Distance (Aro Volturi)

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Depois do médico trago por Heidi (que só precisou usar sua beleza pra levá-lo ali) cuidar de mim e engessar minha perna, Aro permitiu que ele fosse pra casa. Assim que o médico sai, Aro se aproxima de mim, se sentando ao meu lado na cama.

- Tudo bem querida? Está com dor? – questiona ele preocupado. Eu apenas nego com a cabeça e fecho os olhos, querendo muito mais do que dormir: eu queria sumir daquele lugar.

O resto do fim de semana havia sido horrível. Eu não saía por nada de dentro do quarto, eu sempre levava comida quando viajava pra lá, então não passava fome. Embora Aro a todo momento mandasse alguém comprar coisas pra mim: bolos, doces, chocolates... eu apenas empurrava aquilo pra longe de mim e ignorava como se não estivessem ali. Assim como ignorava o próprio Aro. Eu apenas respondia perguntas de sim ou não com um movimento de cabeça e ignorava o máximo possível as outras tentativas dele de conversar. Até olhar pro Aro me lembrava tudo o que Caius e Jane haviam me contado naquela noite.

Hoje é manhã de segunda-feira e eu havia acabado de tomar banho e trocar de roupa para ir ao aeroporto. Ouço uma batida na porta e eu termino de fechar minha mochila.

- S/N, posso entrar? – questiona Felix.

- Sim – respondo e ele abre a porta.

- Precisa de ajuda? – questiona ele olhando pra mim de cima a baixo. Eu estava usando uma bota ortopédica, então não precisava de muletas ou a maldita bengala que o médico havia me oferecido. Eu queria dizer onde ele deveria enfiar aquela merda.

- Não, obrigada – respondo colocando a mochila no ombro. Saio do quarto ao lado de Felix e próximo ao elevador, Aro me esperava.

- Oi querida – diz ele vindo na minha direção. Ele pensa em me beijar, mas assim que desvio os olhos para o chão, ele suspira e segura minha mão. Quando estamos de frente para o elevador, Aro aperta o botão chamando o mesmo.

- Felix, pode subir e preparar o carro? – ordena Aro.

- Claro mestre – Felix entra no elevador. Ele pede minha mochila, mas eu nego com a cabeça e ele a deixa comigo. Quando as portas se fecham, continuo encarando meus pés.

- Contou aos seus pais o que aconteceu aqui? – questiona Aro e eu confirmo com a cabeça – Sabe que não precisa voltar hoje, se não quiser. Pode ficar mais tempo aqui comigo...

- Não, tudo bem – respondo. Aro acaricia as costas da minha mão com o dedo e eu continuo olhando para os meus pés.

- Sinto muito, pelo o que houve.

- Não foi culpa sua.

- Foi sim. Eu prometi protegê-la, mas não o fiz. Você se machucou na minha própria casa que deveria ser o lugar mais seguro do mundo para você e...

- Eu preciso ir – afasto minha mão da dele e aperto o botão do elevador.

- Você virá no próximo fim de semana? – questiona ele esperançoso.

- Não sei – respondo de costas para ele.

- Eu posso ir até Forks, se quiser...

- Não, tudo bem. É semana de provas, de qualquer forma – eu nem tentei disfarçar minha voz que deixava bem claro que aquilo era uma mentira.

- Tudo bem – responde Aro. As portas do elevador se abrem e ele me puxa pela mão, me fazendo virar. Ele segura meu queixo com os dedos e ergue meu rosto, o fazendo encará-lo mas rapidamente desvio os olhos. Ele abaixa o rosto e me beija, mas como eu não retribuo, ele me solta rapidamente. Entro no elevador, aperto o botão da recepção e fico encarando meus pés até que as portas começam a se fechar.

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