A Short Histories

Make Me A Killer (Dr. Martin Whitly) LEIA OS AVISOS

  AVISOS: CONTEÚDO DE ASSASSINATO, SE NÃO GOSTA OU NÃO SE SENTE BEM LENDO ESSE TIPO DE HISTÓRIA, POR FAVOR NÃO LEIA ESTE CAPÍTULO!!!!

             Eu estava sentada do outro lado da linha vermelha, com um dos diários do The Surgeon na mão.

- David, isso é péssimo! – digo cansada – É ruim pro Martin me explicar de longe, eu não posso...?

- Não, não pode ultrapassar a linha vermelha – diz David categoricamente.

- Eu não vou fazer nada com ela – responde Martin. Eu suspiro fundo e me levanto, pegando minha cadeira.

- S/N, o que você... Não ultrapasse a linha vermelha!

Ignorando totalmente David, o segurança, eu passo a linha vermelha e coloco minha cadeira ao lado de Martin, de frente para sua enorme mesa. Eu o olho e depois olho para o David.

- Viu? Ele não vai me matar.

- Saia daí.

- Não – eu me sento ao lado do Martin e o encaro – Agora, do começo.

Por quase um ano, aquela foi a minha rotina: trabalhar como jornalista e todos os dias ficar por horas aprendendo com o maior serial killer da América como funcionava o corpo humano. E claro, com códigos que só eu e Martin entendíamos, ele me dizia onde acertar para matar alguém.

Porém, de alguns meses para cá, muitas vezes nossas sessões eram interrompidas quando David anunciava que havia uma visita para Martin e ele me mandava embora, sem me deixar saber quem o visitava e porquê eu não podia ficar. Até a forma dele lidar comigo havia mudado. Enquanto antes ele parecia me idolatrar, agora era como se eu fosse mais uma. E eu com toda certeza não gostava daquilo.

Hoje, eu havia acabado de chegar em Claremont e David me barra na recepção.

- O que houve? – questiono.

- Martin está com visitas.

- Malcolm? Ou Ainsley?

- Outra... pessoa.

- Quem é, David? – ele desvia o olhar do meu e eu passo por ele correndo.

- EI! – grita ele atrás de mim, mas continuo correndo na direção da cela do The Surgeon, esbarrando em uma mulher que vinha na direção contrária.

- Ah, me desculpe – diz ela e eu a encaro. Ela era magra, loira e tinha uma cara de rato. Eu a olho de cima a baixo e a vejo com as mãos na barriga, como se estivesse protegendo algo.

- Você é a visita do The Surgeon? – questiono e ela sorri, mas disfarça rapidamente.

- Ahn... não, na verdade não. Com licença – ela rapidamente passa por mim e se afasta. Sinto meu sangue ferver, furiosa, mas respiro fundo e disfarço, indo para a cela de Martin Whitly que claramente tinha um segredo, e foda-se, eu iria descobrir.

- Ah, S/N Miller! Como vai, querida? – questiona Martin assim que entro. Eu o analiso por alguns segundos, ele parecia feliz, muito mais do que nos outros dias. E havia um brilho em seus olhos, como se ele estivesse prestes a chorar.

- Whitly – digo e o sorriso some aos poucos de seu rosto.

- Tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

- Me diga você. Quem era a mulher que saiu daqui? – ele desvia minimamente os olhos na direção da porta, apertando as mãos, um claro sinal de estresse.

- Mulher? Ninguém, ela... é uma amiga.

- Uma amiga grávida. E você é o pai? – ele sorri mas eu conseguia ver o medo por baixo do gesto.