Capítulo 59

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— Senhor, a senhorita Luiza está....

— Eu já disse que ele está me aguardando, Lucarelli, não precisa me anunciar. — A mulher entra na minha sala feito um furacão e eu
paraliso, ela só pode estar brincando comigo, que porra é essa?

— Boa tarde, senhor Bruno Dalla Costa estou pronta para a
nossa reunião — avisa e eu quase não consigo desviar os meus olhos do seu corpo, de cada pedaço dele.

Eu estava acostumado com uma Luiza simples de jeans e vestidos floridos, mas a mulher que entrou na minha sala era outra totalmente diferente. Luiza vestia uma calça preta cintura alta, e uma blusa vermelha de mangas cumpridas, a blusa não era colada ao seu corpo, mas tinha a porra de um decote em “V” que ia fechando até chegar à altura da calça, deixando claro na parte dos seios que ela estava sem soutian, o que ela queria? Que eu tivesse uma sincope? Sem contar nos saltos nos pés e na bolsa de mão que eu poderia apostar que não tinha nada dentro.

— Saiam todos — falo, controlando a raiva na voz e desejando que
ninguém mais a veja assim. — Sente-se Luiza. — Indico a cadeira
à minha frente e ela se senta com uma calma e uma postura de quem
era dona de tudo e de todos.

— Obrigada, senhor. — Ela estava maquiada e os cachos definidos e jogados para trás, sexy, sensual e sedutora, era o que faltava para ela
terminar de me foder, e por falar em foder, era exatamente isso que eu queria agora, mas mantive a postura

— Quer falar o que estava acontecendo em minha casa há instantes atrás?

— Sim, claro. — Ela sorri, mas dos seus olhos saem faíscas de raiva,
posso perceber. — Você disse que eu não era mais sua prisioneira.

— Sim, falei, mas disse também que você não poderia sair quando
quisesse, Luiza.

— Então, eu entendo seu ponto senhor, mas acontece que eu queria
apenas ir até o meu pai, e isso você havia permitido, não é mesmo?

— Luiza, não tente voltar as nossas conversas ao seu favor, eu disse sim que você poderia vê-lo, mas nós deveríamos conversar antes de você dar um escândalo e querer forçar um dos meus homens a levá-la sem que eu, tivesse dado a ordem.

— Então me diga, senhor Bruno, como poderemos conversar, se o senhor é uma pessoa atarefada e indisponível? Se ontem a noite me tratou como se eu fosse nada, apenas porque eu queria vê-lo?

— Eu não deveria tê-la tratado assim — falo, porque eu realmente
remoí a nossa discussão várias vezes.

— Exatamente, senhor, não deveria, por isso decidi que tentaria ver o
meu pai já que o diálogo não é uma opção para nós.

— Não exagere, querida. — O sarcasmo dessa conversa toda fica
visível, tanto para mim quanto para ela.

— Então me diga o que esperar de você, Senhor Bruno. — Ela se
debruça sobre a mesa e os seus seios quase saltam para fora,
caspita.

— Para ser sincero, Luiza, nem eu sei o que devo esperar de mim, mas por favor não me desafie, não questione as minhas ordens.

— Sou sua funcionária então? Porque só um empregado deve
subserviência ao seu patrão, não é mesmo?

— Chega de sarcasmo, mia bella — falo, levando a ponta do dedo
indicador até o vale entre seus seios, deslizando por eles até onde
conseguia alcançar do local em que estava. Luiza arfa com o toque, mas se recupera rapidamente, usando a mesa que nos separa como escudo e se afastando um pouco de mim.

— Não foi minha intensão, senhor — fala, fazendo um pequeno bico
com os lábios e balançando levemente a cabeça, suas palavras
diziam uma coisa, mas todas as suas ações demonstravam outra
totalmente diferente.

— Quanto ao seu pai, quando sairmos mais tarde, eu a levarei até ele
— aviso. — Agora por favor, eu preciso voltar ao trabalho.

— Sim, senhor, enquanto isso o que eu faço?

