House of Grindelwald

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Sinto alguém me sacudir levemente. Abro os olhos e dou de cara com Vinda Rosier.

- Se arrume. Nós vamos sair daqui – diz ela.

- Pra onde?

- Pra fortaleza – ela se afasta e sai do meu quarto.

Expiro profundamente e me sento na cama. Coloco as pernas para fora do cobertor e me levanto, me espreguiçando em seguida. Eu já imaginava que mais dia, menos dia, nós iriamos para a grande fortaleza de meu pai, Gellert Grindelwald. Desde que eu havia chegado de Nova York, eu ainda não o havia visto. Eu estava juntamente com Vinda e outros numa casa que meu pai havia tomado de trouxas em Paris. Vinda e os outros estavam aqui por ordens explícitas de meu pai para me protegerem e agora chegou o momento de ir para casa. A qual eu nunca soube onde ficava. Era proibido saber a localização da Fortress of Dragons.


Estava morta de preguiça de me arrumar, então apenas aceno com a mão na minha frente e minha roupa muda de um conjunto de pijama de cetim para um look justo todo preto estilo combate, com direito a coturnos que iam até dois dedos abaixo dos meus joelhos. Aceno a mão no meu cabelo e ele forma um penteado de tranças presas atrás da minha cabeça. Eu não precisava de uma varinha para usar magia, mas era estritamente proibido fazer isso, além de um momento de necessidade. Mas convenhamos, não havia ninguém no quarto para me dar um sermão.

Me olho no espelho e gosto do que vejo. Toco levemente o pingente do colar em meu pescoço. O símbolo de minha família: o símbolo das Relíquias da Morte ladeado por dois "G". Fico me olhando por alguns segundos até que me afasto do espelho. Pego minha varinha que estava presa à minha cintura (ela sempre aparecia em meus bolsos ou em um pequeno coldre próprio para ela caso minha roupa não tivesse bolsos, como agora). Com um movimento da varinha, arrumo todo o quarto e minhas coisas em uma mochila. Puxo a mesma para perto de mim e passo a alça por um dos ombros. Pronto, agora eu estava pronta para partir.

Desço as escadas em direção a sala de entrada e Vinda estava lá a minha espera.

- Melhor comer algo antes de irmos – diz ela.

- Não precisa, eu como quando chegar lá

- Sabe que seu pai não gosta que fique com fome. Eu também não.

- Relaxe Vinda querida – eu beijo a bochecha dela e passo pela porta da frente. Vinda era o mais próximo de uma mãe pra mim. Ela não era sentimental nem nada, na verdade ninguém ao redor do meu pai, incluindo o próprio, eram, o que me fez ser assim também, mas às vezes...

Vejo a enorme carruagem puxada por testrálios. Se você nunca viu um, são cavalos que apenas as pessoas que já viram a morte conseguem vê-los. Eu vejo. Eles são como cavalos com asas e seu corpo parece um esqueleto. Caminho até eles e acaricio suas cabeças.

- S/N? – chama Vinda.

- Estou indo – me afasto dos testrálios e entro na carruagem. Era um dos veículos mais confortáveis de todos, era a carruagem que meu próprio pai usava. Por fora parecia de tamanho normal, mas por dentro era imensa.

Me sento próximo a janela, o assento extremamente confortável. Vinda já estava na carruagem e os outros servos de meu pai em outro cômodo ou vagão, chame do que você mais se identificar.

Apoio meu queixo na palma de minha mão e olho pela janela enquanto a carruagem começa a pegar altitude. Suspiro fundo.

- Tudo bem querida? – questiona Vinda.

- Sim, tudo bem.

- Está pensando em seu pai? – eu encaro meus dedos. Vinda conseguia me ler como se eu fosse um livro com letras em neon.

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