Ilusão

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"Você é o mais forte porque é Gojo Satoru ou é Gojo Satoru porque é o mais forte?"

Essa foi a pergunta que seu melhor amigo Geto Suguro o fez, quando os dois estavam tão bêbados a ponto de não se lembrarem de onde estavam.

O albino jamais soube o que o responder, já o garoto de longos cabelos negros nem mesmo se lembrava de ter o questionado.

Satoru sempre se considerou o mais forte, o mais inteligente, o mais belo, o mais alto, o mais rico; definitivamente e inigualávelmente o melhor, mesmo que isso não fosse algo verdadeiro.

Ele foi alguém que cresceu podendo ter tudo o que desejava, não importava o quão caro fosse ou a dificuldade de o conseguir, sempre soube que em algum momento o que queria, se tornaria seu. Entretanto apesar de ter crescido em meio a todas essas possibilidades, que seríam o sonho de qualquer criança, Satoru não se sentia realmente feliz, afinal seu maior desejo sempre foi querer estar próximo ao seus pais. Por isso sua infância não foi comum, como a da maioria das crianças da sua idade.

Com o passar do tempo começou a se esconder atrás de um complexo de superioridade, para que não víssem sua verdadeira face, era soberbo e arrogante, pretensioso e orgulhoso, porém Satoru jamais se tornou uma pessoa gananciosa, ele abandonou este sentimento quando ainda era apenas um garotinho, que queria com todas as suas forças estar com aqueles a quem mais amava e estes apenas o desprezavam com sua indiferença.

Mas então alguém surgiu em sua vida monótona e acinzentada, uma luz brilhante e cálida que iluminou toda a tristeza e infelicidade, que a tempos viviam em seu peito.

No momento em que seus olhos azuis encontraram os castanhos avermelhados dele, a ganância ao qual Satoru tinha deixado jogada no fundo da gaveta de seu ser, resurgiu com mais força do que ele poderia imaginar.

Pela primeira vez depois que engoliu suas vontades e quereres com relação ao seus pais, aquele sentimento ardente de querer fazer com que algo se tornasse seu, sem se importar com as consequências dos seus atos o consumiu novamente.

Satoru queria Yuji.
Queria que ele fosse seu e apenas seu.
O desejava de todo o seu coração.

Ignorando a tudo e a todos, foi o mais ganancioso possível e arrebatou aquela luz para ele.

Yuji era um ser puro e angelical que iluminava aqueles ao seu redor e que deixava largos sorrisos no rosto daqueles que estivessem em sua presença. Por isso o albino começou a ser cada vez mais ganancioso, porque quanto mais de Yuji ele tinha, mais ele queria.

Era egoista o monopolizar como o fazia, ainda assim por seu pequeno algodão-doce, Gojo sería eternamente um homem cheio de ganância e está agora estava em seu ápice, praticamente transbordando de sua xícara.

Ele já não se sentia satisfeito em ter um pouco dele, queria tudo. Tudo!

O que o levou até este momento presente, em que dária o primeiro passo para realizar o seu maior desejo.

A semanas atrás Yuji tinha revelado o motivo da sua inquietação para Satoru. O Itadori tinha um outro irmão além de Sukuna e por medo da reação do seu gêmeo, não tinha o contado a verdade. E agora este irmão a quem seu namorado tinha chamado de Choso, tinha vindo até Tokyo para conhecer Sukuna.

Seu adorável Yuji-Kun estava assustado, não podia imaginar como o outro garoto reagiria. O albino não sabia o que dizer para seu amante, então apenas o confortou como pode, o apoiando em sua decisão, mesmo que não tenha sido a mais correta.

Apesar de não se sentir pronto, naquele dia conheceria a Choso e apesar de seu exterior se mostrar calmo e sereno, por dentro era um mar turbulento. Yuji tinha o dito, que o homem já sabia que eles estavam namorando, que quando esteve em seu apartamento, viu a foto que ele mantia em seu quarto, em que os dois apareciam abraçados e sorridentes e que este o perguntou quem era o garoto de cabelos brancos na fotografia e que apesar de ter mentido, dizendo que era um amigo próximo, Choso deduziu que Satoru era muito mais, que era a pessoa por quem Yuji suspirava e sorria constantemente.

ENTRE O AZUL E O INFINITOOnde histórias criam vida. Descubra agora