Conversation (Aro Volturi)

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               Eu estava deitada no sofá da minha biblioteca. Aro estava de pé e andava por ali olhando as lombadas dos livros, desinteressado. Tomo um pouco de água e controlo a vontade de tossir, que ainda me perseguia. Adoecer é uma droga. Mais um ponto nos "prós" de se tornar vampira: você nunca adoece.

Sou tirada de meus devaneios entre prós e contras da imortalidade quando Aro me pega nos braços e se senta no sofá, mas não me solta, apenas me ajeita para que eu fique o mais confortável possível encostada em seu peito de mármore. Ele pega a minha mão e a segura por alguns minutos, até que a solta, chateado.

- Deve ser estranho não poder descobrir tudo o que você quiser apenas segurando a minha mão – eu sorrio e ele toca minha têmpora com a ponta do dedo indicador.

- É frustrante, mas sei que você não mentiria pra mim, certo?

- Jamais.

- Ótimo. Porque há coisas que eu quero saber.

- O que quer saber?

- Há quanto tempo conhece os Cullen?

- Desde a minha infância. Eu literalmente cresci na companhia deles.

- E há quanto tempo sabe sobre a nossa espécie? – ele beija o topo da minha cabeça e eu fico arrepiada. Diabos, qualquer coisa que ele faz me deixa sem ar...

- Hum? – eu havia ficado desnorteada e ouço uma risadinha do Aro.

- Você se distrai muito fácil, querida.

- E a culpa é de quem? – ele beija minha testa.

- Certo, não vou distraí-la.

- Por enquanto.

- Está bem, por enquanto. Voltando a minha pergunta, há quanto tempo sabe sobre a nossa espécie?

- Meus pais me contaram quando eu fiz treze anos depois de consultarem os Cullen sobre isso. Eu havia perguntado porquê todos envelheciam, enquanto eles pareciam continuar da mesma forma. Então uma tarde meus pais me contaram, me disseram para não ter medo pois eles eram... diferentes dos vampiros das histórias que eu tinha lido e que eu jamais deveria falar sobre isso com alguém, ou vampiros bem maus viriam e matariam a todos nós. – Aro solta sua risada escandalosa quando eu disse "vampiros bem maus".

- "Vampiros bem maus?" – ele continuava sorrindo.

- Foi só isso o que me disseram – ele ri mais uma vez. – Acabou que mesmo não contando a ninguém nossos caminhos se cruzaram com Os Volturi.

- E isso é ruim?

- É ótimo – digo acariciando a mão dele. Depois de alguns minutos em silêncio, ele quebra o mesmo.

- E você jamais contou a alguém.

- Não. Mesmo que eu fizesse, ninguém acreditaria em mim. Fora que eu não queria pagar pra ver se todos seriam realmente mortos – Aro apoia o nariz no meu cabelo, sua respiração atinge meu couro cabeludo e meus braços se arrepiam. Que vergonha, quando é que eu vou parar de ficar assim?

- Teria sido interessante se você tivesse contado. Eu teria que vir pessoalmente eliminar a ameaça e encontraria você muito mais rápido – a cada palavra proferida por ele, seu hálito gélido atingia meu couro cabeludo, me deixando zonza. Tento me concentrar para formular uma frase. A proximidade dele e o cheiro doce e único deixavam meu cérebro praticamente em ponto-morto.

- Mas aí... mas aí... – eu forço meu cérebro a funcionar. – Mas aí você teria que matar a todos, incluindo a mim. Não poderia abrir exceções – ele se afasta do meu cabelo e aproxima o rosto da lateral do meu, seu nariz fazendo um caminho no meu rosto e eu esqueço até como se respira.

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