65. Maxon

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A vida de pai não é como imaginei. Eu pensava ter mais momentos divertidos, risadas e coisas novas. Mas estava ficando monótono. Eu ia trabalhar durante o dia e durante a noite, ajudava a America com os bebês. Eles choram muito.

Mesmo com minha mãe e a mãe da America aqui, a rotina é pesada. Minha mãe se encarregou de fazer as refeiões enquanto a mãe da America mantém a casa limpa e arrumada. Isso ajudou muito, mas ainda assim, America mal tem tempo para mim.

Parece um tanto egoísta eu querer mais dela, mas é como eu me sinto. Não conseguimos conversar quinze minutos sem ela sair correndo por ouvir alguma coisa. Ela ainda está em resguardo, o que está praticamente me levando a loucura.

Marlee e Kriss vem todo final de semana para fazer companhia a Meri, menos tempo para mim. Pelo menos Aspen e Carter também vem.

Hoje é mais um desses dias. As mulheres estão lá em cima, com os bebês enquanto eu estou na sala vendo televisão.

- Trouxe cerveja – Aspen disse, colocando algumas garrafas na mesa e sentando ao meu lado.

- E Carter? – perguntei.

- Acho que está com Kile.

Antes mesmo de eu falar alguma coisa, a porta abriu e ele entrou. Com toda a delicadeza de um pai zeloso, carregando o filho igual se carrega saco de batata. O menino ria, então ele deve gostar. Farei isso algum dia com os meus.

- Qual a boa? – ele perguntou, jogando a criança na poltrona.

- Você não deveria tomar cuidado? – perguntei.

- Não. Ele gosta.

- Sendo seu filho, não me surpreendo – Aspen disse.

- Posso te perguntar uma coisa? – perguntei a Carter.

- Claro – ele disse, pegando uma cerveja e sentando ao meu lado.

- Como você sabe do que ele gosta ou não?

- Eu faço uma vez, se ele rir é porque gostou.

- E se não rir?

- Dai não faço mais.

- E se machucar ele?

- Crianças não são de vidro Maxon – Aspen disse.

- Escute a ele – Carter disse, apontando para Aspen – ele teve muitos irmãos e devia bater em todos.

- Eu não batia. Apenas testava os limites. Os tornei fortes.

- Claro – falei.

- Mas qual o seu medo? – Carter perguntou.

- De machucar eles.

- Pode acontecer.

- Obrigado.

- Não, é sério. Mas faz parte. Desde que não os deixe cair de cabeça.

- Eles são bem menores do que Kile quando nasceu.

- Gêmeos são assim mesmo – Aspen disse – minhas irmãs era minúsculas, pareciam de mentira.

- E mais uma vez, Aspen com a voz da sabedoria – Carter debochou.

- Vai se fuder – Aspen disse, rindo.

- Mais alguma duvida? – Carter perguntou, rindo.

- Como você suportou esse tempo de resguardo?

- Ah, já está pensando nas saliências não é?

- Já estou? – perguntei, erguendo a sobrancelha – nunca parei.

A Seleção - Uma vida normalOnde histórias criam vida. Descubra agora