26. Ainda estou com raiva

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— Porque esta me olhando assim? — perguntei a ele.

— Estou pensando em como começar.

— Começar o que?

— Você não acha que deveríamos conversar?

— Bom, acho.

— Então.

— Não precisa ser grosso.

Maxon pareceu pensar. Continuou me olhando. Suspirou e engatinhou ate mim, sentando ao meu lado. Fiquei estática, evitando contato visual. Precisava ser forte, e a proximidade me deixava confusa.

— Você ainda gosta de mim? — ele perguntou.

— Sim — respondi rapidamente.

— Você gosta do Dimitri?

— Bem direto.

— Responde.

— Não sei

— Se gostasse de mim, não teria duvidas.

— Se você não estivesse sendo um idiota, nada disso estaria acontecendo.

— O cara te beijou. Quer que eu me sinta como?

— A Daphne te beijou.

— Mas você viu. Viu que eu não retribui. Viu que foi só aquilo

— Sim. Eu vi. E me doeu ate a alma. Preferia que não tivesse visto.

— Pois não prefira. Porque quando você não vê, fica por conta da sua imaginação.

— Eu já disse que não foi um beijo de verdade.

— Mas você não o impediu. Você deixou.

— Eu fiquei sem reação!

— Na minha cabeça, existe a imagem de vocês de beijando.

— Eu não aguento mais! Já te expliquei milhões de vezes!

— Nenhuma é suficiente! Nada é. Dói America.

— E você acha que não doeu em mim? Vê-la te beijando?

— Eu sei que doeu. Mas mesmo quando eu era inocente na historia, eu fui atrás de você e fiquei longe da Daphne. Você não. Você se afastou de mim e deixou o Dimitri se aproximar.

— Eu não fiz isso!

— Fez sim. E a prova disso foi a cena que eu vi depois da aula.

— Ele veio apenas entregar meu carro.

— Claro. Porque quando se vai dar um carro para a outra pessoa, você mexe no cabelo dela, da um beijo na testa e troca sorrisos encantadores.

— Eu estava dizendo para ele que se eu não te amasse, se você não existisse, eu poderia ser feliz com ele.

— Ah. Então eu que te impeço de ser feliz? Pois não se incomode, vá em frente.

— Não seu idiota. Eu não disse que era infeliz, apenas que ele é um cara bom.

— Não vou ficar mais no seu caminho.

— Da para você parar de drama? Eu já falei que te amo, já me aproximei e já dei todos os sinais de que quero você, e você vai continuar recuando? Quer saber? — eu disse, levantando — vou tentar abrir a porta e novo.

Senti a mão de Maxon segurar minha panturrilha. Parei e olhei para sua mão. Ele não olhava para meu rosto, e sim para onde segurava. Involuntariamente virei de frente para ele. Maxon deslizou sua mão ate minha coxa, enquanto ficava de joelhos. Ele finalmente subiu o olhar para meu rosto, seu olhar era indecifrável.

A Seleção - Uma vida normalOnde histórias criam vida. Descubra agora