Capítulo 42

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— Não me provoque. — Bruno me puxa e eu choco o meu corpo
contra o seu, ele abaixa a cabeça, e por um instante acho que vai me
beijar, mas não o faz, e eu fico... decepcionada.

— Não quero te provocar, Bruno. Eu já disse, me deixe ajudá-lo.

— Nossas respirações se chocam a cada palavra devido à nossa
aproximação.

— Tirando minha roupa? É assim que quer me ajudar.

— Sim, é assim que vou te ajudar, você não é o primeiro homem que
irei despir, não se preocupe — falo com a intensão de tranquilizá-lo,sei que ele interpretaria de outra forma, mas eu não precisava dizer que o outro homem que despi era meu pai ou será que sim?

— Mas você ainda é uma menina — ele se afasta quando diz, noto
que não gostou do que ouviu.

— Isso, posso ser uma menina, mas não sou uma criança, tenho
vinte e um anos e sei muito bem o que eu faço — falo, deixando claro o meu ponto.

— Então faça — Ele deixa as mãos caírem na lateral do corpo e eu levo minhas mãos sem hesitar ao seu cinto.

Dessa vez minhas mãos tremem com a proximidade, sei o que ele
pensa, mas só eu sabia a verdade, eu era virgem e inexperiente, e o
volume que vi enquanto estava ajoelhada entre suas pernas, era
imensamente maior do que o do meu pai. E o pior, enquanto eu
abaixava o zíper de sua calça, vi aquele volume crescer ainda mais.

Meus olhos se arregalam e eu agradeço que ele não pode ver, não é como se eu fosse de fato senti-lo dentro de mim um dia, mas me perguntei como uma mulher aguentava aquilo tudo ? Minha mãe santíssima, demoro a deslizar a calça por suas pernas, dando tempo para que o rubor do meu rosto se dissipe.

— Não vai tirar a cueca?

— Não, acho que isso você consegue sozinho — Tento parecer segura, mas por dentro eu estava mais vermelha do que um tomate maduro.

— Não vai sair do banheiro? — ele pergunta com um sorriso nos
lábios enquanto entra no box imenso com chuveiro duplo.

— Não, assim como você ficou comigo, eu também ficarei aqui, mas não se preocupe, eu não vou olhá-lo — aviso, sentando na cadeira onde antes ele estava.

— Eu não me importaria se olhasse — Ele falou antes de ligar a ducha e eu nem quis mirar em sua direção, porque era bem capaz de manter os olhos nele de fato.

Aproveitei para escrutinar o lugar, evitando os espelhos é claro, se eu o visse nu em toda a sua glória eu trairia a minha força de vontade. O lugar era lindo, aqui o piso não era branco, os veios do mármore que cobria todo o chão e parede eram dourados, pareciam fios de ouros encrustados na pedra. Um balcão tomava uma das paredes de fora a fora, havia duas pias com torneiras douradas, ali eu sabia que de fato eram de ouro, em outra parte tinham armários que eu acreditava guardar os seus itens de higiene pessoal, toalhas e roupões, próximo ao box onde ele se banhava havia uma jacuzzi que caberia tranquilamente umas oito ou dez pessoas. Outras decorações
estavam espalhadas e eu fiquei maravilhada com a beleza e o luxo do lugar, era quase uma obra de arte.

— Luiza, você pode sair um instante? — Ouvi sua voz grossa e
saí do meu momento de admiração ao local.

— Não Bruno, posso ficar aqui, não estou te olhando.

— Eu sei que não está, mas eu preciso me aliviar — explica.

— Ah, fique à vontade, eu estou de costas para o vaso, e quanto ao
cheiro não se preocupe, eu estou acostumada, você sabe... — Faço
referência ao cativeiro que limpei. — Já tive que limpar lugares
terríveis — concluo sem desviar os meus olhos da parede a frente.

— Não é esse tipo de alívio, Luiza — fala e eu engasgo, me levantando rapidamente para sair, entendendo o que ele queria fazer. Meu Deus do céu, o homem queria se masturbar e eu estar ali era um pouco demais.

