ENTRE O AZUL E O INFINITO

Bebidas, Beijos e Brigas [Parte 1]

Sukuna corria apressado pelos pátios de seu colégio, em seu peito seu coração pulsava rápido, prestes a sair de sua caixa torácica e chegar a sua boca.

Medo e desespero, dois sentimentos que Sukuna jamais queria sentir novamente.

Aquele dia tinha começado calmo e pacífico, o garoto de cabelos rosa deveria saber que este era um claro sinal de que algo ruim se aproximava.

E surgiu em forma de um garoto.
Yoshino Junpei!

Era o início da tarde, Sukuna passava seu recesso entre as aulas com Toji e Satoru. Uraume, sua fiel companheira tinha sido levada por Nobara e Maki. Yuji, com quem ele as vezes ficava junto, tinha desaparecido com Megumi e o garoto Emo, Junpei. Sukuna ainda se sentia tentado a precionar os três, até que contassem a verdade sobre suas saídas pela cidade em plena madrugada. Mas Toji estava certo, eles mentiriam, inventariam qualquer coisa para os enganar. Teríam que criar um plano para os flagar, algo impossível de escobrirem a verdade. Tinha a sensação que Toji já tinha pensando em algo. Principalmente pela mensagem enviada naquela madrugada.

Estava comendo seu obentô, ou tentava, já que o garoto de óculos não parava de falar em nenhum momento. Por mais que já estivesse acostumado a personalidade irritante de Satoru, isso não significava que Sukuna não quisesse o matar. Todos sabiam que uma hora ou outra, um dos dois terminaria caído ao chão sem vida. E este seria Satoru, alguém que não sabia conter suas palavras e ações.

Antes que pudesse furar os olhos do garoto mais alto com seus hashis, Yoshino praticamente saltou em cima dele. Suas palavras eram rápidas e incoerentes, Sukuna não compreendia nada, estava prestes a bater no garoto para se acalmar, quando ele gritou dois nomes. Dois nomes que fez o Itadori, agarrar com força os braços de Junpei e assim apaziguar sua mente confusa.

Sem ouvir toda a história, sem saber com certeza para onde ir. Sukuna correu, corria como se sua vida dependesse disso, mas não era a sua que estava em risco. Duas palavra foram suficientes para que ele entendece tudo. Uma briga. Yuji e Megumi estavam brigando. Aquilo parecia ser algo improvável, mas o medo que ele viu nos olhos de Junpei eram reais. E a pessoa com quem estavam possivelmente trocando socos, também era.
Mahito. Ele era um bastardo, um verme que Sukuna deveria ter esmagado com seu pé quando teve oportunidade.

O garoto de cabelos azuis e olhos heterocromáticos, era uma praga, alguém com quem Sukuna já tinha brigado no passado. Uma pessoa que sempre jogava sujo, não importava no que participasse. Ao pensar nos dois com aquele maldito, ele se sentia mais apavorado. Sabia que não estariam apenas os três, Mahito tinha seus seguidores, tanto em Kyoto quanto em Tokyo. Se não se apressasse, uma tragédia poderia acontecer.

Para Sukuna era óbvio que os dois não sabiam como lutar, talvez nem mesmo se defender. Megumi poderia saber algo, afinal era irmão de Toji. Provavelmente o Fushiguro maior o tenha ensinado algumas coisas. Entretanto Yuji era diferente, segundo Sukuna, ele era frágil e indefeso, seu excesso de inocência que em alguns momentos era sua maior qualidade, neste momento seria seu fim. Não tinha crescido com alguém como ele, que puderia quebrar o nariz de alguém com um único soco, ou torcer os pulsos com apenas um movimento.

A angústia era tamanha, que somente quando estava a alguns metros do local, ele percebeu que não estava só, Satoru e Toji o acompanhava. Muitas pessoas surgiam a sua frente, Sukuna simplesmente os empurravam como se fossem seres desnecessários no mundo, apenas malditas pedras em seu caminho, o que para ele eram. Ao longe finalmente viu onde eles estavam, atrás de um dos velhos depósitos abandonados, ou o que aquilo fosse. Sukuna sentia seu sangue arder em chamas, ele iria os matar, mataria qualquer um dos idiotas que estivessem ali. Em um momento de descuido, tropeçou, antes que caísse de cara no chão, Satoru o segurou pelo braço, aproveitando o momento Toji passou a sua frente, se recompondo como pode o Itadori continuou a correr. E então parou quando bateu de frente a algo ou melhor alguém. Toji.