Capítulo 11

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— Eu tenho o seu pai comigo — fala de um jeito frio e totalmente
controlado.

Levanto os meus olhos em sua direção, como ele pode admitir assim de uma forma tão natural que mantém um homem preso, quem é esse homem? Ele não é Juiz ou Policial, mas age como se fosse a própria lei.

— Ele está vivo? — pergunto, o enxergando sob a visão embaçada
pelas lágrimas.

— Por enquanto, sim — fala frio, como se pudesse decidir sobre o
destino das pessoas, como se fosse Deus.

— Me deixe vê-lo — imploro. — Ele é um homem frágil, desde que a minha mãe morreu ele só tem a mim. — Tento comovê-lo de alguma forma, embora ache que essa é uma tarefa difícil.

— Ele é que deveria cuidar de você — afirma.

— Ele perdeu o amor pela vida quando sofreu o acidente — conto.

— Então a morte lhe será bem-vinda — fala por fim, como se o sentenciasse.

— Por favor, não faça isso. — Eu ainda de joelhos, agarro-me as
suas pernas, implorando pela vida do meu pai. — Me mate em seu lugar — peço, não aguentando a ideia de uma vida sem ele ao meu lado.

Eu poderia lhe pedir que soltasse o meu pai, e que jamais lhe
contasse o que fizera comigo. Meu pai iria achar que eu fui embora e
ele teria a sua vingança, uma vida pela outra, era isso que eu estava
lhe propondo e esperava que ele aceitasse.

AprisionadaPeloChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora