Seguimos em alta velocidade até o hospital, sabia que uma equipe
médica já me esperava, quando entrei no ambiente o meu estresse
que o carinho que Luiza depositou em meu cabelo por todo o trajeto afastou, voltou imediatamente.Queriam que eu deitasse em uma maca, mas eu sabia que não
precisava então entrei andando como eu queria.— Senhor, — o médico que me aguardava começou a falar — preciso que o senhor colabore, perdeu muito sangue, preciso que se sente pelo menos na cadeira de rodas se não a sua situação pode piorar.
— Ele vai colaborar, pode trazer a cadeira. — Luiza se precipita e
responde antes de mim.Vejo os meus soldados se afastarem um pouco, nos dando
privacidade, e eu a encaro, mas não tenho tempo de questionar pois o médico chega com a cadeira de rodas e ela se põe a ajuda-lo.— Vou deixar que, sua esposa o acompanhe senhor. Acho que ela
vai nos ajudar a ajuda-lo. — Esse médico já é conhecido da Famiglia, então esse não é o nosso primeiro contato e ele sabe que eu costumo lhe dar trabalho.— Eu não o deixaria — ela afirma.
Quando chegamos a sala de exames descobrimos que ambos os tiros foram de raspão, então eu não ficaria muito tempo no hospital.
De qualquer forma, eu logo estaria em casa, não é o primeiro tiro que eu tomo, e mesmo da vez que passei por uma pequena cirurgia para retirar um projetil cravado na minha coxa eu fui para casa em seguida, imagine tendo sido baleado de raspão.
Eles fazem os procedimentos necessários sob a supervisão criteriosa de Luiza. A mulher fez milhões de perguntas e tirou suas dúvidas quanto aos cuidados necessários. Quando o médico dispôs uma enfermeira, como é costume em situações como essa, ela dispensou prontamente, dizendo que ela faria o trabalho.
E eu fui apenas expectador de toda a cena, pela primeira vez na vida eu deixei que outra pessoa decidisse o que era melhor para mim. E estava satisfeito com isso desde que fosse ela.Eu precisaria estabelecer limites, eu sabia, mas só por hoje eu a deixaria agir.
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"Bruno me deu a chance de partir e eu resolvi ficar, porém
não sabia quais seriam as consequências dessa decisão, preferi pensar nisso em um outro momento"Meu coração ainda estava acelerado com tudo o que vivi nas últimas horas quando entramos no carro para voltar ao complexo.
O homem era nervoso demais, irritado demais, teimoso demais, mas eu cuidaria para que ele se recuperasse como deveria.
Ainda não estava entendendo muito bem o que estava sentindo por ele, será que seria só gratidão? Será que seria medo do poder que ele tinha sobre minha vida?
Bruno me deu a chance de partir e eu resolvi ficar, porém não
sabia quais seriam as consequências dessa decisão, preferi pensar nisso em um outro momento.Quando chegamos em casa, Ângela correu em nossa direção.
— Grazie a Dio stanno bene! — exclama aliviada.
— Sim Ângela, estamos bem — Bruno fala. — Não é dessa vez
que usarei um dos meus paletós pretos em um caixão.— Não fale bobagem, menino. Eu estava aflita — a senhora fala
preocupada. — E você anjo? Está tudo bem?— Sim senhora, obrigada — respondo a sua pergunta — Eu vou levar o Senhor Bruno para o quarto... quer dizer, vou ajudá-lo chegar até lá — falo constrangida.
Pela primeira vez, o chamei de senhor, eu sempre o chamei pelo
nome Bruno. Gostava de como me sentia sabendo que quando o
fazia, ele se ofendia. O homem estava acostumado a ter todas as
pessoas ao seu redor o tratando com formalidade, mas eu não. Eu o chamava pelo nome, porém sabia que ele não toleraria essa atitude na frente dos outros, é como se eu o estivesse desautorizando,diminuindo sua posição, e agora, não estando mais em guerra com ele, eu não queria causar transtornos.— Vá... — Ângela fez um gesto com a mão, como se mandasse que eu fosse rápida. — Pela quantidade de sangue que vi próximo ao portão, sei que ele deve estar fraco, vou fazer um suco e um lanche e subo para levar.
Eu quis apoiar o seu corpo sobre o meu ombro para ajudá-lo na
subida das escadas, mas ele não permitiu. O homem era uma rocha,mesmo que eu o tenha percebido pressionar o ferimento em seu abdome, acredito que ele estava sentindo dor, mas tinha certeza de que ele jamais admitiria.Quando chegamos à porta do seu quarto, ele esperou que eu o
deixasse ali, mas é claro que eu não faria isso. Assim como ele
cuidou de mim, eu iria retribuir. Fiquei impressionada com a beleza do lugar, era tudo tão a cara dele que não me surpreendi pelo preto ser a cor dominante na decoração, contrastando totalmente com as
imensas pedras de mármore carrara estatuário que revestiam o piso de toda a residência, até os lençóis que cobriam a sua cama no centro do quarto que eram de ceda preta.— Eu estou bem Luiza, consigo me virar sozinho.
— Tenho certeza que sim, mas prefiro garantir que fará tudo o que o médico mandou, além disso, terei que refazer os curativos quando você terminar o banho. — respondo, não me importando em
questioná-lo.— Acho que consigo fazer isso sozinho, afinal tenho dois braços.
— Eu sei, consigo ver, tenho uma ótima visão por sinal. — Não
contenho a irritação — Mas eu dispensei a enfermeira que viria, então farei o meu trabalho.— E desde quando você tem experiência com ferimentos e curativos?— pergunta na tentativa de dissuadir minha ideia em ajudá-lo, mas ele realmente não faz ideia de quantas vezes tive que cuidar dos machucados do meu pai desde que a minha mãe se foi.
— Desde que meu pai precisou pela primeira vez — falo, e minha voz demonstrou a tristeza que senti. — Quando ele amputou o braço, era eu quem cuidava do local, não tínhamos condição de pagar um enfermeiro para isso, então, tive que aprender, e depois, em todas as vezes que ele precisou, fui eu quem cuidou dele.
— Eu não sabia — Talvez houvesse uma nota de pesar em sua voz,como se não quisesse que eu tivesse passado por aquilo.
— Tem muitas coisas sobre mim que você não sabe, Bruno.
— Mas pretendo descobrir cada uma delas, Luiza. — Eu não
esperava por essa resposta então fico apenas em silêncio, mas
resolvo agir, ele precisa de um banho e cama o quanto antes.— O seu closet fica naquela porta? — pergunto, apontando o local e
ele confirma. — Vou buscar algo para vestir, por favor me espere.— Esperarei, Luiza, pelo menos hoje eu não vou a lugar algum. —
Ouço suas palavras enquanto me afasto.Entro no local e me surpreendo com a quantidade de roupas e a organização. Suponho que suas roupas de dormir fiquem nas gavetas e quando abro, sorrio satisfeita, eu acertei. É como se conhecesse cada lugar que o pertence, estranhamente, eu me sentia íntima dele.
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AprisionadaPeloChefe
FanfictionADAPTAÇÃO DA FIC:Aprisionada Pelo Chefe. Nessa fanfic o Bruno (nosso capita),não é um jogador de vôlei, saindo totalmente da sua realidade (ou nem tanto) ele é nada mais nada menos do que o chefe da Máfia italiana Dalla Costa. Um ser frio e impenet...