Capítulo 13

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“Já bastava a escuridão da minha alma, eu não precisava de nada mais assim ao meu redor”

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“Já bastava a escuridão da minha alma, eu não precisava de nada mais assim ao meu redor”

— Meu Deus! — exclamo, levando as mãos ao nariz quando o cheiro
terrível invade o ambiente, quero vomitar, mas sei que não posso, é o meu pai que está dentro desse lugar e eu preciso ajuda-lo.

Os quatro homens abrem passagem e eu entro na cela, sei que todos os meus movimentos, por menores que sejam, estão sendo vigiados por eles, mas não me importo. Quero tirar o meu pai daqui, quero cuidar dele como tenho feito nos últimos anos, não é a primeira vez que o pego desfalecido, só que das outras vezes tinha a ver com o
seu vício em bebidas, porém dessa vez é fruto de maus tratos.

O ódio em meu peito se alastra como o veneno de uma serpente, me pergunto como pode existir pessoas tão ruins no mundo, mas não encontro resposta alguma, esses homens que se acham deuses um dia vão pagar por tudo isso.

Meus pais sempre me ensinaram que na vida a gente colhe aquilo
que planta e eles não são bons semeadores.

papá, — chamo quando me aproximo e me ajoelho ao seu lado —sou eu, sua Luli. — falo o apelido carinhoso que apenas ele e  minha mãe me chamavam.
— Eu vou te tirar daqui.

Mia bambina! — exclama com a voz tão fraca que eu mal ouço

— Vai ficar tudo bem, eu prometo — falo com lágrimas nos olhos e
me levanto momentaneamente de perto dele e me dirijo ao demônio a quem todos chamam de chefe, queria poder estapear sua face, mas pelo meu pai, terei que me humilhar diante dele.

— Desistiu ao ver seu fim? — pergunta quando me aproximo.

— Não senhor. — Tento soar humilde, quando na verdade minha raiva me consome por dentro. — Nós fizemos um trato, a minha vida pela dele, me deixe ajuda-lo a não morrer antes de libertá-lo e depois você poderá me torturar e matar, ele já é um senhor de idade, fraco
demais para passar por tudo isso que está lhe impondo, por favor eu imploro, me deixe ajudá-lo.

— Eu não lembro de ter feito trato algum — fala com as sobrancelhas erguidas. — Em que momento eu lhe disse que ambos sairiam vivos?— pergunta impiedoso.

— Eu achei que... — começo a falar, mas sou interrompida.

— Pois trate de achar menos, aqui eu decido o fim que cada um terá,
inclusive o seu e o do seu pai — diz rudemente. — O dele já estava
decidido, ele vai me servir de agora em diante — fala dos nossos
futuros como se falasse da mudança do tempo. — E o com você,ainda não sei o que farei.

— Por favor, — imploro — tenha piedade, o que quer que o senhor
queira, eu faço.

— Não estou te dando opção, cuide dele e dessa sujeira, depois eu decido o que farei com você — fala e as lágrimas voltam a verter dos meus olhos.

— Tudo bem, desde que ele fique vivo, eu lhe serei grata — falo com servidão. Minha real vontade é estapeá-lo, mas pelo meu pai me
contenho, entro no ambiente em que meu pai se encontra jogado ao chão.

— Qual o seu nome garota? — pergunta quando me abaixo
novamente com a intenção de acordar o meu papá.

— Luiza— respondo sem me dar o trabalho de olhar novamente
em sua direção.

Quero o máximo de distância possível desse demônio e minha única preocupação nesse momento é o meu pai.

Volto a chama-lo com carinho enquanto ouço ele rosnar ordens para o seu cão de guarda, o mesmo que me trouxe até aqui, antes de se retirar, sendo seguido pelos dois que agora eu imagino serem seus irmãos.

— Vou abrir a cela ao lado, lá tem um banheiro e você poderá banhálo, enquanto você faz isso eu irei buscar alguns produtos de limpeza para você limpar essa bagunça. — Fala e eu assinto com a cabeça.— Você terá acesso ao corredor e a cela ao lado, a que você estava irei trancar. Não pense em fazer qualquer gracinha, ou até mesmo em
tentar fugir, todo esse ambiente é monitorado e além disso, de
qualquer forma, você não conseguiria e só irritaria ainda mais o chefe.Então, para o seu próprio bem, nem tente. —Conclui e sai em seguida, me deixando apenas na companhia do meu pai.

Chamo-o com carinho, eu não tenho forças para carrega-lo, ele precisa me ajudar, eu preciso tirá-lo daqui e leva-lo para a cela ao lado, espero que lá esteja limpo.

Quando ele consegue com dificuldade ficar de pé, apoio o seu braço em meu pescoço, entro no ambiente que é muito parecido com os demais e fico grata por aqui ter pelo menos um fino colchonete no chão, depois de banhar vou colocar o meu pai ali, sigo com ele direto para a abertura que julgo ser o banheiro e confirmo a suspeita.

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