The Doctor's Curse (10th Doctor) - EM REVISÃO

69 5 1
                                    

               Ando ao redor da biblioteca guardando os livros de volta em seus lugares. Era hora de fechar e todos haviam saído.

Bom, era o que eu achava.

- Desculpe senhor, mas está na hora de fechar – digo a um homem que estava sentado lendo um grosso livro.

- Ah claro, me desc... – ele ergue a cabeça, sorrindo, mas seu sorriso some assim que ele me vê, as palavras desaparecendo de seus lábios. Uma expressão de desgosto surge em seu rosto – Não, de novo não.

- O que disse? – ele se levanta e me encara.

- Fique terminantemente longe de mim – ele caminha a passos largos para fora da biblioteca enquanto eu apenas olho a cena, sem entender nada. Dou de ombros e pego o livro que ele havia largado sobre a mesa. Era Dom Quixote de La Mancha. Suspirando fundo, pego o livro e o guardo em seu lugar. Apago as luzes da biblioteca e saio, trancando o lugar atrás de mim.

Ouço um barulho em meu quarto e acordo assustada. Ligo a luz do abajur e fico surpresa.

- Mas que... como chegou aqui? – questiono para um perfeito coelho branco que me encarava com olhinhos vermelhos. O estranho era que ele usava paletó. E tinha um relógio de bolso. O coelho checa as horas em seu relógio e sai pulando para longe de mim. Pego o livro que estava na cabeceira da minha cama que era justamente Alice no País das Maravilhas e o encaro por algum tempo.

- Mas que diabos é isso? – questiono ao ouvir um barulho na cozinha. Eu saio de debaixo dos cobertores e caminho para lá.

- Olá – diz um gato que flutuava. Seu sorriso era imenso.

- Cheshire?

- O único – o gato tinha uma forma de falar estranha.

- E... o que você faz na minha casa, posso saber? – nesse momento ouço o som de uma explosão na minha biblioteca e corro para lá, vendo vários personagens dos meus livros simplesmente andando pelo cômodo. Eles me empurram para o lado e partem para a rua, o que faço também.

Neste momento vejo milhares de personagens de livros, desde histórias infantis até livros de terror, andando pelas ruas de Londres. Fico apenas olhando surpresa como as outras pessoas até que começamos a ouvir sons de gritos muito altos e desesperados. Olho na direção do som e vejo enormes bonecos eletrônicos e fico desesperada. Five Nights At Freddy's. Pessoas começam a correr e gritar enquanto os animatrônicos comiam os mais lentos.

- É melhor ir pra dentro agora mesmo, ah não, você de novo?! – eu encaro o homem da biblioteca que me empurrava para dentro de casa e trancava a porta atrás de si.

- Pode me dizer o que tem contra mim? – questiono furiosa – Você nem me conhece, mas é como se me odiasse!

- Agora não tá? Nossa, tagarela como sempre – ele olha os personagens de livros andando pelas ruas.

- Como assim tagarela como sempre? Eu nunca te vi em toda a minha vida.

- S/N, só fica quietinha tá? Na verdade, eu vou precisar do seu cérebro: como poderíamos derrotar personagens que deveriam estar presos em livros?

- Como sabe meu nome? – ele revira os olhos e segura meu rosto.

- Dá pra se concentrar? É sério, você era mais inteligente – furiosa, dou um chute no meio das pernas dele, que cai se contorcendo de dor.

- Cale a boca você seu imbecil do caralho.

- Boca suja como sempre – geme ele e eu me afasto, indo para a minha biblioteca. Eu caminho por entre as prateleiras e olho os meus exemplares de livros por um tempo.

A Short HistoriesOnde histórias criam vida. Descubra agora