ENTRE O AZUL E O INFINITO

Choso

-Me desculpe.

-Me desculpe também.

-Não... Não me peça desculpas, tudo isso é minha culpa. -A voz de Sukuna soou vulnerável.

-Não, eu também sou culpado. Se eu tivesse confiado em você e te contado tudo, nada disso tería acontecido. -Yuji disse cabisbaixo.

-...Ainda assim, eu deveria ter ouvido o que você sempre tentou me dizer sobre... Sobre aquela mulher... Mas eu apenas fugi como o covarde que eu sou. -Revelou.

-Você não é covarde Sukuna... Eu sei como é difícil para você, tudo o que é relacionado com a nossa mãe. -Comentou. -Eu deveria ter me esforçado mais, ter sido um pouco mais insistente... Na verdade o único covarde aqui sou eu.

-Yuji...

-Também me desculpe por... Tudo isso. -Apontou para o rosto ferido do garoto.

-Não se preocupe, não é como se você estivesse muito diferente de mim. -Disse indicando os ferimentos dele.

-Deveríamos cuidar disso?

-Ainda não... Eu ainda tenho algo a te dizer. -Inspirando profundamente ele se pôs de pé e se curvou em uma reverência. -Eu sinceramente peço perdão por tudo o que eu te disse... Você é meu irmão e nunca deixará de ser. Eu sinto muito por não te ouvir e por não pensar em como você estava se sentindo. Eu estava tão feliz por ter você ao meu lado novamente, que eu não pensei em mais nada. -Revelou. -Me desculpe por te magoar... Eu sou um completo idiota e se você me odeia... Tudo bem eu apenderei a lidar com isso.

-Sukuna...

-Sinto muito por não ser o irmão que você esperava que eu fosse. -Sua voz soou amargada.

-Sim, você não é o irmão que eu esperava que você fosse.

-Eu...

-Você é melhor! -Yuji o interrompeu. -Sukuna eu não te ideio, eu não poderia te odiar. Não apenas porque somos irmão, mas porque quem deveria ser odiado aqui sou eu... Eu menti, eu ocultei coisas de você, eu te enganei... Eu tive tantas chances de te dizer a verdade, mas eu não disse nada. -Abraçou a se mesmo. -Eu fui um péssimo irmão... Talvez você esteja certo de não querer estar relacionado comigo.

-Não diga isso! Nós dois estávamos com medo. -O Itadori maior admitiu. -Você tinha medo de que eu me decepcionasse e te odiasse e eu de que não pudéssemos nos conectar, de que nós nos tornassemos apenas estranhos um para o outro... Yuji eu jamais poderia te odiar. -Sorriu com gentileza.

-...De verdade?!

-Sim. De verdade!

Antes que percebesse, Yuji pulou sobre se o abraçando com força, fazendo com que os dois caíssem sobre o tapete da sala de estar. Lágrimas deslizavam pelas bochechas vermelhas dele, até caírem sobre seu ombro esquerdo.

-Me desculpe! Me desculpe! Me desculpe!

-Está tudo bem. -Sukuna o apertou com mais vigor em seus braços. -Agora está tudo bem.

Depois do que pareceram ser horas, Yuji o soltou, as lágrimas tinham cessado, assim como a sua respiração entrecortada.

-...Deveríamos nos curar antes que o papai nos veja. -Yuji disse se levantando e estendendo a mão para o ajudar.

-Acho que deveríamos nos banhar primeiro... Você fede! -Zombou se colocando ao lado de seu gêmeo.

-Você também não está cheirando a rosas recém colhidas. -Bateu nele com seu ombro, indo em direção ao segundo andar.