Férias de Verão [Parte 4]

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Shoko não era uma pessoa fofoqueira, não era alguém que desperdiçava seu precioso tempo escutando conversas alheias.

Entretanto era como se uma força maior desejasse que ela contemplasse aquilo que não deveria ver ou ouvir.

Foi assim que teve certeza do namoro de Satoru e Yuji, apesar de que já desconfiava deles dois. E era assim quase sempre. Não importava onde estivesse ou o que fazia, querendo ou não, sempre descobria algo.

Estava sendo assim naquela manhã.
Tudo o que ela queria era encontrar Nanami para o pedir um isqueiro emprestado, porque tinha perdido o seu, ou alguém o tinha escondido em uma brincadeira idiota.

Por isso não esperava que ao abrir aquela porta, encontrasse Maki abraçando de forma possessiva a Nobara, enquanto beijava e sussurava palavras embaladas com amor e presas com um laço vermelho de erotismo, ao seu ouvido.

Saíu lentamente sem chamar a atenção delas, pensaria sobre o que tinha visto depois, agora estava muito ocupada em sua busca.

Porém novamente algo maior tinha agido, e ao abrir outra porta, encontrou quase o mesmo de antes, exceto que o pobre Toge estava praticamente sendo devorado por Yuta. Diferente da delicadeza e suavidade das carícias das garotas, os dois eram duas feras que de forma voraz e selvagem, demonstravam o quanto queriam um ao outro.

E como anteriormente, saíu de maneira despercebida, não desejava ver os dois explodirem envergonhados, como vulcões em erupção.

Enquanto continuava sua busca, se perguntava se o ser ou que fosse que a manipulava para estar no momento certo e lugar certo, estava finalmente satisfeito.

Ieiri não ansiava por mais revelações, saber que aparentemente todos os seus amigos estavam em algum tipo de relacionamento, era suficiente para todos os dias que restavam das férias de verão.

Começou a se questionar se deveria fazer o mesmo, talvez devesse beijar um deles para reforçar a amizade, ou neste caso com o único que não estava se relacionando com alguém ou desejava se relacionar. Toji.

Porque Satoru e Yuji já eram um casal, e pelo o que tinha visto, Maki e Nobara e Yuta e Toge também eram. Apesar de sempre negar, Nanami tinha algo com Mei Mei. Suguro tinha uma paixão inegável por uma garota ao qual ela não se lembrava do nome. Era Riko? Rika? Uraume possuía uma sinistra e perturbadora obsessão por Sukuna. O Itadori mais velho claramente sentia algo por Megumi e era recíproco por como o Fushiguro menor o observava com olhos brilhantes, quando acreditava que ninguém estivesse olhando.

Restando assim apenas o garoto com a cicatriz na boca. Mas ao pensar neles juntos, um arrepio percorreu seu corpo. Nunca. Jamais. Em hipótese alguma. Aquilo era algo que não aconteceria nem hoje, nem em mil anos. Além do mais, ela já amava alguém ou neste caso algo. Seus preciosos cigarros. Estes que provavelmente agora estavam irritados com ela, por não dar o amor que eles tanto ansiavam. Tudo porque não tinha um maldito isqueiro. Será que teria que produzir fogo com paus e pedras comos os eremitas faziam? Onde estavam as outras pessoas desta casa?!

-...Precisamos conversar.

Parou subitamente ao ouvir aquelas palavras. Não. A força maior que girava sua vida, não estava satisfeita.

-...Aaahh!!. -Suspirou frustrada.

Observando sem ser vista, viu Sukuna e Megumi no centro da cozinha. O Fushiguro tinha um olhar determinado, parecia que finalmente tinha engolido seus temores e iria enfrentar tudo de frente. Aparentemente um novo casal logo surgiria.

Sem querer ser testemunha novamente de algo íntimo, se fez de cega e surda e foi em direção as montanhas. Definitivamente encontraria um eremita, que a desse o fogo sagrado que tanto desejava.

ENTRE O AZUL E O INFINITOOnde histórias criam vida. Descubra agora