Capítulo 49

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“E é nesse instante, que todo o meu mundo começa a fazersentido, eu nunca havia beijado como fazia com Luiza, semqualquer conotação sexual, pelo menos no momento, eu apenas queria sentir o seu gosto, sentir a macies de sua pele, e saber como seria...

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“E é nesse instante, que todo o meu mundo começa a fazer
sentido, eu nunca havia beijado como fazia com Luiza, sem
qualquer conotação sexual, pelo menos no momento, eu apenas queria sentir o seu gosto, sentir a macies de sua pele, e saber como seria tê-la em seus braços mesmo que fosse por poucos instantes.”

Eu a havia convidado para sair, como em um encontro era isso, e eu mal estava acreditando, eu nunca tinha feito isso e nem sabia como fazer.

Sabia que encontros deveriam ser agradáveis, mas eu não era o que
se poderia considerar uma companhia agradável.

— Luiza? — chamo sua atenção.

— Sim.

— Você sabe da minha posição então, mesmo tendo oferecido um passeio pelos pontos turísticos, nós não poderemos descer, você entende? Para fazer isso eu teria que fechar o lugar e como decidi apenas quando chegamos aqui, não tive tempo hábil para isso.

— Não se preocupe, Bruno. — Ela desvia os olhos atentos do vidro, sabia que estava admirando cada lugar, mesmo distante — Eu
entendo. — Sem que eu espere, ela segura a mão que estava sobre
o câmbio automático do carro. — Desculpe — ela pede quando
encaro o gesto espantado. Luiza me surpreende quando age por
impulso, eu não estou acostumado com isso, assim como eu, as
pessoas a minha volta sempre calculam cada ação, já ela não age
assim.

Passamos na frente da Catedral de Palermo, Teatro Massimo,
Catedral de Monreale, e só de ver a empolgação dela, observando os
locais de longe, fiquei irritado por não poder leva-la até lá para que
ela pudesse admirar de perto.

Por volta de nove horas da noite, decidi que era hora de jantarmos, a empolgação de Luiza me arrancou alguns risos, coisa que eu definitivamente não fazia com frequência, ainda mais várias vezes em um único dia. Ela estava realmente fazendo milagres.

— Você gosta de peixe? — pergunto quando paro em um restaurante que serve comida mediterrânea, embora como um bom italiano,apaixonado por massas, eu amo a culinária dessa região que mistura elementos do mar e da terra.

— Sim — responde dando de ombros, e me recordo que sua condição financeira não era das melhores, então não deve estar acostumada a comer pratos muito variados.

— Ótimo, então tenho certeza que irá gostar daqui — falo, tentando
deixá-la tranquila.

Após a varredura dos meus homens, o andar superior é fechado para nós dois, e sigo com Luiza para o ambiente muito requintado, já estive aqui outras vezes, então espero que ela aprecie tanto quanto eu.

Recebemos a visita do chefe de cozinha, além do dono do
restaurante, uma prática comum, para deixar claro que o nosso
atendimento seria tido com prioridade e exclusividade.

Assim que eles saíram, o maitre nos trouxe o cardápio e a carta de
vinhos,Luiza assim que a abriu, depositou-a de volta na mesa
deixando por minha conta os pedidos. Não sei se ela havia se
assustado com os valores dos pratos e vinhos, ou se realmente não sabia o que pedir.

— Bom, já que estamos em uma região mediterrânea, vamos
experimentar pratos locais, tudo bem?

— Sim claro, eu adoraria — fala com um sorriso nos lábios.

— Você bebe?

— Não muito.

— Uma garrafa  de sauvigon blanc, per favore— peço o vinho e
enquanto ele se retira, me concentro nos pedidos. Eu queria que ela tivesse uma boa experiencia, e acreditava que estava tendo, pois mantinha um sorriso nos lábios desde quando saímos da propriedade.

— Tem certeza que não quer escolher?

— Sim, pode escolher, por favor.
— Para entrada vamos querer caponata de beringela, prato principal pasta com sarde e para a sobremesa, Cannoli — faço o pedido quando ele traz o vinho e serve em nossas taças.

— É tudo muito bonito aqui — ela fala após experimentar um pouco
do vinho.

— Gostou?

— Sim, é delicioso — Ela passa a língua pelos lábios, buscando
coletar qualquer resquício de vinho que estivesse ali, sei que ela não fez nessa intensão, mas meu pau imediatamente acorda, com certeza estarei com essa cena em minha mente por um longo período de tempo.

— Que bom que gostou, — falo —Luiza, me conte um pouco
sobre você.— Quero levar a conversa para um campo seguro, eu poderia pedir a um dos meus homens que me enviasse um dossiê sobre ela, é provável que Lucarelli já o tenha, inclusive, mas eu queria ouvir de sua boca.

— Não tem muito o que falar. — Ela dá de ombros.

— Então, me fale o pouco que há. — Recosto-me na cadeira e
degusto o vinho enquanto ela começa.

— Bem, moro com o meu pai sozinha, não muito distante da sua propriedade, minha mãe e ele sofreram um acidente há cerca de dois anos, foi nesse acidente que ele perdeu uma parte do seu braço —explica. — Ele trabalhava como padeiro, e minha mãe, fazia alguns serviços em casa de família, eles eram bons para mim, sempre fui a sua prioridade. — Noto a tristeza em sua voz.

— E depois do acidente?

— Depois do acidente, o meu pai, se viciou em bebida, ele era apaixonado por minha mãe, e não suportou perdê-la. Eu mesma, tendo sofrido muito, tive que ser forte, e desde então cuido dele como posso.

— Por isso foi atrás dele e se dispôs a ficar em seu lugar? —
pergunto, apoiando o cotovelo na mesa e cruzando as mãos sobre
ela.

— Sim, eles sempre foram muito bons para mim, era o mínimo que eu poderia fazer por ele, sei que ele faria o contrário se estivesse no meu lugar. — Eu a encarava, buscando qualquer resquício de mentira em seu semblante, mas não encontrei nada, ela estava sendo sincera.

— E você, Luiza? O que você fazia até quando aconteceu o acidente com seus pais?

— Estudava.

— Estudava? — pergunto espantado e ela sorri, ela estava saudosa.

— Sim, fazia o Programa de Administração de Empresas, tinha uma bolsa integral, mas ainda assim, mesmo sendo pouco tínhamos alguns custos para me manter na universidade, então tive que desistir.

— E depois, Luiza, o que fez quando abandonou o curso?

— Nada. — Ela dá de ombros novamente e beberica um pouco do vinho, noto que ela realmente não bebe muito — Eu passei a cuidar dele e fiz alguns serviços em casa de família assim como mia manhã, foi o que, muitas vezes, nos salvou da fome.

— Você não merecia passar por isso. — falo e em um ímpeto
inesperado, seguro sua mão que repousava sobre a mesa.

Nosso rápido momento é interrompido pelo maitre que traz as entradas que eu havia escolhido.

Admiro Luiza comer e fico satisfeito, ela realmente pareceu apreciar o prato.

— Me conta um pouco sobre você? — Ela fala constrangida, mas sei que está curiosa.

— Diferente de você, eu até tenho muito para contar, porém,
infelizmente, não posso, piccola, minha posição exige o máximo de
descrição.

— Conte o que puder, Bruno. Eu ficarei satisfeita. — Ela me
surpreende com a resposta e me vejo vasculhando a mente em busca de algo que eu possa lhe contar.

— Bem, meus pais também morreram, só que em um atentado e não em um acidente como os seus.

AprisionadaPeloChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora