"É fácil se acostumar com o que nos faz bem Bruno, difícil
mesmo é estar acostumada com o pior lado das pessoas, e acho
que sou especialista nisso, afinal foi o que encontrei até hoje."Desde que chegamos a Palermo, Bruno parece outra pessoa, é
como se o ambiente lhe trouxesse uma paz, não sei explicar direito,
mas não sinto todo o peso que ele carrega sobre os ombros.Fiquei impressionada quando ele até fez uma reverência, para que eu entrasse em seu castelo,porque sim, esse lugar não é nada menos
que isso. Percebi que ele não se vangloria com o que possui, ter é
apenas uma consequência da sua família e de quem ele é, mas ele,
definitivamente, não ostenta o seu poder financeiro.Bruno é daqueles homens que preferem mostrar sua força e poder com as suas ações, ele fala pouco, mas são as suas atitudes que deixam claro quem manda e quem obedece, e é claro ele é sempre o que está em primeiro nessa equação.
Eu nunca havia andado de avião, mas ele fez a experiência mais leve, fiquei surpresa quando permitiu que eu segurasse em sua mão e, principalmente, pela sua tentativa de me distrair, nós almoçamos durante o voo, e durante a descida ele repetiu o gesto para me tranquilizar.
Novamente, me surpreendi quando ele disse que sairíamos para conhecer Palermo, como assim ele seria meu guia turístico? Comecei a desconfiar das suas ações, eu não estou acostumada com isso,depois de tanto apanhar a gente aprende a ficar em alerta.
Todo esse lugar é mágico, pisar neste lugar é como entrar em um conto de fadas, mas preciso manter os meus pés no chão, para que o tombo não seja tão grande.
Abro a mala que trouxe e não sei o que vestir, me olho no espelho e
sinto raiva de mim mesma. Como assim não saber o que vestir? Até
essa manhã, eu tinha apenas uma muda de roupas, mas agora
pensando em todas as opções que Ângela tinha me dado, eu estava
em dúvidas sobre o que deveria vestir para acompanhá-lo.Será que eu deveria ter lhe perguntado aonde iriamos? Ou melhor, será que deveria ter perguntado o que trazer? Eu não sabia quais eram os seus planos, então o que eu trouxe deve servir, e eu não posso me sentir mal por isso, sei como é não ter nada, e as peças que trouxe são mais que suficientes.
Decido por usar uma calça jeans escura, com uma camiseta cinza de um tecido molinho tipo malha, mas que fica bem justa no meu corpo, pego um cachecol largo de cashmere, assim, se fizer frio, posso jogálo sobre os ombros, enquanto calço as botas pretas de salto fino over the knee, ouço batidas na porta e sei que é Bruno, permito sua entrada enquanto termino de calçar o par.
— Pode entrar — falo quando o vejo parado na porta, com o kit de
primeiros socorros nas mãos, vestindo apenas uma calça jeans e
tênis, ficamos os dois paralisados nos entreolhando, ou melhor,
parecia mesmo que estávamos nos admirando. Será que ele me
admirava?— Ah, sim — fala com a voz rouca. — Eu trouxe. — Mostra a caixa
em suas mãos — O curativo.— Claro, pode sentar aqui. — Indico uma poltrona e ele se senta.
Não perco quando ele coloca as duas mãos apoiadas nas laterais dos meus quadris, quase suspirei ao sentir o peso das suas mãos sobre o meu corpo, nós estávamos tão próximos. Já estivemos assim outras vezes, quando cuidei dos seus ferimentos, mas dessa vez senti diferente, como se essa proximidade fosse além do nosso corpo físico, era como se as nossas almas conversassem.
— Pronto — falo, finalizando o curativo em sua barriga — Os pontos sangraram, você fez esforço físico?
— Não mais do que eu suportaria.
— Oh desculpe, eu não quis ser invasiva.
— Não, eu que fui grosseiro com você, desculpe.
— Você está me pedindo desculpas? — pergunto realmente
espantada— Não se acostume com isso, Luiza. Esse não é um beneficio
que sempre terá de mim — fala um tanto quanto ríspido, e eu queria poder engolir as palavras que disse.— É fácil se acostumar com o que nos faz bem, Bruno, difícil mesmo é estar acostumada com o pior lado das pessoas, e acho que sou especialista nisso, afinal foi o que encontrei até hoje.
— Vou vestir uma camisa e chamo você para sairmos. — Ele não
comenta o que eu disse e sai, me deixando sozinha.Não consigo entender esse homem, as vezes parece ser tão diferente do que quer demonstrar, queria poder lê-lo, conhecer quem é Bruno em sua essência, mas assim como esse castelo, ele tem muros impenetráveis construídos em volta de si.
— Não vai pegar sua bolsa? — questiona quando sai do quarto e me encontra no corredor, admirando um dos quadros enquanto o aguardo.
— Não tenho dinheiro, nem celular e nem documentos, então acho que não precisa. — Eu queria acrescentar que era sua prisioneira,mas achei melhor conter a língua, minha resposta já foi insolente.
— Vamos resolver isso — ele avisa, em seguida apoia a mão na base da minha coluna, me conduzindo para as escadas e depois para fora do castelo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
AprisionadaPeloChefe
FanficADAPTAÇÃO DA FIC:Aprisionada Pelo Chefe. Nessa fanfic o Bruno (nosso capita),não é um jogador de vôlei, saindo totalmente da sua realidade (ou nem tanto) ele é nada mais nada menos do que o chefe da Máfia italiana Dalla Costa. Um ser frio e impenet...