Bebidas, Beijos e Brigas [Parte 3]

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Satoru não queria que Yuji jogasse aquele jogo. Era óbvio que não bebia com frequência, não estava acostumado a grandes quantidades de álcool, como ele, Toji e Sukuna. Yuji era apenas um pequeno anjo puro e inocente.

Estava errado.
Satoru estava completamente errado.
Se sentia enganado. Em nenhum momento pensou que Yuji tivesse tanta resistência ao álcool, tinham bebido em várias rodadas e parecia que poderia participar de muitas outras. Estava praticamente sóbrio, não como Junpei, que parecia prestes a cair em coma alcoólico. Algo ao qual poderiam culpar a Toji, já que este era quem enchia o copo do pobre Yoshino, Satoru jurava que a quantidade servida ao garoto, era maior do que a servida a qualquer um dos outros, sentados ao redor daquela mesa.

Grande parte do que todos afirmavam nunca terem feito, eram coisas simples e nem um pouco difíceis de responder, e Satoru agradecia aos céus que não eram nenhum pouco comprometedoras. Ou não eram, até o que Toge disse.

Satoru nunca tinha beijado um garoto por vontade própria, antes de Yuji. Realmente existiu aquele acidente com Nanami no festival escolar do ano anterior. Para ele tinha sido engraçado, ele tinha planejado apenas assustar seu amigo loiro, mas em apenas um segundo, tropeçou, e em seguida em uma queda espetacular, seu corpo caiu sobre o dele e em uma série de giros sobre a escadaria do segundo andar, Nanami terminou sobre ele, e seus lábios se tocaram. Kento tinha ficado vermelho como um tomate, enquanto Suguro os ajudava a se levantarem. Para a desgraça dos dois, Sukuna e Shoko também estavam presentes, e não demorou muito para que as gargalhadas deles dois se tornassem zombarias, sobre o que segundo eles tinha sido, um beijo de amor verdadeiro.

Para Satoru aquilo foi algo insignificante, sem qualquer importância, mas seu Yuji-Kun talvez não visse da mesma forma que ele. Queria se explicar, não gostaria de que existissem mal entendidos entre os dois. Algo como aquilo poderia arruinar tudo. Estava decidido a falar, mas a mão de Suguro em seu braço o impediu, mesmo sem palavras ele entendeu o que seu amigo queria dizer. Aquele não era o lugar adequado e nem o momento certo, para ele e Yuji conversarem.

Se sentiu grato quando Geto o ajudou a remediar um pouco a situação. E pode respirar aliviado, pelo menos até que ouviu a voz de Toji perguntando se Megumi, Junpei e seu Yuji-Kun, já tinham se beijado. Aquilo fez o sangue de Satoru ferver, ninguém tinha o direito de beijar Yuji alem dele. Aqueles lábios rosados e macios eram so dele e de ninguém mais. Tinha ouvido a explicação de Megumi do porque de terem feito tal ato, que para Satoru era algo inconcebível. Mas mesmo assim, sua fúria não tinha sido apaziguada. O garoto de óculos acreditava que era o primeiro homem que Yuji tinha beijado, saber que antes de seus lábios se tocarem, eles já tinham sido profanados por outra pessoa, o deixava irritado. Mesmo que tenha sido apenas por uma aposta, ainda assim se sentia triste, e em certa parte enganado. Era um idiota por isso. Não tinha o direito de julgar o que Yuji fez no passado. Talvez o que sentia agora por saber que Yuji tenha beijado Junpei, era o mesmo que seu pequeno esteja sentindo, por saber que ele beijou Nanami.

Satoru não queria ter conclusões precipitadas, por issso, esperaria o momento correto e esclareceria tudo com ele. Era o que queria, mas aparentemente este não era o seu dia de sorte, deveria ter saído daquela sala no segundo em que Toji propôs aquele maldito jogo. Uma pergunta simples o tinha deixado cheio de dúvidas novamente. Yuji tinha sido o primeiro e único a quem Satoru tinha confessado seus sentimentos. Mas para Yuji não era o mesmo. Ozawa Yuko. Era o nome dela, seja quem ela fosse. Talvez não fosse alguém realmente importante, já que o que Yuji disse depois não fez muito sentido, porém isso não diminuía seus ciúmes.

Cansado daquele jogo Satoru disse a primeira coisa que surgiu a sua mente, era algo bobo, mas era verdade. Jamais tinha tido uma festa de aniversário surpresa. Tinha ficado feliz pelas palavras de Yuji. Apenas um de seus sorrisos brilhantes tinha aquecido seu coração. O garoto mais velho queria o beijar. E o beijaria se não existisse a grande possibilidade de Sukuna o matar na sala de sua casa. Por mais que o achasse ridículo, não queria manchar de sangue o tapete caríssimo de sua mãe.

ENTRE O AZUL E O INFINITOOnde histórias criam vida. Descubra agora