46. Que merda é essa?

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— Pronta para sair? — Nicolas perguntou, entrando no quarto.

— Estou pronta para sair desde que cheguei — respondi.

— Mês que vem você volta para tirar o gesso.

— Tudo bem.

— Alguém vem te buscar?

— Liguei para minhas colegas de quarto, e depois de ouvir bastante, elas disseram que viriam.

— Posso te levar em casa, se quiser.

— Ah, não precisa. Minha amiga vem me buscar.

— Meu turno acaba agora. Só preciso ir bater o ponto.

— De verdade Nicolas, não precisa se incomodar.

— Gostei muito de te conhecer.

Que papo é esse? Fiquei em silencio alguns segundos.

— Também gostei, apesar das circunstâncias — eu disse, com um risinho nervoso.

Ele sentou na cama e se aproximou mais. Estava perigosamente próximo. Me lembrei de quando Maxon e eu quase nos beijamos pela primeira vez. Essa proximidade familiar. Recuei e olhar para meus dedos cruzados no meu colo. Nicolas respirou fundo e assentiu. Levantou e andou pelo quarto.

— Desculpe se te dei essa impressão Nicolas — eu disse, chamando sua atenção — mas eu tenho namorado.

— Tudo bem. Não sei onde eu estava com a cabeça.

— Nicolas..

— Eu tenho o hábito de cair de cabeça nas coisas. E acabei fazendo isso contigo.

— Mas Nicolas..

— Dai eu vi você toda triste e pensei..

— Dá para calar a boca um minuto? — gritei.

Ele cerrou os olhos, me encarando. Suspirei e passei a mão no cabelo.

— Nicolas, eu estou com raiva do meu namorado. Mas eu o amo. E não há problema nenhum em mergulhar de cabeça em um interesse romântico, desde que você faça isso com a pessoa certa. Existem tantas garotas interessantes por ai. E elas não imaginam a sorte que é te conhecer.

— Obrigada America, mas não precisa tentar me consolar. Eu que sou um romântico bobo.

— Não diga isso. Você é um fofo e merece alguém legal.

— E você não é legal?

— Eu sou encantadora, só que já estou comprometida — eu disse rindo.

Ele riu, sem graça e passou a mão no cabelo.

— Queria que existisse alguém como você.

— Eu tenho uma irmã — eu disse, para depois pensar no que tinha dito — Não, nossa. Que estranho. Eca. Não!

Nicolas riu e sentou na cama novamente. Se debruçou sobre mim e beijou minha testa. Esse foi o exato momento em que minha porta se abriu com um baque e Maxon entrou furioso. Depois de tomar uma bronca da Marlee vulcão hormonal e discutido com Kriss por telefone, eu meio que já esperava pela hora que Maxon apareceria. Ele olhou para Nicolas e eu com raiva.

— Que merda é essa? — ele gritou.

Nicolas levantou devagar, com o cenho franzido.

— Quem é você? — ele perguntou.

— O namorado dela. O que está acontecendo aqui? — Maxon gritou.

— Estava apenas me despedindo dela — Nicolas disse, calmamente, com as mãos levantadas em um gesto de paz.

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