55. Como você vai fazer?

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- Não entendo porque vocês não esperam voltar de viajem para se mudar — Carter disse, trazendo uma caixa.

- Porque nossa passagem só está marcada para amanhã a noite — Aspen respondeu, vindo atrás com mais uma.

Enquanto os meninos conversavam na sala, trazendo todas as caixas do quarto da Kriss para próximo a porta, as meninas e eu estávamos fazendo o almoço na cozinha.

- Tem certeza que vai ficar bem aqui sozinha? — Marlee me perguntou.

- Tenho amiga.

- Vai lá para casa, por favor.

- Não. Eu consigo me virar. Estou bem.

Ela deu de ombros e virou para o fogão. Caminhei até a geladeira, sentindo os olhos de Kriss sobre mim. Olhei para ela, com a mão na cintura.

- Fale — exigi.

- Você nunca explicou o que aconteceu entre você, Maxon e Claire no meu casamento — ela disse.

- Ela estava dando em cima dele, eu surtei e nós brigamos — respondi, pegando um refrigerante — grande coisa.

- E o que aconteceu no banheiro? — Marlee perguntou.

- Banheiro? — Kriss perguntou, olhando para ela.

- Maxon se aproximou com um guardanapo com gelo. Dai eu me afastei e fiquei olhando de longe.

- Marlee — tentei a impedir, mas ela mal me ouviu.

- Dai a Meri correu para o banheiro e ele foi atrás. Saíram alguns minutos depois, um para cada lado.

- Ah não — Kriss suspirou — vocês não..

- Eu não quero falar sobre isso — reclamei, me apoiando no balcão.

- Vocês transaram! — Marlee gritou.

Olhamos para trás e os rapazes estavam estáticos, nos olhando. Que vergonha.

- O que foi? — perguntei — achou que a Kriss fosse exclusividade sua? Ela também é minha.

Carter gargalhou, enquanto Aspen fechava a cara. Maxon falou algo em voz baixa que pareceu acalma-lo. Os três voltaram a trabalhar. Kriss bufou e se aproximou.

- Desembucha Singer — ela disse.

- Tudo bem Kriss. Sim, nós transamos. Mas foi.. Quer dizer.. Não foi.. Eu não sei o que pensar.

- Mas vocês não conversaram depois? — Marlee perguntou.

- Não.

- Meri. Como vocês irão se acertar assim? — Kriss perguntou.

- Quem disse que vamos? — perguntei, me afastando e indo até a sala.

Não deu para ouvir do que eles falavam, mas pararam assim que cheguei. Nada sutil. Peguei uma caixa e passei a fita nela, lacrando. Kile ficava me olhando, atento e eu dei um pedaço de fita adesiva para ele, o que pareceu a coisa mais interessante do mundo para ele. Era tão engraçado assisti-lo tirar a fita de uma mão e colar na outra. Kriss e Marlee continuaram na cozinha. Eu me ocupei lacrando caixas até o almoço ficar pronto. Todos nós sentamos para comer, mas foi o almoço mais silencioso da história. Só se ouvia os talheres batendo nos pratos.

Kriss foi para a sala terminar de lacrar as caixas enquanto eu lavava a louça e Marlee guardava. Ela me fez o favor de não fazer perguntas. Eu já estava cheia dessa história. Nossos amigos pareciam cobrar que Maxon e eu voltássemos. Eles precisam entender que término é término. Fim de papo.

A Seleção - Uma vida normalOnde histórias criam vida. Descubra agora