Fallen Angel (Crowley e Aziraphale)

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               Crowley e Aziraphale voltavam de um excelente jantar no Ritz, depois de um dia sem nada importante. Já havia se passado um tempo desde o dia do "não-Armagedon", como eles chamavam, e tudo continuava normal, claro que agora o anjo e o demônio não precisavam esconder o relacionamento dos dois: todo o Céu e Inferno já sabia.

- Eu gosto dos patos – diz Crowley respondendo a um comentário de Aziraphale, que segurava firmemente as laterais do assento, com medo da velocidade que o demônio atingia em seu Bentley.

- Sim querido, eu sei, mas você sempre tenta matá-los afogados quando vamos ao St. James Park.

- Porque é engraçado – Crowley sorri e Aziraphale revira os olhos. Rapidamente, o anjo franze a testa.

- Crowley, diminua.

- Por quê?

- Só diminua, estou sentindo algo – o anjo parecia inquieto e o demônio reduz a velocidade.

- O que foi?

- Tem alguém, algo, precisando de ajuda – o anjo podia sentir a agonia no ar e uma sensação nada agradável lhe atingiu – É uma sensação demoníaca... não está sentindo?

- Você está nas ruas de Londres dentro de um carro com um demônio, você está mesmo falando sobre presença demoníaca? – debocha Crowley, mas então ele começa a prestar atenção e também sente o que o anjo quis dizer.

- Acho que devíamos verificar.

- Não, eu não vou verificar porra nenhuma – Crowley acelera mais uma vez, deixando o anjo de rosto franzido, com raiva. Se ele pudesse, ajudaria todas as pessoas e criaturas do mundo, mesmo que fosse a mais vil delas: demônios.

Quando Crowley estaciona na frente da livraria de Aziraphale, o mesmo sai rapidamente.

- Não se preocupe com isso anjo, demônios sabem se virar – Crowley também sai do carro e Azira encosta ao lado dele no Bentley.

- Ele estava machucado Crowley – resmunga ele franzindo a testa e fechando os olhos.

- Eu sei, mas a gente sabe se virar. Nem todos podem se dar ao luxo de ter um anjo pessoal – ele revira os olhos.

- Então fique longe de mim, já que é tão ruim ter um anjo por perto.

- Estamos juntos há seis mil anos, acho que já passou da hora de nos separarmos – diz Crowley pensativo e os olhos de Aziraphale se arregalam.

- Ah é? Então vai! Some daqui, eu não preciso de um demônio, eu posso me virar muito bem sem você!

- Ah, eu duvido – Crowley nega com a cabeça, dando ênfase e o rosto de Aziraphale fica vermelho de raiva. Ele ficava tão fofo com raiva, pensa Crowley, sorrindo por dentro.

- Quer apostar? Eu vivi muito bem por anos sem você, poderia... – o anjo é interrompido quando o demônio cola os lábios no dele. Suas mãos ágeis puxam o corpo do anjo para mais perto do seu e ele sorri, ainda com os lábios se tocando.

- Você é tão fofo com raiva, anjo... – ele se afasta e vê Aziraphale vermelho como um tomate, mas agora com vergonha. Crowley sorri sabendo muito bem o efeito que causava no outro.

- Eu... – o anjo parecia ter se esquecido do que estava falando e Crowley solta uma gargalhada, entrando no Bentley.

- Boa noite anjo – Aziraphale se afasta do carro e Crowley sai em disparada pela noite, um sorriso ainda nos lábios.

Crowley estava em seu apartamento, havia acabado de gritar com suas plantas e se preparava para dormir, quando ouviu a campainha soar.

- Por Lúcifer e seus demônios, quem vem me encher o saco a essa hora? – resmunga ele e caminha com seu andar serpenteante, abrindo a porta, dando de cara com Hastur e Ligur.

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