A Child (Crowley e Aziraphale)

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Narrador On

Crowley e Aziraphale estavam deitados na cama, os dois olhando o teto no escuro, Aziraphale com um braço ao redor de Crowley. O demônio enxergava perfeitamente no escuro (demônios precisavam disso) e quando seu olhar pousou no anjo, viu que ele estava pensando profundamente em algo.

- Anjo? – chamou ele.

- Hum? – o outro resmungou.

- No que está pensando? – Aziraphale rapidamente disfarça.

- Em nada, querido.

- Aziraphale, você mente muito mal sabia?

- Eu sou um anjo, eu não fui feito para mentir!

- Eu também já fui um anjo antes e olha pra mim agora! – o anjo fecha a cara e Crowley revira os olhos. Afastando o braço de Azira de sua cintura, ele se senta na cama e liga o abajur, encarando o rosto franzido do anjo

- Certo anjo, o que é? Tem algo te incomodando. Me diga – pede Crowley e Azira faz algumas caretas até finalmente ceder.

- OK, certo! – o anjo se rende – Eu... você não quer saber.

- Ah, eu garanto que eu quero saber.

- Crowley... o que... ah, esquece.

- Fala logo anjo!

- Euqueroumacriança – diz Aziraphale tão rápido que as palavras formaram uma só, mas Crowley havia entendido. Seus olhos de serpente se arregalam e Aziraphale vira o rosto para o outro lado, sem querer que o outro visse sua expressão. Ou sem querer ver a expressão do demônio que ele sabia que não seria boa.

- Como é? – frustrado, Aziraphale se senta na cama e encara Crowley.

- Eu quero uma criança! Uma criança pra que nós dois possamos cuidar, educar, uma criança que seja nossa! – Crowley continuava de boca aberta, surpreso. De onde seu anjo havia tirado aquilo? Então, a expressão de Crowley muda de espanto para deboche, um sorriso surgindo em seus lábios.

- Você. Quer uma criança. É sério anjo! – Crowley ri e Azira franze a testa.

- O que é engraçado? – questiona o anjo ficando desanimado. Ele esperava qualquer coisa, mas com certeza não aquela reação.

- Pra quê você quer uma criança? Elas só dão trabalho, enchem seu saco, soltam meleca por aí... me lembram alguns demônios que conheci – ele coça o queixo – É por causa de Adam, certo?

- Não! – Crowley pensa um pouco e sorri, desviando o olhar do anjo.

- É por causa de Warlock. Porque praticamente cuidamos dele.

- Digamos que sim.

- E agora você quer uma criança.

- Sim, eu quero.

- Bom, eu não quero – Crowley se levanta da cama e Aziraphale estala o dedo, acendendo a luz do quarto e ficando de pé como o outro, que estava de costas para ele.

- Por quê não? Crianças são um presente divino...

- Elas são problema, anjo – Crowley se vira para ele, os dentes à mostra, começando a se irritar com aquilo. Ele sabia muito bem como crianças eram. E o que acontecia quando elas cresciam.

- Mas... olhe, veja Adam. Filho de Lúcifer e é uma criança maravilhosa!

- É, olhe Warlock. Filho de humanos e se pudesse bombardeava todo o continente americano!

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