41. Marlee

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— Mãe? Estamos indo — gritei em sua porta.

Ela abriu apressada.

— Mas já filha?

— Sim. Combinamos com a Meri que não iríamos tarde, por causa do trabalho e tal. E ainda temos que passar na casa da mãe dele para nos despedirmos.

— Ah sim. Então tudo bem.

Ela me abraçou forte.

— Quando fizer o teste, me ligue — ela pediu — tem certeza que não quer fazer aqui?

— Não estou pronta ainda mãe. É tudo meio repentino.

— Entendo.

Ela me abraçou de novo e meu pai apareceu.

— Tchau minha menina. Vá com Deus. E avise quando chegar — ele disse.

— Tudo bem pai.

— Onde está o Carter? — minha mãe perguntou.

— Estava levando nossas coisas lá para a porta — respondi.

Carter apareceu logo em seguida. Abraçou minha mãe e apertou a mão do meu pai. Apoiou o braço em meus ombros e viramos para ir embora. Quando chegamos à porta, Carter parou e virou para meus pais.

— Tenho que fazer isso direito — ele disse.

— O que? — perguntei.

— Sr. Tames, você me concede a mão de sua filha?

— Ah meu garoto, é claro que sim! Você já é da família — meu pai respondeu, o puxando para um abraço.

Minha mãe olhou para ele orgulhosa e depois sorriu para mim. Sorri de volta e esperei.

— Cuide bem da minha garotinha — ele disse, soltando meu noivo.

— É o que pretendo. Eu amo sua filha — Carter respondeu.

Senti meu rosto corar. Carter voltou para o meu lado e colocou o braço em meu ombro novamente. Nos despedimos e fomos embora. A casa da mãe dele não é longe, por isso decidimos ir andando, olhando a paisagem.

Eu preciso conversar com ele em paz, e assim terei uma boa oportunidade. Olhei para trás, e já não víamos mais meus pais. É agora. Não. Melhor esperar. Melhor nos despedirmos da mãe dele e depois conversarmos. Ainda temos a caminhada até a casa da Meri.

Quando chegamos, a mãe dele nos recebeu muito feliz e pediu para comermos algo com ela. Eu sei que ela vive aqui sozinha, por isso, não me importe de comer mais. Estou morrendo de fome mesmo. Entramos e sentamos a mesa, assistindo a mãe dele para lá e para cá.

— Eu sabia que esse dia finalmente chegaria — ela dizia, eufórica — vocês vão se casar! Meu menininho vai casar!

— Calma mãe! — Carter disse, rindo.

— Calma nada! Esse é o momento mais feliz para uma mãe! Vou te levar na igreja, direto para sua felicidade! Quando vai ser?

— Ainda não sabemos — respondi — Mas queríamos que fosse aqui, em Carolina.

— Ah! Será perfeito! — ela disse, juntando as mãos sob o queixo.

— Queremos um casamento simples — Carter disse — Amigos e família. Só quem realmente importa.

— E onde vão morar depois disso? Vão voltar? — ela perguntou.

Me senti mal. Ela parecia esperançosa. Olhei para Carter, sem reação. Ele respirou fundo.

A Seleção - Uma vida normalOnde histórias criam vida. Descubra agora