— Não sei, Luiza, sente-se no sofá, me guarde só fique quieta e me deixe trabalhar, sim?

— Tudo bem — ela fala, se levantando e rebolando até o sofá, será
que ela realmente rebolou ou foi fruto da minha imaginação. Luiza
abre a bolsa e tira de dentro o livro que lia ontem à noite, me surpreendendo ainda mais, se eu tivesse apostado teria perdido, mas
para que a mulher havia trazido esse livro, eu não fazia ideia.

— Senhor? — Lucarelli fala, após abrir minha porta

— Mas que porra, será que eu não conseguirei me concentrar para
trabalhar hoje? O próximo infeliz que entrar nessa sala vai levar um
tiro no meio da testa — rosno irritado.

— Desculpe, senhor, mas eu vim saber se iria querer o seu almoço?

— Providencie qualquer porcaria, Lucarelli, agora saia — falo e antes
que ele se retire a voz de Luiza preenche o silêncio mórbido e
tenso do ambiente.

— Você não comeu nada até agora, Bruno? Quer desmaiar de fome? — Lucarelli fica paralisado e eu respiro fundo, contando até
três — Não se preocupe Lucarelli, eu vou resolver isso, pode ir — ela
fala e ele sai como uma flecha.

— É muito difícil para você ficar calada?

— É difícil quando vejo que você está se prejudicando.

— Está preocupada, mia bella?

— Sim, quer dizer não, não me irrite, Bruno. Só diga o que quer comer e eu providenciarei.

— Confio no seu gosto, mia bella, só me deixe trabalhar — peço.

— Posso usar o telefone?

— Claro — respondo e ela volta a sentar-se diante de mim, mas gira
o aparelho de telefone que há sobre a minha mesa em sua direção.
Assim que ela escolhe o prato, passa o endereço de entrega e desliga. O telefone volta a tocar, e antes que eu o alcance ela tira o fone do gancho e leva ao ouvido.

— Escritório do signore Bruno Dalla Costa em que posso ajudar?
— Ouço ela atender a chamada. — Ele está em uma reunião no
momento, mas posso anotar o recado e passar para ele assim que
possível. — Luiza puxa um bloquinho de anotações e anota o que
a pessoa fala e depois disso encerra a chamada. — Agradeço
mentalmente por ela não ter me passado a chamada, embora a
atenção que dispensei ao seu gesto tenha me dispersado um pouco.

Ela repete o mesmo gesto com as ligações subsequentes, eu havia
programado o ramal da minha secretária para que as ligações fossem
direto para o meu até que conseguisse alguém para substituí-la, mas
eu não fazia ideia de quantas ligações recebia em um único dia. Ela
me passava apenas as mais urgentes, e depois enviava e-mails com
as mensagens importantes, eu realmente não conseguiria ficar muito tempo sem alguém para me auxiliar.

Vejo Lucarelli lhe entregar o almoço e ela o dispensar em seguida, os
seus gestos são calmos e calculados, é como se ela não quisesse
desviar minha atenção, espera um momento em que desvio o meu
olhar para ela e avisa sobre o almoço.
Volto a trabalhar e não me atento mais para outras ligações e
finalmente consigo me concentrar no trabalho, pois ela dominou o
espaço e resolveu o que estava ao seu alcance, eu iria lhe agradecer
por isso.

Estava surpreso também, mesmo não tendo ainda concluído a
faculdade, ela já mostrava que seria uma excelente profissional,
talvez tê-la trazido até aqui, não tenha sido uma má ideia como considerei e quase liguei cancelando sua vinda.

Será que ela poderia substituir minha secretária por um tempo? Seria
uma forma de mantê-la ocupada e também me serviria de auxilio, ela
era segura nas suas ações e também determinada. Acho que era
isso, eu acabei de ter uma ideia que seria excelente para mim e para
ela também, eu acreditava, mas esperava que ela compreendesse,
pois alguns limites precisariam ser estabelecidos, quanto a isso eu
não tinha dúvidas.

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