Capítulo 41

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Quando volto para o quarto, com uma calça de moletom e uma
camisa branca, diferentemente, do que falou, ele não me esperava,
então supus que estivesse no banheiro.

Seria a outra porta do quarto? Era o que eu iria descobrir agora.

Sem bater para me anunciar girei a maçaneta e vi o homem com uma careta de dor terrível enquanto se esforçava para desfazer os botões da camisa social, o terno já não estava em seu corpo.

— Por que você é assim tão teimoso, Bruno? — questiono já
entrando no ambiente, e com a preocupação de ajudá-lo nem
observei a beleza do local.

— Eu teimoso? O que queria, Luiza? Que eu esperasse para que
você me despisse? — pergunta para me provocar, e eu engulo em
seco com a ideia. Eu nunca havia despido um homem, exceto meu
pai quando embriagado é claro, mas era exatamente isso que eu
esperava.

— Sim, Bruno. Era exatamente isso que eu esperava, e é o que
eu farei. — Noto a surpresa por minhas palavras em seu semblante enquanto parto em sua direção, determinada a fazer o que disse.

Olho em volta e vejo que há uma poltrona em um dos cantos, seguro em sua mão pela primeira vez com a intenção de conduzi-lo até o local e um arrepio percorre minha pele quando se choca com a dele.

— Preciso que se sente, você é muito... grande, eu não conseguiria te ajudar — falo quando chegamos ao móvel, ele me seguiu sem protestar.

Antes que ele se sentasse, soltei com cuidado cada botão da sua
camisa, e pude ver de perto, e sentir também nos leves toques o quanto o seu corpo era definido. Em seu peito havia uma tatuagem, eu já vira esse símbolo antes e sabia ser o brasão da máfia que ele comandava. Era uma caveira alada, com uma espécie de chapéu adornada por rosas vermelhas e armas de fogo. A tatuagem saltava aos olhos por causa da cor da sua pele muito branca, era toda preta,
com exceção das rosas coloridas, por mais tenebroso que fosse
aquele símbolo e tudo o que ele significava, eu achei... linda,
combinava com ele e com tudo o que ele representa.

Sua barriga possuía os gominhos tão bem marcados que eu pude
contá-los, eram três de cada lado totalizando seis, o último descia até a sua virilha formando um “V” perfeito, quase suspirei quando puxei delicadamente a ponta que estava presa em sua calça social e
constatei onde aquele caminho do pecado encerraria.

Coloquei-o sentado na poltrona e tirei, com cuidado, a peça do seu
corpo. Primeiro, retirei as abotoaduras que eu sabia que eram de ouro e que prendiam os punhos. Em seguida, o ajudei a retirar o braço que não tinha sido machucado e só depois finalizei deslizando a peça de
roupa por seu braço ferido, quando o encarei, percebi que assim como eu, Bruno respirava pesadamente.

— Vou buscar a caixa de primeiros socorros que trouxemos do hospital, não saia daí — aviso, querendo realmente executar a tarefa de despi-lo. Nada me daria mais prazer no momento do que cuidar
dele e iria aproveitar enquanto ele estivesse cooperando, não sabia o quanto duraria.

Corri para fora do banheiro e quando segurei a caixa nas mãos
respirei fundo antes de voltar. Eu precisava de autocontrole, meu
corpo estava tendo algumas reações que eu jamais havia sentido em minha vida, mas mesmo sendo virgem eu sabia o que era: Desejo.

Para a minha surpresa, Bruno ainda estava no local que o deixei,
parecia em transe olhando para um ponto fixo a sua frente, mas a
minha aproximação chamou a sua atenção e ele a desviou para mim.

Coloquei a caixa em um pequeno banco de descanso para pés que estava à frente da cadeira, com cuidado o arrastei para o lado, com medo de que a ação danificasse o piso que com certeza valia mais do que eu já teria ganho em toda a minha vida.

Coloquei-me entre suas pernas e com a ajuda de um algodão
embebido em óleo mineral retirei com cuidado o curativo colocado em seu ombro. O médico havia dito que se ele não molhasse não
precisaria trocá-lo hoje, apenas amanhã. O homem teimoso deixou claro que um banho seria a primeira coisa que faria assim que pisasse em sua casa, então eu estava tentando com todo o cuidado não piorar a situação do ferimento. Nós estávamos tão próximos que podia sentir a sua respiração forte batendo contra meu peito e se não fosse pelo soutien de bojo ele já teria percebido os bicos enrijecidos.

Quando terminei o processo no ombro, descartei o algodão na lixeira e embebi outro no algodão no mesmo óleo, me ajoelhei entre suas pernas e com cuidado toquei o curativo que tomava o lado esquerdo da sua barriga.

— Pare, Luiza. — Bruno rosna quando comecei a retirar uma
pequena parte do adesivo.

Oh mio Dio , te machuquei? — pergunto preocupada, pois estava
tomando o máximo de cuidado para que não sentisse dor.

— Não, Luiza, não machucou, mas tê-la assim, ajoelhada entre
minhas pernas é uma visão difícil de lidar — fala e eu fico
momentaneamente sem palavras.

— Pois então não olhe para mim e eu terminarei quanto antes o meu
trabalho. —Volto à posição de antes, e tento ser o mais rápida que consigo.

—  Cáspita — ouço ele resmungar, mas tento não lhe dar atenção,
finalizo o trabalho e percebo que embora tenha sido atingido de
raspão foi profundo. Com certeza ficaria uma cicatriz não muito bonita naquele local antes de levantar retirei os seus sapatos e meias.

— Pronto! — exclamei, pondo-me de pé sendo seguida por ele.

__Grazie a dio la tortura è finita.

— Eu não o estava torturando, estava te ajudando. — Deixo clara a minha intenção — Mas ainda falta tirar as calças.

— Luiza. — Sua voz era pura advertência, mas eu estava
determinada a concluir o que comecei, então antes que ele iniciasse as reclamações, eu levei as mãos ao cinto que prendia a calça em sua cintura, mas ele as afastou rapidamente. — Pare agora, menina, já chega de brincadeira — rosna — Eu sou homem, porra.

— Primeiro, eu não estou brincando e segundo, sim, eu sei que é um homem, me decepcionaria se não fosse. — Tento amenizar o clima.

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