Dreams (Aro Volturi) - 1

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- Tudo bem?

A voz de Edward invade meus sentidos e atrai minha atenção para seu rosto, tão próximo ao meu. Ele estava deitado ao meu lado em sua enorme cama, belo e perfeito como sempre. Seu olhar era preocupado.

- Eu estou bem – digo soltando o ar, cansada.

- Teve um sonho ruim?

- O mesmo de sempre. Tem ficado mais frequente nos últimos dias.

- O que você vê nesses sonhos? Você nunca me contou – ele fica brincando com uma mecha do meu cabelo entre seus dedos. Eu me aproximo mais dele, deitando minha cabeça em seu peito gélido, a temperatura atravessando a camisa e afastando quase instantaneamente o calor que estava ali. Para Forks, hoje o dia estava quase pegando fogo.

- Não é nada demais – digo.

- Se fosse mesmo, você não acordava desnorteada.

- Olha, não é nada, o que me deixa inquieta é sonhar com alguém que eu nunca vi na vida – aperto os lábios formando uma linha reta no meu rosto. Eu me afasto de Edward e me sento na cama, o encarando.

- Você sonha com alguém que nunca viu? Como assim?

- Eu não sei explicar, começa assim: eu estou andando pelas ruas de uma cidade que eu nunca vi, ao seu lado. Há milhares de pessoas nas ruas usando mantos vermelhos, incluindo nós. Nós então entramos em um beco e do nada aparecemos numa sala ampla, como um salão. Alice está lá, junto com um homem que eu não consigo ver o rosto.

- Como é esse homem?

- Eu não sei, eu não consigo ver nada dele, é como se eu olhasse uma imagem através da água. Algumas vezes eu vejo suas roupas negras, outras vezes seu longo cabelo com algumas mechas presas para trás, e só. Mas o mais estranho é o impulso que eu tenho de agarrá-lo, como se fosse alguém que tivesse ido pra longe de mim há séculos e eu só quisesse matar a saudade. É como uma necessidade tocá-lo, fora o cheiro...

- Cheiro? – Edward parecia totalmente confuso.

- Ele tinha um cheiro único que eu não consigo descrever, mas se assemelha a lavanda e baunilha. É algo irresistível. Ele estende a mão para mim e quando estou prestes a pegá-la e ver seu rosto, eu acordo. É confuso, principalmente porque eu não me lembro de ser possível sentir cheiro em sonhos normais – digo coçando os cabelos.

- Não se martirize com isso, está bem? – ele se senta ao meu lado e toca minha mão com a ponta de seus dedos e eu relaxo. Ele então franze a testa.

- O que foi?

- Três, dois, um...

- S/N! – Alice grita invadindo o quarto e eu fecho meus olhos. Rapidamente entendi a expressão de Edward.

- Alice, parece que tem séculos que você não me vê, ao invés de algumas horas – digo e ela agarra minha mão, me puxando da cama.

- Preparamos o jantar! – sua voz de sino ecoa em meus ouvidos e eu aperto sua mão.

- Já falei pra pararem de fazer isso, eu posso comer em casa, ou trazer algo de lá – digo enquanto descemos as escadas, Edward atrás de mim em silêncio.

- Sabe que só usamos a cozinha quando você e seus pais vem aqui – diz Carlisle assim que entramos na cozinha ampla. O cheiro de lasanha invade meus sentidos e meu estômago ronca, fazendo Alice rir.

De supetão, sou erguida no ar e jogada pra cima. Solto um grito assustada e quando caio em seus braços, sinto vontade de socá-lo.

- Emmett! Você só vai lembrar que eu ainda sou humana no dia que você me quebrar em pedacinhos e Carlisle não puder me consertar! – digo tentando ficar brava, mas era impossível quando ele me olhava daquele jeito de cachorro brincalhão. Ouço um rosnado baixo e sei que é Edward, como sempre fazia quando Emmett me agarrava.

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