47. Kriss

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POV Kriss

— Dá para acreditar que Carter e Marlee vão se mudar amanhã? — perguntei, entrando no quarto.

— Pois é. Nem dá pra acreditar que vou ficar sozinho — Aspen disse, deitando na minha cama.

Sozinho? Bufei e me joguei na cama. Porque Aspen é tão lerdo?

— Kriss, está tudo bem? - ele perguntou.

Devo falar? Ele parece não perceber que ultimamente eu ando meio cabisbaixa. Meri uma vez me disse que os homens são muito literais, que não entendem nossos sinais.

— Não é nada — eu disse. Droga. Porque não consigo?

— Kriss, fale comigo. Por favor. Você anda estranha a dias.

— Ah Aspen. Você não percebe?

— Não.

— Caímos na rotina. Nossos amigos estão evoluindo no relacionamento e nós não.

— Eu não sabia que você via nosso relacionamento como uma rotina. Todo dia para mim e algo novo.

— Mas não é.

— Você diz, casamento? — ele perguntou, parecendo ainda mais confuso.

— Não. Sim — pensei um pouco — Não necessariamente, mas talvez. Quero saber que essa possibilidade existe.

— Porque nunca me disse isso? Se você quer casar, nós casamos ué.

— Não assim. Não quero que você se case comigo porque eu quero casar. Quero que você queira.

— Isso é confuso.

— Deve ser.

— Eu nunca disse que não quero casar contigo Kriss. Só não sabia que você queria isso agora.

— Aspen! Meu Deus. Eu não "quero agora", mas saber que você também vê um futuro para nós é essencial.

— Claro que vejo um futuro para nós Kriss. Você duvidava disso? — ele perguntou parecendo ofendido.

Opa. Mudança de foco. Como ele fez isso?

— Não é isso Aspen.. Eu só..

— Você não leva fé alguma em mim, não é?

— Aspen. Por favor, não faz isso.

— Porque você achava que eu não queria levar nosso relacionamento além?

— Você nunca disse nada.

— E minha atitudes não contam? Todos esses anos, todas as coisas que já fizemos..

— Ei ei. Isso não quer dizer nada. Estou falando de morar juntos, ter filhos. Você podia muito bem querer manter como está.

— Muito bem. Você quer ouvir de mim? — ele perguntou, chegando mais perto de mim.

Ele agora estava quase deitado sobre mim. Quase não consigo pensar quando ele me olha daquele jeito.

— Quero — respondi, num sussurro.

— Eu — ele começou, acariciando meu rosto — quero tudo aquilo que eu tinha no meu sonho quando adolescente. Quero você, três filhos. quero voltar do trabalho e encontrar você, meio desarrumada.

— Desarrumada? — perguntei, rindo.

— Com três filhos? só pode.

— Gostei.

— Não terminei.

— Não?

— Não.

— Então prossiga.

A Seleção - Uma vida normalOnde histórias criam vida. Descubra agora