Capítulo 27

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— Sei que não está bem, por isso vou ficar com você no banheiro,
mas eu prometo que não te tocarei, eu só quero cuidar de você e você precisa tirar esse sangue do corpo — falo quando a conduzo para o banheiro.

Ela olha para o espelho e simplesmente desfalece em meus braços,eu a seguro com cuidado, um cuidado que eu jamais tive com ninguém.

Vê-la naquele estado me apavorou, imagino que ela nunca foi acostumada a lidar com sangue e morte. Não apenas o seu corpo estava banhado em sangue, mas também todo o seu rosto e cabelo, e foi isso que ela viu ao encarar o espelho, eu deveria ter previsto e entrado na frente do objeto, mas não o fiz e agora a tenho em meus braços.

Caminho até o box e abro as torneiras, regulando para uma
temperatura quente, mesmo desfalecida ela não parava de tremer, eu não sabia se de frio, pavor ou medo.

Assim que coloquei o seu corpo debaixo da água ela abriu os olhos e se encolheu, eu a segurava com as mãos estendidas para frente tentando tocar-lhe o mínimo, mesmo que a minha vontade fosse de colocá-la em meu colo e cuidar dela.

— Sou eu, está tudo bem — afirmo, acalmando-a. — Você consegue ficar de pé sozinha para que eu te solte? — Ela acena, concordando com a cabeça e eu me afasto lentamente, me assegurando que ela de fato não cairia. — Tire sua roupa e lave seu corpo e os seus cabelos, eu estarei aqui caso se sinta mal, para que não se machuque.

— Pode me deixar sozinha, per favore? — fala, voltando a chorar.

— Luiza, me ouça — falo com toda a calma que eu realmente não tinha — Eu prometo que ninguém nunca mais tocará em você contra
a sua vontade, prometo que eu farei o que for preciso para protege-la, mas não me peça para sair daqui agora, eu preciso me certificar de que você ficará bem enquanto se banha, eu não vou olhar para o seu corpo — garanto e ela concorda.

Enquanto ela toma banho, eu me mantenho do lado de fora do box.
Fixo meus olhos em um ponto à minha frente, fazendo o que eu havia garantido, não a olharia, além da água que limpava o seu corpo, as lágrimas também se fizeram presentes, eu pude ver quando olhava rapidamente em sua direção. Luiza esfregou tão forte a bucha em seu corpo que ranhuras avermelhadas começaram a aparecer, eu queria fazê-la parar com a tortura que se impunha, mas eu não podia,
ela precisava desse momento.

Ouvi quando ela desligou o chuveiro e rapidamente estendi a toalha que ela envolveu em seu corpo, caminhei ao seu lado até o quarto e tirei o paletó que me vestia para que se cobrisse, Luiza estava totalmente nua diante de mim, mas nesse momento eu não a olhava com qualquer desejo, ela estava quebrada e eu queria apenas juntar os seus pedaços novamente.

— Vamos sair daqui? — chamei quando notei que ela tinha
minimamente se acalmado.

— Para onde vai me levar? Vou voltar para a sua prisão? — pergunta e havia tanto medo em sua voz que tive ódio de mim mesmo por tê-la mantido ali.

— Não, vamos para a minha casa — falo e vejo que ela engole em
seco, não sei se de alívio ou medo, mas era o que eu podia lhe
oferecer.

AprisionadaPeloChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora