Capítulo 45

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"Eu tive minha liberdade nas mãos e a deixei escorrer por entre os dedos, agora estava eu, novamente, feito Rapunzel, presa na torre do castelo

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"Eu tive minha liberdade nas mãos e a deixei escorrer por entre os dedos, agora estava eu, novamente, feito Rapunzel, presa na torre do castelo."

Não sei exatamente o que aconteceu, mas Bruno adormeceu uma pessoa e acordou outra totalmente diferente, ele foi tão frio comigo,que me senti... humilhada.

Será que era a presença dos seus irmãos, ou será que eu havia me
iludido com uma realidade que nunca existiu de fato?

Deve ser isso, afinal um chefe da máfia jamais teria compaixão por
um prisioneiro, enquanto tomava banho pensei em minha decisão de ontem à noite, e considerei que fui burra, muito burra por sinal. Eu tive minha liberdade nas mãos e a deixei escorrer por entre os dedos, agora estava eu, novamente, feito Rapunzel, presa na torre do castelo.

Quando saí do banheiro com uma toalha enrolada em volta do corpo,vi que Ângela havia deixado sobre a cama a minha única muda de.roupas já lavada e passada, vesti sabendo que em breve, Bruno me chamaria para selar o meu destino após o retorno dos seus irmãos. Ele me mandaria para outro lugar, só esperava que o meu novo cativeiro não me trouxesse mais traumas do que eu já vivenciara.

- Bambina? - Ângela chamou minha atenção, eu estava tão distraída olhando pela janela que não vi quando ela entrou - O Signore te aguarda para mangiarie.

- Lá em baixo? - Pergunto espantada.

- Sim, bela. Ele te aguarda na mesa com seus irmãos.

- Talvez seja melhor... - começo a justificar, mas ela me interrompe
- Não o contrarie, criança. Não dificulte as coisas para você. - Era
um conselho, mas também um aviso. Eu percebi - Seja sabia meu
bem, não o questione desnecessariamente, eu conheço o menino, e a sua rebeldia o afugenta tanto quanto o atrai, use-a nos momentos em que realmente for necessário. - Ela me estende sua mão e eu a seguro, sabendo que a senhora não queria o meu mal, eu confiava
nela.

Constrangida pelos quatro pares de olhos que me encaravam
incrédulos, eu sentei à mesa após entregar as medicações que ele
deveria tomar durante a manhã, eu já tinha tudo separado quando
Ângela chegou e iria deixar no seu quarto, mas sabendo que ele
estaria tomando café da manhã, eu resolvi trazer.

Sabia que deveria ficar em silêncio, a conversa não era direcionada a mim, mas quando ele gritou com o único homem que além dele havia me defendido, eu falei, o defendi, era o mínimo que eu deveria fazer,
quando ele tinha feito o mesmo por mim, mas a reação de Bruno
me surpreendeu. E quando ele partiu escada acima, fazendo todos nós levantarmos, eu o segui, precisava colocar o curativo em seus ferimentos, tinha certeza que ele não fizera e aquilo não poderia ficar exposto.

Mesmo contrariado ele permitiu que eu fizesse, e ainda avisou que
iriamos viajar quando ele retornasse, ele perguntou sobre Lucarelli,ou melhor, sobre o que eu sentia por ele, e notei em sua voz um pouco de aflição e desgosto, seria ciúmes ou eu estava enxergando além do que deveria?

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