Capítulo 50

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- Sinto muito - ela fala com os olhos cravados nos meus.

- Não se preocupe, eu já os vinguei - digo e percebo quando ela engole em seco, não estando acostumada com a realidade nua e crua da máfia. - Essa propriedade que estamos, era onde nós vínhamos nas férias e nos fins de semana.

- Obrigada por me trazer - ela fala e eu concordo com a cabeça.

- No mais, sou quem você sabe que sou, e além disso administro a
empresa que você esteve há dias atrás.

- O que viemos fazer aqui? - Percebo que já não tem tanto receio por estar ao meu lado.

- Nada em especial, queria um tempo para espairecer e me
recuperar, e resolvi vir para aqui - Omito o fato de que eu queria um tempo com ela, o garçom nos entrega os pratos principais.

- Por que me trouxe? - pergunta após uma garfada em sua massa.

- Não sei, Luiza - respondo com sinceridade. - Talvez, eu
quisesse te manter quieta, e tenho percebido que só estando perto de
mim você fica, digamos que, boazinha.

- Boazinha? - pergunta, sorrindo.

- Sim, Luiza, e a propósito, você está linda hoje - falo e ela cora, acho que não está acostumada a ser elogiada, mas linda foi o mínimo que eu pude dizer diante de como ela de fato está.

Quando entrei no quarto e a vi terminando de se arrumar, tive
vontade de dizer imediatamente como ela estava perfeita, mas me
contive, agora conversando com ela de forma tão natural, quis dizer para que ela soubesse.

- Obrigada, Bruno, você também está - fala e mantem o olhar
preso ao prato de comida, com certeza envergonhada pelo que disse.

Terminamos o jantar praticamente em silêncio, antes de irmos embora pedi que fizessem uma caixa de cannolis para levarmo porque notei que ela gostou muito do doce, pedi também uma garrafa
do vinho que bebemos.

Quando chegamos à propriedade, convidei Luiza para caminharmos um pouco no jardim,era estranho, mas eu queria ser gentil com ela, coisa que não fazia questão de ser com mais ninguém.

Tirei o sobretudo que vestia e joguei sobre o seu ombro, caminhamos até estarmos próximos do lago onde muitas vezes brinquei com meus
irmãos.

Ficamos em silêncio admirando a lua refletida na água e permanecemos assim por um longo período, cada um refletindo os seus próprios problemas e pensamentos.

- Bruno? - ela chamou de repente.

- Por que você me trata diferente das outras pessoas? - pergunta e
eu quase engasgo, até onde essa menina seria capaz de me ler.

- Eu não te trato diferente.

- Sim, você trata-questiona, virando-se em minha direção e eu
faço o mesmo, nossos olhares ficam travados e ela continua - Você não é rude a todo o momento,sei que você quer me proteger,e principalmente você me deu a opção de sair,de fugir de perto de você.

- Eu não sei, Luiza. - Sou sincero - Você é... diferente. Por
que não foi embora quando eu permiti?

- Porque eu quis ficar, tem algo em você que me atrai na mesma
medida que me amedronta.

- Você tem medo de mim?

- Agora não mais, sei que não seria capaz de me fazer mal.

- Eu, realmente, não seria Luiza, não entendo o porquê, mas você está certa, eu não seria capaz de te machucar.

AprisionadaPeloChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora