23. Que dia hein?

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Acordei com um pouco de dor de cabeça, mas bem. O jantar com a família de Dimitri tinha sido muito bom. Poderia ter sido melhor, se eu não tivesse ficado o tempo inteiro pensando em Maxon. Meu coração dizia para ligar para ele, mas meu orgulho dizia que não. Fiquei rolando na cama, com preguiça de levantar.

Resolvi levantar de vez e ir para a escola. Mesmo que fosse aula de matemática e química, eu quis ir. Me arrumei e fui. Quando entrei, todos olharam espantados. Não sei o porquê dessa reação toda, eu nem tinha mais tanta marca. Um arranhão ou outro. Os roxos já tinham saídos.

Olhei a sala, procurando lugar e vi que alguém levantou a mão. Maxon. Fui ate lá e ele chegou para o lado. Olhei em volta, e estranhamente não tinha cadeira nenhuma vaga. Tirei a mochila e sentei na cadeira junto com ele. Kriss e Marlee estavam do outro lado da sala e Maxon estava atrás de Daphne. Aspen e Carter sentados ao fundo, vegetando.

— Porque estão todos separados? — perguntei a Maxon.

— Oi para você também — ele disse, virando para frente.

— Grosso — eu disse, também virando para frente.

— Foi você que não cumprimentou — ele cochichou.

Olhei para ele, com raiva nos olhos.

— Só queria saber por que meus amigos estão separados — eu cochichei.

— Pergunte para eles então.

Começamos uma discussão estúpida, enquanto o professor de matemática explicava. Só paramos, quando a Daphne colocou a mão atrás da cabeça e estalou o dedo. Olhamos ao mesmo tempo para frente e vimos que o professor nos encarava. Ficamos em silencio, olhando para o nada. Maxon estava encostado, enquanto eu estava mais para frente, debruçada na mesa. Senti Maxon enrolando meus cabelos em seu dedo. Olhei para ele, e ele estava olhando para o professor. Quando viu que eu olhava para ele, parou de mexer.

— Desculpe — ele disse, voltando a olhar para o professor.

— Porque?

— Te desconcentrei mexendo no seu cabelo.

— Não desconcentrou não.

— Então porque estava olhando para mim?

— Por quê? Não pode?

— Pode ué. Só achei estranho.

— Estranho eu olhar para o meu namorado?

Maxon me olhou e umedeceu os lábios.

— O que? — perguntei.

— Eu.. Nada.

— Maxon, fala.

— Eu só não tinha certeza, ta legal? — ele perguntou, um pouco mais alto.

— De que estamos namorando? Como você pode dizer isso? — perguntei um pouco mais alto.

— O que? Você estava estranha ontem. E me mandou embora.

— Casais normais brigam, sabia?

— Você é tão extremista, que não duvidei que tivesse terminado comigo.

— A é? — eu disse, esquecendo totalmente que estávamos dentro de sala — Você tem algo para me contar Maxon?

— Esta fazendo de novo — ele disse também em voz alta.

— Os dois — o professor disse — Chega! Para a coordenação!

Maxon e eu levantamos ao mesmo tempo, pegando a mochila e saímos batendo o pé. Parei na porta da coordenação e Maxon parou ao meu lado.

A Seleção - Uma vida normalOnde histórias criam vida. Descubra agora