64. Porque esse espetáculo eu não perco

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Tudo parecia devagar demais, dolorido demais, cheio demais, calor demais. Maxon estava mais nervoso do que eu, pelo visto. Fomos o centro das atenções no restaurante, já que eu andava com dificuldade, Maxon gritava e os funcionários me ajudavam a chegar até a rua.

Eles chamaram um taxi, mesmo os dois estando de carro. Achei melhor assim, já que eu não tinha condições de dirigir. Muito menos Maxon.

Péssimo dia crianças, péssimo dia. Estava quente e cheio de carro na rua. O taxista buzinava pedindo passagem enquanto eu sentia as contrações cada vez mais fortes. Maxon mandou mensagem para nossos familiares e amigos, avisando o que estava acontecendo.

Claro que aquilo tudo chamaria atenção da policia, que fez o favor de ir até nós para conferir o motivo daquele alvoroço. Maxon já estava com a cabeça para fora, gritando que eu estava dando a luz antes mesmo do guarda chegar perto.

No final até que foi bom, já que ele voltou para o carro e ligou a sirene, pedindo passagem dentre os carros até o hospital.Quando finalmente chegamos, nossos amigos já estavam lá.

- Nossa, achei que tinham nascido na rua – Carter disse, enquanto eu era colocada em uma cadeira de rodas.

- Porque demoraram? – Kriss perguntou.

- Vocês não pegaram engarrafamento? – Maxon perguntou, me empurrando até a recepção.

- Na verdade não. Estava tudo tranquilo – Aspen disse.

- Que sorte a nossa – reclamei.

- Olá, precisamos de um quarto privado, ela está em trabalho de parto – Maxon disse.

- Todos os privados estão ocupados senhor – a recepcionista disse, sem prestar atenção.

- Nós fizemos pré natal aqui. Deixamos esse quarto pago antecipado.

- Me passe o nome por favor, para eu conferir.

- Schreave – Maxon disse, impaciente.

- Bom senhor, diz aqui que o quarto está reservado para o mês que vêm.

- Como pode ver, senhora – falei, me esticando para olha-la – partos normais não são agendáveis!

- Desculpe senhora, mas..

- Mas nada! Eu quero um quarto privativo – Maxon gritou, enquanto eu gritava de dor.

- Ai meu Deus! – gritei, segurando a barriga.

- America? – ouvi algum me chamar e olhei.

- Nicholas! – suspirei aliviada – não sabia que você trabalhava aqui.

- Fui transferido – ele disse, olhando em volta - o que está acontecendo?

- Problemas para conseguir um quarto privativo – Marlee disse.

Ele rolou os olhos e foi para trás do balcão. Tomou o lugar da recepcionista enquanto Maxon abaixava ao meu lado para me acalmar.

- Quem é a obstetra? – Nicholas perguntou.

- Tiny – Maxon respondeu.

- Quarto 427a – Nicholas falou, pegando o telefone – vão indo que irei chamar a médica.

Maxon não esperou um minuto sequer, apenas começou a empurrar minha cadeira até o elevador. Aspen foi à frente, para segurar a porta. Lotamos o elevador.

Quando chegamos ao quarto, Carter abriu a porta. Era grande e todo branco, como eu imaginei que seria.

Marlee conseguiu algumas lascas de gelo, porque ela disse que só podemos beber isso nesse momento, não sei por quê. Kriss cuidou de ajeitar a cama para mim. Maxon me ajudava a subir na cama. Carter e Aspen andavam de um lado para o outro, parecendo aflitos.

A Seleção - Uma vida normalOnde histórias criam vida. Descubra agora