Capítulo 37

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Pude sentir a aflição do tal Matteu com a ordem do chefe, será que
seria realmente tão arriscado quanto parecia enquanto eles falavam?Mesmo temerosa tentei não pensar nisso agora, eu tinha a minha chance então eu a agarraria e arcaria com as consequências, fossem
elas quais fossem.

— Corra, Luiza. Você tem cinco minutos de vantagem. — Ouço
sua fala e como se um gatilho tivesse sido acionado eu me ponho a correr desesperadamente.

Para ser sincera, eu não tenho o hábito de correr, então fiz o mais
rápido que pude, meus pulmões estavam ardendo com o esforço e eu sabia que a qualquer instante eu iria cair ao chão, mas não, eu não podia deixar isso acontecer era a minha chance eu não poderia sucumbir as minhas forças físicas, minha mente deveria ser mais forte. Agradeci todo o alimento que consumi durante o dia, era o que
estava me dando um gás a mais.

Eu sabia que levaria tempo para chegar ao portão principal, mesmo não estando totalmente atenta quando entramos, mesmo tendo percorrido de carro foi demorado, acredito que já estou correndo a cerca de dez minutos e ao olhar para trás de relance vejo uma sombra correndo em minha direção, eu sabia que em breve ele me acompanharia, vi o portão de longe, e vi também que ele diminuiu o passo, ele estava me dando a chance de fugir eu senti que era isso que estava acontecendo. Então olhei para trás mais uma vez, sabendo que era a última que o veria, e quando os imensos portões de ferro começaram a se mover lentamente, abrindo passagem, era a minha liberdade se aproximando e eu corri ainda mais rápido.

Porém, ainda mais rapidamente senti a sua aproximação, não sei
como ele irrompeu a distância que tínhamos em tão poucos
segundos. No mesmo instante em que eu corria, desesperadamente,
para a minha liberdade, senti suas mãos me alcançarem e me
empurrarem bruscamente para o lado, ele me empurrou diretamente para o meio das árvores frondosas que havia ali.

Sem entender direito o que estava acontecendo enquanto caia desequilibrada, vi ele sacar uma arma das suas costas e mirar, não
para mim, mas para um carro prata que se aproximou em alta
velocidade. Eu sequer o tinha visto, mas ele viu, ele mais uma vez salvou a minha vida, enquanto eu acabara de tirar a dele, ele caiu no chão, após o ensurdecedor barulho de tiros sendo disparados ininterruptamente, Bruno havia sido atingido.

O segurança que estava na guarita atirou contra o carro e eles rapidamente voltaram ainda de ré pelo mesmo caminho que vieram, enquanto eram atingidos por muitos tiros dado por uma arma que eu acredito ser uma submetralhadora.

Ainda atônita pelo susto, levantei cambaleante e olhei para o portão
era a minha liberdade ali tão perto de mim e olhei para Bruno
caído no chão, caminhei até ele o sangue escorrendo pelo chão
coberto de pequenas pedrinhas, mas ele tinha os seus olhos abertos, e eles me encararam frios como sempre, mas tristes como nunca
antes eu vi.

Vá, minha Luli, eu te dou sua liberdade, eu te deixo ir — fala em
um fio de voz e eu fiz o que deveria fazer.

— SOCORRO, SOCORRO... Alguém me ajuda, por favor. — Já
abaixada ao seu lado, apoiando a sua cabeça em minha perna,
implorei para que alguém chegasse até nós rapidamente, ele me salvou tantas vezes, eu precisava salvá-lo também.

— Não se assuste, mia bela. Eu estou bem, vai ficar tudo bem — ele fala com uma calma impressionante, tentando me tranquilizar quando
na verdade era eu que deveria estar fazendo isso por ele.

Um carro preto freou os pneus bruscamente ao nosso lado e três
homens além do que já tinha nos alcançado por estar na guarita se
precipitaram em nos ajudar. Eu realmente não tinha forças para
erguê-lo, ainda mais tomada pelo desespero como estava.

— Já vamos para o hospital, chefe — Matteu informa, apoiando o seu ombro e o coloca no banco traseiro.

— Eu vou junto — aviso.

— Não. Você fica — Matteu fala, me olhando com raiva. Eu sabia que ele me culpava pelo que aconteceu, todos me culpavam na verdade, até eu mesma sabia que a culpa era da minha teimosia, mas eu não me afastaria dele.

— Não foi um pedido, Matteu. Foi uma ordem. — Respondi e passei
pelo segurança determinada a não me afastar do meu anjo caído e quando coloquei a cabeça dentro do veículo minha mão foi segurada pelo segurança, eu estava sendo puxada para fora.

    (A:a patroa)

— Deixe-a — Bruno interferiu com um sorriso nos lábios.
  
     (A: todo orgulhoso da moglie dele)

Eu entrei satisfeita no veículo e deitei sua cabeça no meu colo, ele
entendeu minha posição. Ele me deu a liberdade, mas eu escolhi ficar com ele, o que aconteceria daqui para a frente eu não sabia, mas esperava não me arrepender.

AprisionadaPeloChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora