Capítulo 62

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"E contrariando tudo o que eu sempre pensei na minha vida, eume entreguei a Luiza como jamais havia feito na vida, naquelemomento

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"E contrariando tudo o que eu sempre pensei na minha vida, eu
me entreguei a Luiza como jamais havia feito na vida, naquele
momento... Eu lhe entregava o que ela pediu, ela estava tomando
algo de mim que não teria mais retorno, estava tomando o meu
coração e eu simplesmente... deixei que levasse."

O trajeto para casa foi silencioso, cada um de nós dois permaneceu
perdido em seus próprios pensamentos. Luiza, acredito eu, estava feliz por ter visto o seu pai e se certificado de que ele estava bem
assim como eu havia dito.

Já em minha mente, um milhão de pensamentos, todos relacionados
a ela se sobrepunham a todos os problemas que eu tinha para
resolver, relacionados à máfia e aos outros negócios da famiglia.

Era impressionante como a ragazza tinha o poder de me surpreender,
quando Luiza me chamou para os acompanhar no café, eu realmente não esperava, achava que ela queria ter o seu tempo com ele para que conversassem, ou sei lá o que quisessem fazer, mas ela me quis ao seu lado, e não me deu outra alternativa senão acompanhá-los.

Fiquei ainda mais surpreso por me sentir diferente diante da presença
do seu pai, não é como se eu não o conhecesse, o homem havia sido meu prisioneiro, já conhecia o pior de mim, mas naquele momento eu
percebi que não queria que ele me visse assim, como seu carrasco.

Quando o chamei em meu escritório há dias atrás, eu lhe garanti que
sua filha ficaria bem, mas omiti o fato de que ela estava em minha
casa, disse que em troca dos seus serviços, eu garantiria que nada
faltasse a nenhum dos dois. Omiti o fato de que eu realmente não o
enviei para servir a máfia e sim para executar um trabalho simples
referente às empresas legais da famiglia, por Luiza eu decidi não
colocá-lo em perigo.

Toda essa benevolência repentina estava me deixando surpreso,
essa não era minha essência, o que Luiza era capaz de fazer comigo eu não conseguia dimensionar ainda, mas tinha certeza de que não queria que nenhuma das minhas ações refletissem negativamente nela.

— Bruno, — ela chama minha atenção e me dou conta de que já
estamos em casa — chegamos.

— Vamos ao escritório, Luiza, precisamos ter uma conversa. —
ela concorda, me seguindo.

Ângela, nos aborda ao entrarmos em casa questionando sobre o
jantar, aviso a ela que terei uma reunião agora, mas que em cerca de
dez minutos poderá servi-lo.

— Sim, Bruno— ela fala após entrarmos no ambiente que no dia
anterior foi palco de uma das nossas discussões.

— Sente-se, Luiza. — Indico a cadeira à frente da minha mesa —Amanhã você começará o trabalho como minha assistente.

— Amanhã?

— Sim, Luiza, tenho pressa, não tenho como ficar sem ninguém para me auxiliar.

— Tudo bem, acho que eu posso fazer isso.

AprisionadaPeloChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora