Hypothermia and Suicide (Aro Volturi)

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- S/N? – chama Jake pela milésima vez.

- Hum? – eu o encaro.

- Você ouviu o que eu disse?

- Desculpa, pode repetir?

- Eu disse que talvez seria bom se você, sei lá, começasse a seguir em frente. Ele não vai voltar. Ele deixou isso bem claro, não foi? – eu encaro meus pés, a onda da praia de La Push batendo neles.

- Falar é mais fácil do que fazer – digo e encaro o mar ao longe.

- Você deveria começar a sair com alguém, seria mais fácil de esquecer – eu encaro o Jacob. Seus cabelos estavam compridos, tocando seus ombros e eu gostava mais dele daquele jeito.

- Jake, eu poderia viver mil vidas. Eu ainda me lembraria dele.

- Ele é um sanguessuga S/N, foi muito melhor ele ter partido – eu volto a encarar o mar.

- É... Jake é melhor eu ir pra casa.

- Certo, eu te levo – eu me levanto da areia e caminho na direção do carro do Jacob, com ele ao meu lado.

- Hey querida, como foi o passeio com Jake? – questiona meu pai da sala, ele estava assistindo um filme de tiro.

- Legal – digo monótona como sempre.

- Eu fiz mac and cheese – diz minha mãe

- Legal – subo para o meu quarto e depois de um banho, eu pego meu celular e abro o Spotify. Encontro minha playlist de melhores do Aerosmith e dou play no aleatório, que começa a tocar Angel. Eu coloco o celular na mesinha de cabeceira, apago a luz e me deito, virada para a janela, encarando o nada.

Cinco meses haviam se passado e nem mesmo um sinal do Aro. Eu havia perdido as contas de quantas vezes eu havia viajado para Volterra tentando ver o Aro e claro, sem sucesso. Eu não conseguia nem mesmo passar pelos portões de entrada do palácio, os guardas me barravam e me mandavam embora. Por mais que eu gritasse, esperneasse, chorasse, ele jamais aparecia. E jamais me deixava entrar. Até que meus pais me proibiram de viajar e só me deixavam ir de casa para o colégio.

Meu mundo se resumia a nada, agora que eu o tinha perdido. Meu coração estava partido em milhares de pedaços minúsculos, impossível de ser consertado por qualquer outra pessoa que não fosse ele. Encaro a lua que começava a surgir por entre as árvores e suspiro fundo. Enfio a mão embaixo do meu travesseiro e pego a única coisa que eu tinha do Aro: seu colar. Eu o aperto em minha mão, aquilo era a única coisa que me mantinha sã, a única coisa que me fazia ter certeza de que ele não havia sido um sonho, de que ele realmente havia existido. Me encolho na cama e abraço meus joelhos, o colar ainda preso nas mãos.

- You're my angel come and save me tonight...

- Vocês estudaram pra prova de biologia? – questiona Jessica enquanto andamos pelo corredor.

- Sim – responde Angela

- Espera... QUE PROVA DE BIOLOGIA? – Erik quase cai ao parar bruscamente no meio do corredor, fazendo o rapaz que vinha atrás dele esbarrar em suas costas e quase o jogar pra frente.

- Pelo amor de Deus Erik, onde é que você anda hein? – Jessica revira os olhos e entramos na sala de aula.

- Bom dia – diz Edward atrás de mim – Estudou pra prova?

- Não – digo e me sento no meu lugar, na frente do Edward. O professor entra na sala e começa a entregar a prova. Fico olhando para as questões sem nada vez até que o papel que estava em branco em todas as questões aparece respondido, numa caligrafia idêntica a minha. Edward sempre fez aquilo em provas de cálculo, trocando nossas provas tão rápido que ninguém conseguia perceber, mas desde que Aro havia desistido de mim, ele fazia isso nas provas de todas as matérias.

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