Tempo

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Duas semanas tinham se passado desde que Sukuna tinha descoberto os segredos que Yuji ocultava.

Duas semanas em que ele estava morando na casa de seu avô, fugindo de tudo e de todos. Porque o Itadori se negava a aceitar tudo o que agora sabia, porque se aceitasse essa sería sua ruína.

Ele fazia o possível e o impossível para não se lembrar do que aconteceu naquele apartamento, empurrava o máximo que podia as suas lembranças para o fundo de seu subconsciente. Porém estava apenas mascarando tudo, porque ele não conseguia realmente esquecer, principalmente quando tudo o fazia constantemente se recordar.

Era uma falsa fuga.
Pois ainda via Yuji no colégio, apesar de se manter o mais longe que podia dele. Ainda recebia ligações do homem que dizia ser seu irmão mais velho; Choso. Ainda ouvia aqueles a quem ele um dia considerou seus amigos o implorarem para que ele conversasse com seu gêmeo. Ainda via o olhar triste e cheio de repreensão de seu pai, quando tinha que voltar a casa para pegar algo que necessitava. O único que não dizia nada e compreendia o que estava sentindo naquele momento era seu avô, ele não o precionava, nem perguntava nada, apenas permanecia ao seu lado em um apoio silencioso, que era tudo o que Sukuna desejava.

Estava deitado na pequena varanda da casa do velho Wasuke observando o céu azul e as nuvens no céu, algo raro pois  ainda era inverno, era o início da tarde e tudo o que ele queria era voltar para cama. Era sábado e nestes dias o garoto de cabelos rosados ficava em casa vendo séries e jogando seus vídeo-games, mas agora já não podia fazer mais isso, afinal tudo o que precisava estava na residência da família Itadori e ele não tinha a menor vontade de ir até lá e encontrar seu irmão acidentalmente.

Tudo o que restava a ele agora era observar o seu entorno e suspirar entediado, algo ao qual não faría por muito mais tempo, pois seus olhos começavam a se fechar lentamente. Deveria entrar e se aquecer no Kotatsu que seu avô mantia na sala, se permanecesse naquele local poderia se resfriar, porém não era como se realmente se importasse com sua saúde ou sem bem estar.

Se enrolando no cobertor que tinha trazido consigo, como se fosse uma lagarta em seu casulo, deixou suas pálpebras caírem e dormiu rapidamente. Só esperava não ser atormentado novamente, por todos os pesadelos que vinha tendo durante aquelas noite gélidas.

 Só esperava não ser atormentado novamente, por todos os pesadelos que vinha tendo durante aquelas noite gélidas

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-É o correto a se fazer... É o que eu deveria ter feito desde o início. -Choso murmurou para se mesmo, de frente ao pequeno portão da casa que observava atentamente.

Com mãos firmes o abriu e entrou, não foi em direção a porta, mas sim aos fundos do local. Pois era lá que encontraria a quem estava buscando.

Durante todos aqueles dias Choso se culpou pelos trágicos acontecimentos, que destruíram as relações que todos mantiam. Amigos já não eram mais amigos, amantes já não eram mais amantes e principalmente, irmãos já não eram mais irmãos.

Tinha que resolver tudo de alguma maneira, não podia permitir que todos continuassem a existir sem realmente viver. Não podia permitir que Yuji continuasse preso em culpa e infelicidade. Por isso tinha decidido ir conversar com Sukuna; através dos amigos dos dois, soube que o garoto agora estava vivendo com o avô e graças a garota de nome Uraume tinha o endereço.

ENTRE O AZUL E O INFINITOOnde histórias criam vida. Descubra agora