando vejo as lágrimas sofridas rolarem pelo rosto do meu pai, não contenho a raiva e falo sem pensar, mas as palavras mal saem da minha boca e eu me arrependo, ao sentir o olhar frio do homem que já se afastava voltar em minha direção, me fuzilando sem que ele sequer empunhasse uma arma.
- Sei um mostro!
- O que disse? - ele me pergunta.
- Nada senhor, ela não disse nada - Meu pai fala numa tentativa de minimizar os danos das minhas palavras, mas ele não desvia o olhar da minha direção um segundo sequer.
- Leve o velho daqui - ordena ao homem que o acompanhava, que imediatamente se precipita na direção do meu pai segurando-lhe grosseiramente pelo braço e eu me desespero.
- Per favore, perdoname, solte-o não foi ele que falou, fui eu, não lhe faça mal - imploro,chorando. Mas quando me precipito na direção do homem sou contida novamente pelas mãos fortes que também me seguraram há dias atrás.
- Tire esse farrapo do corpo dele e deixe aí - manda que o homem dispa meu pai, e eu sabendo o frio que faz nesse ambiente me desespero ainda mais. E o que eram pedidos de misericórdia viram gritos de desespero, ele iria torturá-lo ainda mais por minha culpa.
Assim que o homem sai arrastando o meu pai nu, ele nos tranca no ambiente, que parece ainda mais apertado e claustrofóbico que antes.
- Quer antecipar a morte de vocês dois, porra? - ele fala e sua voz de trovão, me estremece por dentro.
Corro para o canto como um animal acuado, uma preza prestes a ser devorada pelo seu predador. Puxo os joelhos em direção ao meu peito e choro por mim, por meu pai e pelo o que fiz conosco por não conseguir me manter em silêncio.
- Per favore, perdoname- imploro.
- Perdeu a coragem de me enfrentar? Levante-se - ordena e eu me vejo obrigada a fazê-lo para evitar que o meu pai sofra.
- Sim, senhor - falo com a cabeça baixa.
- Olhe para mim - ele manda, eu faço e quase me arrependo ao ver o ódio que paira ali, mas para a minha surpresa não é medo o que sinto quando nos encaramos, sinto o mesmo que ele, ódio e raiva, mas diferente dele eu não posso descontar, gritar e dizer o quanto o desprezo. Por meu pai tenho que me calar, eu já nos prejudiquei demais, então engulo em seco, mantendo o meu olhar firme no seu e torcendo para que ele não perceba o que eu de fato sinto.
- Você não perdeu a coragem. - afirma após ficarmos por um longo período nos encarando. - Você está com ódio, arrisco até dizer que se pudesse já teria me atacado.
- Não, senhor - afirmo desviando o olhar, tentando fazer ele acreditar nas minhas palavras e não me leia tão perfeitamente como o fez.
- Não minta, eu odeio mentiras.
- Sim, senhor - falo.
- Significa dizer que estou certo quanto ao que você sente?
- Sim - respondo entredentes, sendo sincera, mas sem saber se eu de fato deveria.
- Então faça.
- O que? - pergunto, voltando a olhar em seus olhos, sem entender o que ele quis dizer com isso.
- Faça o que quer, desconte em mim sua raiva, faça o que deseja -ele fala e eu dou um passo para trás temendo o que ele disse, ou melhor, temendo as consequências que sofrerei se fizer o que ele mandou, porque sim, foi uma ordem, eu sabia.