ENTRE O AZUL E O INFINITO

Férias de Verão [Parte 3]

Sukuna estava de pé no centro da cozinha, suas mãos descansavam em seu quadril, enquanto pensava em o que poderia fazer para o café da manhã.

Proximo a ele estavam Suguro e Nanami, os únicos em que ele confiava um pouco para que o ajudasse.
Os únicos que não incendiariam a cozinha, e que não intoxicariam todos com seus pratos intragáveis. Algo que aconteceria, se seus outros amigos, colocassem apenas um pé naquele cômodo.

Shoko provavelmente os alimentaria com cigarros, Toji cozinhava bem, ao menos é o que parecia, pelo o que via nos obêntos que preparava, mesmo assim, preferia que ele não o ajudasse, não queria se arriscar a ter uma terrível dor de estômago. A comida de Yuji era tragável, apesar de ser um pouco sem sabor, já que este limitava o uso de temperos. Jamais comeu algo que Megumi preparou, mas segundo seu irmão, o garoto de cabelos negros cozinhava muito bem. Algo que Sukuna já imaginava, afinal Megumi claramente era bom em tudo o que fazia. E então estava Satoru, alguém que em toda a sua vida, jamais tocou em uma panela sequer, era provável que para ele; frutas, legumes e vegetais eram exatamente a mesma coisa. Apesar de tudo, Sukuna não podia o culpar, afinal o albino sempre teve empregados para fazer aquilo que desejasse. Talvez ele fosse igual, se fosse estupidamente rico como o maior era.

-...Mama eu estou com fome!

Sukuna sentiu as veias de seu pescoço pulsarem, pela pressão de conter a raiva que ameaçava transbordar.

-Me chame assim novamente rata albina, e eu vou te fazer, realmente querer a sua mãe. -Grunhiu enojado.

-Tão agressivo. -Rodou os olhos, com um sorriso provocativo. -Não se irrite muito Ryomen, isso não faz bem para o seu coração.

Sukuna ameaçou avançar na direção do albino, mas foi impedido por Suguro.

-Vocês dois se acalmem.

-É melhor ouvirem o que ele diz, não vêem que está armado. -Disse Shoko zombeteira.

-Oh Sim!! Uma colher é realmente perigosa! -Toji afirmou, vendo a colher na mão de Geto.

-...

-Nossa mãe sempre bate nele com uma colher, quando chega tarde em casa. -Megumi solucionou as dúvidas de todos, que observavam o garoto da cicatriz, como se fosse um completo maluco.

-...Sendo uma arma ou não. -Suguro comentou. -É melhor começarmos a preparar a comida. -Se aproximou de Sukuna. -E quanto a vocês, se sentem e esperem pacientemente, como boas crianças que são. -Sorriu e todos se arrepiaram com pavor.

Esquecendo todos que estavam ao seu redor, Sukuna se concentrou apenas nos sons e fragrâncias do que preparava. Cozinhar o relaxava. Tinha aprendido desde de quando era apenas um garotinho. Seu pai saía para trabalhar muito cedo, não tinha tempo para preparar o café da manhã, pois a empresa ficava longe de onde viviam. E por este mesmo motivo, sempre chegava tarde. Por isso ele mesmo fazia tudo, ou ao menos o que conseguia. No início, tudo ou estava queimado ou era algo que nem mesmo os cães de rua comeriam, porém com o tempo aprendeu o tempo de preparo de cada alimento e a quantidade de temperos necessários. Daquele momento em diante, todas as refeições eram preparadas por ele, exceto aos finais de semana, onde seu pai era o responsável.

Agora que Yuji vivia com eles, também os ajudava, mas por viver tantos anos em outro país, ainda não conhecia muitos pratos japoneses além daqueles que ele mesmo e seu pai o ensinaram. Entretanto eram bons, definitivamente melhor do que algumas coisas que seu próprio pai criava.

Enquanto cortava alguns ingredientes, se perguntava se Yuji já tinha preparado algo para Megumi. Existia muitas coisas sobre eles as quais não sabia, a vida deles dois na Inglaterra era um completo mistério, pensar no que eles viveram juntos o deixava com um mau sabor na boca, Sukuna sabia que o quê sentia era ciúmes, mas não conseguia evitar se sentir asssim. Era algo idiota, afinal naquele tempo ele não os conhecia, naquele tempo Yuji não sabia da sua existência. Mesmo assim seu coração ainda doía, ao saber que a relação entre ele e Megumi, jamais seria tão próxima como a dele e seu irmão.