Capítulo 28

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"Sentia como se Bruno fosse a minha tempestade pessoal, asvezes ele me agitava, tomava tudo ao meu redor numa fúriaconstante e indomável, em outras ele era calmaria e essacalmaria era tão temida por mim quanto desejada

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"Sentia como se Bruno fosse a minha tempestade pessoal, as
vezes ele me agitava, tomava tudo ao meu redor numa fúria
constante e indomável, em outras ele era calmaria e essa
calmaria era tão temida por mim quanto desejada."

Saímos por uma porta que dava direto para o estacionamento.
Rapidamente, um segurança lhe entregou a chave de um carro, fui
conduzida por ele até o veículo negro como a noite e como a alma do seu dono.

Era estranho me sentir segura perto do homem que acabara de matar outro bem na minha frente, ou melhor, sobre o meu corpo.

Por que ele fez isso? Por várias vezes, me perguntei, principalmente enquanto lavava o meu corpo banhado em sangue, mas não encontrei nenhuma resposta. O homem era funcionário dele e eu sua
prisioneira, por que ele tirou a vida do outro sem sequer hesitar?

Será que ele não era tão ruim assim? Será que eu estava enxergando algo que ele não permitia que mais ninguém visse?

Ele me confundia, eu não conseguia entender nada realmente quando estava perto dele. Sentia como se Bruno fosse a minha tempestade pessoal, as vezes ele me agitava, tomava tudo ao meu redor numa fúria
constante e indomável, em outras ele era calmaria e essa calmaria era tão temida por mim quanto desejada.

Tomar banho nua em sua frente, não foi confortável para mim,
principalmente quando eu havia acabado de passar por uma situação como aquela, mas eu não sentia que ele fosse fazer qualquer coisa comigo contra a minha vontade.

Se ele seria capaz de me matar? Tenho certeza que sim, a qualquer
hora e sem nenhuma dúvida. Mas tinha a mesma certeza de que ele
não abusaria do meu corpo, ou me estupraria, isso eu podia apostar a minha vida que não.

Assim como prometeu, ele não me olhou com malícia ou desejo,
apenas com preocupação e algo em mim estranhou essa distância,
eu o achava bonito, quer dizer ele era lindo, uma beleza selvagem
como o próprio anjo caído, o demone. Não era a primeira vez que eu pensava nele dessa forma, e tinha certeza de que não seria a última.E mesmo que não fosse o momento, que não fosse o certo, eu queria que ele me olhasse de forma diferente, ainda queria o seu respeito,mas em algum momento uma pequena parte de mim passou também a querer o seu desejo.

Ele dirigiu em silêncio e vi que o trajeto me levava em direção a
minha casa com o meu pai, de fato, já tinha ouvido falar que os
chefes da máfia viviam por ali nos arredores.

- Meu pai. - falo quebrando o silêncio que estava no carro desde
que saímos do cassino

- Ele está bem. - Ouvi sua voz grave.

- Me deixa ir embora, me deixa ficar com ele? - pedi, acreditando
que a compaixão que vi que existia nele falasse mais alto e permitisse me libertar, eu precisava de um abraço, do cuidado da pessoa que
mais amo no mundo.

- Não posso, ragazza. Me peça qualquer coisa menos isso - ele fala e sinto o meu peito ser espremido.

- Então é isso? Continuarei sendo sua prisioneira para sempre? A
única coisa que mudará é o meu cativeiro? - pergunto com a
garganta sendo lacerada pelo choro iminente.

- Não veja a minha casa como um cativeiro, mas eu não posso te
deixar ir - Tenta amenizar, mas sou tomada pela raiva e desespero.Ele deveria ter compaixão, como vou me recuperar do que vivi, sem
ter por perto a minha única família, como esquecer o que passei se a sombra disso tudo é o homem que me mantém cativa? Ele me salvou, mas não quer me libertar. De que adianta?

Continuo chorando por todo o caminho, até entrarmos por imensos portões de uma propriedade que eu sequer sabia existir tão perto da minha casa. Um contraste imenso entre a pobreza em que eu vivia e
a imponente propriedade totalmente rodeada por um jardim que eu tenho certeza ser maravilhoso durante a o dia, já que a noite iluminado pela lua e pelas luzes artificiais já me deixava boquiaberta.

Vejo três casas, ou melhor três mansões, mas ele estaciona o carro diante da que fica localizada no meio, centralizada entre as duas.

Fico parada sem saber o que fazer quando ele desce do veículo,
então me mantenho imóvel até que ele abre a porta e me estende a mão.

- Venha - chama.

Hesitante, seguro sua mão sem saber o que esperar desse homem,
mas ele apenas me conduz para dentro, abrindo as portas imensas e revelando uma sala de uma beleza que eu jamais pude presenciar em qualquer lugar que estive.

A decoração é branca com detalhes em madeira, a paz do lugar contrasta totalmente coma fúria do seu dono. Será que ele é casado? Está tudo tão organizado que ouso pensar que sim, por outro lado,sendo quem ele é sei que deve ter mil empregados para manter esse ambiente em perfeito estado. Eu o enxergo aqui em cada detalhe quenvejo, o lugar tem a sua personalidade estampada em cada canto.

- Ângela? - ele grita com sua voz de trovão e eu estremeço um
pouco. Espero então que sua mulher venha até nós, mas uma
senhora que aparenta ter cerca de sessenta anos entra no ambiente
apressada secando as mãos em um pano.

- O que foi, menino? - pergunta, mas trava quando me vê em pé -
Perdão senhor, em que eu posso lhe ajudar? - fala mudando toda a
sua postura para a formalidade de quem serve ao seu chefe.

- Não mandei que fosse descansar? - ele questiona, erguendo as sobrancelhas

- Eu só estava fazendo um pão senhor, já estava indo para o quarto- justifica. - Precisa de alguma coisa? - Pergunta, mas os seus olhos não se desgrudam de mim, um segundo sequer.

- Organize um quarto, Luiza ficará conosco por um tempo. - Ela
o olha com uma expressão indecifrável, como se cobrasse uma satisfação dele, será que ela realmente não temia o seu chefe?

- Vou chamar alguém para providenciar isso imediatamente, posso pegar o seu casaco? - pergunta diretamente para mim, e eu me dou conta de que não visto nada sob ele.

- Não precisa, ela está bem assim - ele responde por mim

- Vou trazer um pedaço de bolo e uma xícara de café para vocês
enquanto providencio o quarto, podem aguardar no sofá - a senhora fala e se retira.

O sofá é tão branco que tenho medo de sentar e sujá-lo, será que
consegui limpar todo o sangue do meu corpo? Penso no que vivi e
meus olhos inundam novamente.

- Pode sentar, Luiza. - Eu agradeço, sentando-me em seguida bem na pontinha do sofá grande e espaçoso.

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