Seu Nome

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Yuji...

Yuji...

Yuji...

O nome do jovem de cabelos rosados e sorriso brilhante, era repetido constantemente nos pensamentos de Satoru.

Não conseguia dormir, sempre que fechava seus olhos o rosto de Yuji vinha a sua mente. Sua face corada, o olhar brilhante, os lábios semiabertos. Ainda podia sentir o aroma adocicado de seu hálito contra sua pele, seu perfume de cerejas no ar. Satoru o teria devorado naquele mesmo local se não tivessem sido interrompidos. Teria valido a pena ser descoberto, era o que pensava, tudo era mais do que válido se fosse com Yuji.

Tinha agido sem pensar ao ouvir as vozes de Toji e Sukuna próximos, não sabia o porque de reagir assim, mas quando a distância entre eles era de poucos metros, um impulso o dominou e logo o corpo de Yuji estava entre o seu e a estante de livros. E quando seus amigos se afastaram, ouviu Yuji suspirar e ficou encantado pelo que tinha a sua frente. Um arrepio percorreu seu corpo intensificando seus instintos, seus dedos tremiam e sua garganta estava seca. Ele o queria tocar, o beijar, o ter em seus braços, o possuir por inteiro, o fazer seu e somente seu.

-Não! Não! Não! -Afirmou sentado em sua cama. -Não é isso o que eu quero.

-Ele é apenas um amigo. Meu Kouhai! Apenas isso. -Tentava se enganar.

-...Ahh!!! -Suspirou se levantando decidido ir a cozinha beber um pouco de água. Necessitava se acalmar. Limpar a sua mente de tais pensamentos.

Estava sozinho em casa, seus pais como sempre estavam em uma viajem de negócios. Ele passava mais tempo só naquela mansão enorme do que junto ao seus familiares. Já não se incomodava mais com o silencio e a solidão. Até mesmo gostava de ter a casa somente para ele. Preferia estar imerso a aquela apatia do que as constantes discussões que sempre ouvia de seu quarto quando seus pais estavam em casa.

Chegou a cozinha e abriu a geladeira apenas querendo um copo de água até ver aqueles suculentos doces. Sabia que não deveria os comer tão tarde da noite. Mas doces eram a sua maior fraqueza. Pegou alguns e os devorou, eram o paraíso para Satoru. Estava comendo um cupcake com recheio de cereja, apreciando sua cobertura suave e seu recheio cremoso.

-Yuji o adoraria! -Murmurou. -Deveria o convidar para comer alguns comigo.

-...O que eu estou dizendo?! -Olhou para o restante do doce percebendo que mesmo que tentasse aquele nome era um ao qual já não poderia esquecer.

-Não é como se eu sentisse algo por ele. -Pensou em voz alta. -Eu apenas me sinto atraído.

-Sim! Atração! Nada mais que isso. -Afirmou tentando se convencer.

-É claro que meu coração dispara quando estou proximo a ele, ou que minhas mãos suam e que meu estômago vibra como se tivessem borboletas vivendo dentro dele... Mas é só atração. Atração!

A quem ele queria enganar, estava só. Porque continuava a mentir. Era mais do que óbvio o que ele estava sentindo. Era ainda mais óbvio por quem o sentia.

-Não pode ser... Não! Não! Não! -Engoliu em seco. -Isso não é... Não é...

Tentou engolir aquelas palavras, tentou com todas as suas forças. Era inútil. Precisava as dizer, as gritar para que todo o mundo o ouvisse. Sentia como seus pulmões se inflavam de oxigênio, se preparando, e então como elas subiam por sua garganta trêmula. Podia sentir seu gosto doce e enjoativo. Muito mais do que qualquer guloseima que já comeu em sua vida.

-...Amor...

-Eu-eu o a-mo... Eu o amo! -Gargalhou sentindo algo transbordar em seu peito. -Eu o amo! O amo!

ENTRE O AZUL E O INFINITOOnde histórias criam vida. Descubra agora