Primeiro Dia

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Sukuna estava irritado, e o motivo de sua irritação era um garoto de cabelos rosas que não o ouvia em absoluto.
Yuji. Seu irmão gêmeo.
As férias tinham acabado e aquele era o primeiro dia de aula em um colégio misto para Yuji. Ele estava nervoso e curioso. Olhava para todos como se fossem anomalias.
O que aumentava a sua já alta taxa de irritabilidade. Tudo o que queria era ter um dia normal ou o que podia se chamar de normal, já que agora a onde ia, um clone seu o acompanhava.

Tinham chegado tarde por culpa de Yuji e por isso estavam bebendo café comprado em uma máquina, algo que Sukuna odiava. Apesar disso tinha bebido o seu e se apropriado do de Yuji.
Todos na entrada os encaravam, algo que não o incomodou tanto quanto pensava. Mas Yuji era diferente e se escondia atrás dele como um filhotinho assustado, ou ao menos o fazia até  escutar aquele maldito chamar seu nome.

-Yuuujiii! -Satoru prolongou aquele nome que tinha repetido inúmeras vezes e que aparentemente não se cansaria de pronunciar.

-Sempai! -Yuji respondeu com o seu tradicional sorriso brilhante.

-Yuji! -O garoto de óculos lhe deu as costas, indignado por ser chamado por um honorífico.

-Me desculpe, me desculpe... Satoru. -Disse ainda com um pouco de timidez.

Satoru o abraçou inspirando o cheiro doce de seu cabelo, que para ele eram cerejas maduras.

-Bastardo! -Sukuna o puxou com força desvencilhando Yuji de seus braços.

-Sukuna, pare! -Yuji se interpôs entre os dois.

-Yuji, não defenda essa rata albina!

-Por favor parem, ainda é muito cedo para ouvir suas vozes irritantes. -Shoko murmurou olhando entediada para eles.

Vendo como Satoru sorria, a vontade de o estrangular crescia a cada segundo. Percebendo suas intenções, Suguro assim como Yuji já estava fazendo, ficou entre os dois.

Sukuna conhecia o garoto de óculos muito bem para saber que suas intenções com seu irmão não eram as mais puras. Notava como ele o olhava sempre que Yuji estava distraído ou como sempre fazia de tudo para o tocar. O que a princípio o surpreendeu já que seu amigo até aquele momento só tinha interesse em mulheres. Ele podia estar enganado quanto as intenções do albino, ou melhor, ele torcia para estar. Satoru tinha um aparência angelical e em frente a adultos se comportava como um verdadeiro cavalheiro, mas Sukuna já tinha visto inúmeras vezes seu lado obscuro. Ele não tinha uma má fama como a que o itadori mais velho ostentava, mas sabia muito bem sobre seus relacionamentos amorosos, ele nunca ficava com alguém por muito tempo, eram apenas diversões de uma noite. A última coisa que ele queria era que seu irmão se tornasse mais um nome na sua lista.

-Vamos! -Sukuna agarrou o braço de Yuji e começou a o arrastar atrás de se. 

-Sukuna espere, eu quero ficar um pouco mais com os sempais. -Se soltou se afastando dele.

-Yuji nós temos a mesma idade, então não somos exatamente seus sempais. -Suguro comentou ainda impedindo que Satoru fosse mutilado pela fera de nome Sukuna.

-Não frustre meus sonhos Suguro-Sempai. -Yuji cruzou os braços fingindo estar magoado.

-O chame como quiser, eu não me importo. Apenas vamos. -Sukuna o agarrou novamente, desta vez com mais força

-Sukuna, não! -Yuji se retorceu, desprendendo do agarre de seu irmão.

-Garoto! -Bufou exalando impaciência.

-Eu disse não, e aliás isso é meu! -Yuji pegou a lata de café de sua mão.

-Eu paguei, então é meu! -Sukuna a pegou de volta.

ENTRE O AZUL E O INFINITOOnde histórias criam vida. Descubra agora