Capítulo 77

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"Ela tinha razão, não fazia parte desse mundo de riscos e morte, eu não podia arrastá-la para a minha própria miséria"

Rosno ordens para todos os lados, na verdade os dois últimos meses tem sido
um inferno para aqueles que convivem e trabalham diretamente comigo.

Desconto a minha raiva espancando, torturando e matando qualquer um que
ouse entrar em meu caminho. Sei que nem os meus irmãos estão mais me suportando, mas o que eu posso fazer se essa é a única maneira que eu conheço de livrar um pouco do meu estresse?

— Vão ficar aí me olhando com essa cara? — pergunto após ter dado mais uma ordem a Lucas. Eu esperava que ele e Douglas saíssem imediatamente,mas os dois permaneceram sentados onde estavam, pernas cruzadas, copo de whisky na mão e o olhar afiado em minha direção.

— Sim, ficaremos até que você pare de ladrar como um cão e nos ouça. — É Douglas que fala.

— Me poupe Douglas, eu não tenho tempo para ficar batendo papo com vocês.

— Nós não queremos bater papo, Bruno,mas precisamos que você pise no freio pelo menos por um instante — Lucas completa.

— Pise no freio? — Sorrio com escárnio — Como vou fazer isso se tenho um monte de merda acumulada para resolver?

— Divida as tarefas. — Douglas ergue as sobrancelhas em minha direção como se falasse o óbvio.

— Nos últimos meses, nós quase não temos tido funções, você está absorvendo tudo, Bruno
— Lucas completa

— Então que bom para vocês, não é mesmo? Aproveitem a folga e divirtam-se.— Faço um gesto com a mão indicando a porta, eu quero ficar sozinho.

— Que merda você pensa que está fazendo? — Douglas perde a paciência e eu recosto na cadeira cruzando as mãos sobre o peito para ouvir o que quer que eles tenham a dizer, confesso que estou ansioso para que acabem logo e saiam.

— Irmão olha só, nós sempre trabalhamos como uma equipe, nos conhecemos como ninguém mais e sinceramente, não aguentamos mais ver você se afundar nessa merda toda.

— Vocês não precisam ver nada, só saiam e me deixem trabalhar em paz.

— Bruno, nós não sabemos mais o que dizer para controlar os capôs.Desde a morte dos Carbone nós não fizemos mais nenhuma reunião e você tem cobrado deles cada vez mais.

— Essa é a minha função como chefe, cobrar para que no final tudo dê certo,se eu não colocar a porra da minha cabeça no lugar toda essa organização vai
ruir.

— Esse é o problema, Bruno, você não está com a porra da sua cabeça no lugar, toda a sua mente está focada em apenas uma pessoa: Luiza Beviláqua — Douglas fala e disfarço o baque que sinto no coração apenas com a menção do seu nome.

Eu proibi que eles me dessem qualquer informação sobre ela, pedi que não me dissessem absolutamente nada desde que ela se foi, apenas pedi que
continuassem a protegê-la e a ajudassem no que fosse preciso.

Eu mandei ainda que Lucarelli tivesse homens em sua cola, mas eu não procurava saber qualquer informação sobre ela, garantir que ela estivesse
bem era o que me bastava.

Apenas uma pessoa rompeu essa barreira que eu criei: Leopoldo Beviláqua.

Após quatro meses que Luiza se foi, ele começou a me ligar pelo menos duas vezes por dia e em todas elas pedi que dissessem que eu estava em reunião. Ele foi persistente e continuou com as ligações por cerca de um
mês, eu me perguntei por quanto tempo ele iria resistir.

AprisionadaPeloChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora