A Human Child (Aro Volturi)

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Aro estava na sacada do último andar de seu castelo das trevas na cidade italiana de Volterra, o centro de comando mundial dos vampiros. O líder Volturi olhava a enorme lua cheia no centro do céu, tão branca quanto sua pele e aparentemente tão perto que o vampiro quase poderia tocá-la. Raramente se lembrava de quando havia sido humano, mas aquele era um desses momentos. Porém, jamais mudaria nada em seu passado, muito menos abriria mão de seu reinado e imortalidade.

- Mestre – chama Jane atrás de Aro – Desculpe interrompê-lo.

- O que deseja, minha querida? Diga-me – Jane se aproxima e fica ao lado do vampiro.

- Tenho informações, mestre. Sobre os Cullen – Aro se anima mas não demonstra e então encara a vampira que não aparentava ter mais de quinze anos, contudo, ele sabia muito bem qual sua real idade.

- Conte-me tudo, minha querida Jane – a vampira ergue a mão ao mestre, que a pega e rapidamente vê suas memórias. Quando termina, solta a mão dela e fica pensativo.

- Ela é humana? – questiona.

- Completamente. Sentimos o cheiro a distância.

- Hum... talvez tenhamos que fazer uma pequena visitinha ao meu velho amigo Carlisle e sua família – Jane sorri e assente.

- Excelente ideia, mestre. Comunicarei aos outros.

- Sim, faça isso – Jane se afasta e Aro volta a fitar a lua.

What a wonderful world.


Os Cullen são surpreendidos no momento em que Alice derruba uma tigela de cereais com leite.

- Alice? O que houve? – questiona Edward que segurava a pequena humana em seu colo.

- Eles estão aqui. Os Volturi, juntamente com Caius, Marcus e Aro – Carlisle se aproxima de Alice, tenso.

- Onde, Alice?

- Na campina. Estão esperando por nós.

- Vieram por ela, como previmos – diz Carlisle e Esme pega a garota no colo.

- Eles não podem levá-la, ela não é uma ameaça.

- Vamos. Os Volturi odeiam esperar. E quem sabe, possamos convencê-los de que ela é inofensiva.


Os Cullen ficam diante dos Volturi, a criança humana nos braços de Esme, seu rosto escondido da visão dos outros.

- Ah, Carlisle, quanto tempo! – exclama Aro como se tivesse ido ali apenas para matar a saudade de um velho amigo.

- Verdade Aro, mas você não veio até aqui só para me ver – um leve sorriso maléfico surge nos lábios do líder dos Volturi.

- Não, claro que não. Soubemos que vocês quebraram uma das regras: adotaram uma criança humana. Vejo essa... coisa nos braços de sua esposa, Esme.

- Ela é apenas uma criança pequena, totalmente inofensiva a nossa espécie.

- É mesmo? Crianças crescem, percebem como são as coisas, contam a outras suas suspeitas e segredos e então, todo o mundo estará atrás de nós.

- Pra alguém tão poderoso, me surpreende que esteja com medo de um simples bebê humano – comenta Emmett e Aro volta sua atenção para ele.

- Regras são regras e ninguém tem o direito de quebrá-las.

- Podem abrir uma exceção – tenta Esme.

- Minha querida, se abríssemos exceções, quem nos respeitaria?

- Aro, por favor, sabe que pode confiar em mim. Deixe-nos cuidar da criança. Ela jamais compartilhará nosso segredo.

- Alec – diz Aro lentamente e o irmão gêmeo de Jane cega os sentidos de todos – Felix.

Em questão de segundos e sem qualquer resistência, Felix vai até Esme e arranca a garota de seus braços, caminhando de volta para Aro. Após isso, Alec devolve os sentidos de todos, mas os mantém imóveis. Uma tocha surge nas mãos de Caius.

- Aro, por favor, não – implora Carlisle, mas Aro não lhe dá ouvidos.

- Felix, dê-me a criança – ordena Aro e Felix o faz.

É nesse momento que Aro comete o maior erro de sua eternidade: ele decide olhar o rosto da criança. Nem mesmo um imprinting alguma vez já havia sido tão intenso quanto o que assolou o coração de gelo do vampiro. Os olhos verdes da garota invadem os seus e é como se cada célula do corpo do líder Volturi desejasse aquela pequena criatura desprezível e humana, como se tudo o que Aro achava belo agora fosse insignificante. A pequena mãozinha gorducha da garota toca a lateral do rosto do Volturi e o medo – verdadeiro medo – surge em seus olhos.

Em fração de segundos sua mente é invadida por imagens: uma garota em um de seus salões no palácio lutando contra vampiros e sendo quase tão forte e rápida quanto eles, mesmo sendo humana. Uma moça lendo um livro à luz de candelabros tarde da noite. O olhar apaixonado de uma jovem direcionado a si enquanto ela estava em cima dele.

Aro se afasta do toque da garota como se houvesse sido eletrocutado. Ele olha mais uma vez para a criança, um misto de horror e assombro.

- Mas o que diabos é esta garota? – Aro se pergunta.

- Aro? Vamos, mate-a – diz Caius impaciente como sempre. Quando Aro desvia os olhos da criança (com grande relutância), seu olhar encontra o de Marcus que apenas confirma com a cabeça, os olhos dizendo tudo.

- Irmão, não podemos matá-la – diz Aro e o loiro se enfurece.

- Está pensando em deixar a garota com os Cullen? Está ficando compassivo, irmão?

- Precisamos da garota. Ela irá conosco.

- Impossível! – Aro então se movimenta mais rápido do que o piscar de olhos e para de frente para o irmão, quase o matando com seu olhar.

- Ousa questionar minhas ordens, Caius? – Aro estava furioso e Caius sabia muito bem que jamais deveria contrariar seu líder, principalmente quando estava furioso daquela forma.

- Não, irmão.

- Ótimo. Vamos, temos uma longa viagem pela frente.

- Aro! – chama Alice – Não pode levá-la!

- Não se preocupe, não irei matá-la. Mas ela virá conosco, sem discussões. Ou matarei cada um de vocês por isso.

Como ninguém mais protestou, Aro disparou para longe da campina, sendo seguido alguns segundos depois pelos outros. 

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