Capítulo 64

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“Como um homem como ele sentiria ciúmes de alguém como
eu? Não é como se eu estivesse me diminuindo, sabia o meu
valor e as minhas qualidades, mas embora nós tenhamos nos
entendido, havia muitos pontos que nos afastavam.”

Felicidade esse era o sentimento que me preenchia por poder
finalmente estar trabalhando com aquilo que eu gostava.

É lógico que estar ao lado de Bruno era um bônus maravilhoso.
Ele era realmente incrível, sua capacidade de gerir e administrar eram impressionantes, sem sombra de dúvidas eu aprenderia muito
estando ao seu lado.

Eu teria que aprender a dosar o que era correto ou não, mas sua inteligência e sagacidade sem dúvidas acrescentaria muito para a minha formação.

Quando os seus irmãos saíram da sua sala, ele me chamou para
informar que eu deveria ficar distante deles, sobretudo de Douglas e das suas gracinhas. Eu quase sorri, será que o todo poderoso Bruno
Dalla Costa estava com ciúmes de mim?

Como um homem como ele sentiria ciúmes de alguém como eu? Não
é como se eu estivesse me diminuindo, sabia o meu valor e as minhas qualidades, mas embora nós tenhamos nos entendido, havia
muitos pontos que nos afastavam.

Sem que ele soubesse, eu havia pesquisado ainda hoje pela manhã
sobre a máfia italiana, e infelizmente, as obrigações que recaiam
sobre as suas costas, para mim, não eram muito promissoras. Como
Dom, ele mandava em tudo, mas todo o peso da organização assim
como os festejos pelos negócios bem sucedidos e as cobranças pelos
erros, tudo pesava sobre ele.

Entendi afinal o porquê dele ser assim, sua austeridade era reflexo da
sua posição na Famiglia, aos poucos eu começava a montar um
pouquinho do quebra-cabeças que era Bruno e me surpreendi por
perceber que gostava do que era revelado a mim.

— Posso entrar senhor? — falo após bater na porta da sua sala.

— Sim Luiza, entre. Precisa de algo?

— Na verdade, quero tirar uma dúvida.

— Fale.

— Ontem, você não tinha almoçado às três horas da tarde, preciso
saber se você almoça aqui todos os dias, se eu preciso providenciar
ou não?

— O melhor é sempre confirmar comigo, Luiza, às vezes, eu almoço em um restaurante em outras peço o almoço e como aqui mesmo, mas o ideal é que você confirme comigo.

— Quanto a hoje, senhor? O que devo fazer?

— Providencie o almoço para nós dois, ainda não consegui colocar
tudo em dia então ficaremos aqui, quanto a você, como é minha
assistente pessoal sempre estará comigo, então o que eu fizer você
também fará.

— Tudo bem, signore, vou providenciar agora — falo e sigo em direção a porta, mas sou interrompida por sua voz grave.

— Luiza.

— Sim, signore.

— Você já resolveu a questão do seu retorno a faculdade?

— Já entrei em contato com eles e enviei o formulário de solicitação de
retorno e as documentações necessárias, quanto ao pagamento...

— Quanto ao pagamento assim que fizerem a sua admissão eu pagarei a
integralidade do ano que falta para você concluir, basta que me avise.

— Bruno. — Suspiro resignada, com o salário que ele me concedeu eu
poderia pagar as mensalidades tranquilamente e ainda sobraria um bom dinheiro por mês.

AprisionadaPeloChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora