31. O começo

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— America? Esta acordada? — Kriss gritava a minha porta.

— Não!

— Chegou uma carta para você!

— Depois eu vejo!

— To indo para o trabalho. Marlee já foi. Vou deixar a carta em cima da mesa.

— Tchau!

— Sempre um doce de pessoa.

Ótimo, agora que acordei, não consigo mais dormir. Melhor eu sair, comer algo e ver o que é essa carta. Faz alguns meses que não tenho nenhum trabalho. Ser uma artista independente e anônima pode ser bem frustrante.

Me arrastei para fora do quarto, usando minha calça de moletom cinza e minha regata preta e peguei as correspondências. Alem das contas, tinham uma carta para mim, de uma empresa. Era uma empresa estrangeira que tinha chegado há pouco tempo aqui em Angeles. STC Global Inc. é uma empresa grande, de tecnologia da informação e comunicação.

Tudo a respeito dessa empresa ainda é um mistério. Pouco se sabe a respeito dela. E agora, eu recebo uma carta de lá? Não me lembro de ter sequer enviado meu contato. Abri a carta, curiosa.

"Srtª America Singer,

Por meio desde, venho solicitar uma obra de sua autoria. Uma escultura moderna. Peço-lhe que me entregue na sexta feira e lhe pagarei em espécie assim que tiver a obra em mãos. Ouvi muito bem a respeito de seu trabalho.

Att.: Presidente da STC Global Inc. Sede Illéa."

Certo, isso é muito estranho. Uma pessoa me pede uma escultura moderna sem especificações, sem consulta de preço, sem nada? Quem disse meu nome? Não entendo? E ainda me dá apenas três dias para elaborar, executar e levar a bendita escultura indeterminada?

Estou a tanto tempo sem um trabalho, que não posso recusar esse. Ainda mais vindo da empresa mais misteriosa do momento.

— Melhor eu ir trabalhar — disse a mim mesma, peguei um suco e rumei em direção ao meu ateliê.

Fiquei alguns minutos fazendo esboços. Mas nenhum me agradava. Nada me agradava! Eu devia ter uns dez desenhos diferentes. Ouvi um barulho vindo da sala, peguei meus desenhos e fui ate lá.

— Bom dia — Aspen disse quando me viu.

— E aí? — eu disse, sentando a mesa.

— As meninas já saíram? — Carter perguntou, aparecendo de não sei onde.

— Já sim. Não vão trabalhar hoje? — respondi.

— Só mais tarde — Aspen disse, olhando dentro da geladeira — Não tem nada de bom para comer não?

— Já olhou na sua geladeira? — perguntei, fazendo cara de inocente.

— Não, lá só tem cerveja — Aspen respondeu, pegando a caixa de suco — onde esta o pão de forma?

— Aqui — Carter disse, jogando o pão que estava em cima da bancada para ele.

— Preciso de ajuda — eu disse, colocando os papeis espalhados na mesa.

Os dois se aproximaram e ficaram olhando para os desenhos.

— Já estão prontos. Para que precisa de nós? — Carter perguntou.

— Eu recebi uma encomenda muito vaga. Querem uma escultura moderna. Mas só disseram isso.

— Todos parecem ótimos. Qual o problema? — Aspen perguntou, sentando.

A Seleção - Uma vida normalOnde histórias criam vida. Descubra agora