O Basilisco (Harry Potter)

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Meu pai veste o colete e o casaco e eu reparo em algo.

- Droga.

- O que foi?

- Meu colar, ele... ele sumiu! Devo tê-lo deixado cair quando estávamos no lago! – começo a ficar desesperada, era o colar da família que meu pai havia me dado quando fiz dez anos, eu só o tirava para tomar banho e o deixava bem escondido quando o fazia com medo de ser roubada.

- Calma, eu acho – diz meu pai tirando novamente o casaco, o colete e a camisa, pegando a varinha e indo na direção do lago.

- Accio Colar! – ordena ele e vejo um brilho no fundo do lado. Ele me entrega a varinha e pula na água. Alguns segundos depois ele estava de volta com o colar na mão.

- Obrigada – digo feliz colocando o mesmo no meu pescoço, como sempre.

- Não o perca novamente – diz ele sacudindo a cabeça para tirar a água que estava no ouvido.

- Pode deixar – eu então reparo na varinha dele que estava na minha mão – Pai, esta varinha é bem diferente das que eu já vi.

- Sim, todas as varinhas são únicas, mas esta é ainda mais. Ela é muito especial – eu a encaro, ela tinha um aspecto diferente. Eu a devolvo a meu pai que usa um feitiço para se secar. Ele guarda a varinha no bolso e veste suas roupas novamente.

- Vamos? – eu respiro fundo e seguro o braço dele.

- Estou com um pouco de medo – ele sorri.

- Calma, eu estou com você. Bato em qualquer pessoa que falar alguma coisa.

- Mesmo se for o Dumbledore? – começamos a caminhar na direção que eu havia vindo até aqui.

- Se for aquele velho eu empurro ele da torre de astronomia.

- Pai! – ele ri.

- É brincadeira. Ou não. Você nunca saberá.


Quando estamos próximos a clareira onde Hagrid morava, eu paro abruptamente.

- S/N? O que f...

- Shh – eu o interrompo e apuro os ouvidos.

- Matar... sangue... sangue de Grindelwald! – meu corpo se arrepia por inteiro e percebo que a voz estava ficando mais próxima.

- Filha, o que foi? – questiona meu pai preocupado e alerta.

- Não tá ouvindo essa voz?

- Que voz? Eu não ouço nada – meu cérebro então começa a funcionar muito rápido. Apenas eu e o Harry conseguimos ouvir, eu e o Harry falamos com cobras, as pessoas que foram atacadas ficaram paralisadas... ah não!

- Matar... finalmente matar!


- Pai, fecha os olhos! – grito pulando na frente dele por instinto. Cerro meus olhos e seguro na mão dele e começo a correr às cegas. Paro abruptamente e meu pai quase cai em cima de mim. Respiro fundo e sinto cheiro de flores muito forte, então devemos estar na clareira de Hagrid. Crio uma imagem mental na minha mente e volto a andar um pouco mais rápido, não chegando a correr, agora sabendo onde pisar.

- S/N, por Merlin, o que está acontecendo?! – meu pai parecia assustado pois não sabia o que estava acontecendo. Continuo a ouvir a voz, às vezes longe, às vezes perto.

- Pai, você me ama?

- Mas que pergunta é essa?! É claro que eu amo!

- Então por esse amor que sente por mim, não abra os olhos por nada nesse mundo a menos que eu mande.

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