— Pode pegar uma toalha para mim antes de sair, por favor. — Travo com seu pedido, era isso, ele queria que eu o visse nu, e o pior é que eu também queria ver.

— Claro. — Tento manter a calma, sigo para o armário e o abro,
como suspeitei, ali estão as toalhas, giro sobre os calcanhares e tentando focar em seu rosto sigo em sua direção.

Deus do céu, é maior do que eu imaginava, penso quando os meus olhos me traíram e seguiram direto para o pênis ereto apontando para
o teto. Apresso o passo, lhe entregando a toalha e saio correndo, com o coração acelerado, enquanto ele continuava com sua face
impassível. Assim que entro no quarto, corro e sento em sua cama, preciso recuperar o fôlego, minha nossa senhora, o que era a visão daquele homem totalmente nu, tenho certeza que nunca mais na minha vida eu esqueceria.

— O que houve, menina? Parece que viu fantasma — Ângela
pergunta quando entra no quarto e me vê com as duas mãos na
boca.

— Não, nada. Eu só estou com... sono. — finjo que estou bocejando
e ela balança a cabeça incrédula.

— Estarei lá em baixo, se precisarem de qualquer coisa me chamem,seu quarto está arrumado, mas eu acho prudente que durma aqui com ele, você sabe, caso ele precise de algo ou sinta dor — explica.

— Sim, tudo bem — assinto. — Colocarei uma poltrona ao lado da sua cama, não se preocupe eu estarei por perto.

— Não precisa, menina. A cama é grande cabe os dois tranquilamente — Dito isso ela segue para fora do quarto sem
esperar qualquer palavra minha, e para ser sincera acho que não
conseguiria dizer nada, como ela podia sugerir que eu dormisse com ele?

Disperso os pensamentos e aproveito o tempo que ele demora para organizar sua cama, retirando o forro e esticando os edredons que o cobrirão, fecho as cortinas do quarto e apoio a bandeja que Ângela trouxe na mesa, sim ele tinha uma mesa redonda com vidros e cadeiras escuras à sua volta em uma das extremidades do quarto.
Penso que ele pudesse fazer suas refeições ali naquele local.

Algum tempo depois, Bruno sai do banheiro já vestido com a calça
de moletom que eu peguei, mas sem a camisa, eu os havia levado
para o banheiro junto com a caixa de medicamentos.

Acompanhei-o enquanto comia e depois refiz os curativos conforme
me comprometi.

— Preciso de um banho também — falo quando termino o trabalho e descarto o lixo.

— Fique à vontade. — Ele indica o seu banheiro, mas eu nego, nem
em sonho que eu entraria naquele lugar sabendo o que ele acabara
de fazer lá dentro.

— Não precisa, vou rápido no quarto que você disponibilizou para mim e já volto. — Ele assente com a cabeça e eu sigo para a porta.

— Bruno? — Chamo sua atenção, voltando para o seu quarto
assim que me lembro de uma coisa.

— Sim.

— Você poderia me emprestar uma roupa? — peço envergonhada. —É que ontem Ângela me emprestou uma e hoje ela retirou para lavar,e só tenho essa roupa que estou vestindo e está suja.

— Claro, Luiza. Não precisa justificar, pegue o que precisar e amanhã vou providenciar roupas para você.

— Não precisa, Bruno  — falo envergonhada, mas se realmente eu for mantida prisioneira, vou precisar de pelo menos mais uma muda de roupas. Ele não questiona o que falei, então sigo para o closet .

Tomo um banho rápido e volto para o quarto, com passos leves, me aproximo da sua cama e noto que ele já está dormindo. Com o
cobertor que trouxe nas mãos, me aconchego no sofá de canto do
quarto, pronta para dormir mas ouço sua voz.

— Luiza? — ele me chama.

— Sim.

— O que faz aí? Deite aqui comigo — diz e eu fico receosa mais
ainda assim vou em sua direção, afirmando para mim que será
melhor para que eu possa cuidar dele durante a noite.

Deitada de lado, o admiro até que o sono me vence e eu adormeço.

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