- Brian, querido, está pronto? – questiona minha mãe batendo na porta do meu quarto. Claude, meu criado, pega minha caixa de abotoaduras e a abre na minha frente.
- Um momento, mãe – falo um pouco mais alto para que ela escute. Eu me viro para Claude – As de ouro com o brasão da família.
- Sim senhor – ele coloca a caixa em seu lugar e pega as abotoaduras, as colocando em minha camisa. Me olho no grande espelho do quarto, admirando o belo fraque de veludo vermelho longo, a calda tocando o começo das minhas panturrilhas.
- Perfeito – digo – Obrigado, Claude.
- Disponha, senhor – eu saio do quarto e desço as escadas, encontrando minha mãe sentada no sofá da sala. Ela fica de pé e me admira.
- A cada festa você fica ainda mais bonito – ela sorri e estende o braço para mim, que o enlaço no meu enquanto saímos de casa na direção da carruagem.
- Obrigado, a senhora também está deslumbrante – ela usava um longo vestido azul ciano que realçava seus longos cabelos loiros e olhos azuis. Entramos na carruagem negra como o breu e a porta é fechada por Willian, o cocheiro. Ficamos em silêncio por vários minutos, minha atenção na estrada do lado de fora da janela.
- Brian? – minha mãe me chama e eu a encaro.
- Hum?
- Você ficou... conheceu alguém interessante nesta sua última viagem? – questiona ela e eu sorrio.
- Mãe, eu não fui conhecer pessoas, eu fui a trabalho.
- Eu sei! Mas... já faz algum tempo que você ficou com alguém.
- Achei que preferiria assim – respondo erguendo uma das sobrancelhas.
- Eu prefiro o que te faz feliz – o cocheiro passa pelos portões da mansão de lady Juliet, onde estava havendo o baile.
- Eu estou feliz solteiro, mãe. Não se preocupe – o cocheiro abre a porta para nós e eu saio, sendo seguido por minha mãe. Entro de braços dados com ela e rapidamente vejo os olhares se voltarem para nós e começarem os cochichos.
- Você e sua mania de parar os bailes – eu sorrio fazendo várias moças ficarem com os rostos vermelhos. Passo por uma bela moça e a cumprimento com um aceno de cabeça, a fazendo enrubescer.
- Vivienne! Brian! – lady Juliet, uma senhora de cinquenta e três anos com cabelos brancos presos no topo da cabeça em um penteado complexo, caminha até nós. Ela abraça minha mãe, dando dois beijinhos em sua face e logo após repete o movimento comigo.
- Lady Juliet – digo quando me afasto. Ela me olha de cima a baixo.
- A cada dia que passa, fica ainda mais lindo, meu querido Brian! – eu sorrio.
- Digo o mesmo da senhora, milady.
- Ah, chega de formalidades. Não sabia que viria a minha pequena reunião, quando chegou de viagem?
- Hoje pela manhã.
- E como foi?
- Diferente. Os italianos são definitivamente muito diferentes de nós – ela sorri.
- Concordo plenamente. E não tão bonitos, eu suponho, já que não veio com acompanhante – eu rio.
- Com toda a certeza não, lady Juliet.
- Vivienne, venha! Preciso lhe contar as novas! Brian querido, fique a vontade – a anfitriã se afasta com o braço enlaçado no da minha mãe e caminho lentamente pelo enorme salão, olhando ao redor. Um garçom passa com uma taça de vinho e eu a pego, dando pequenos goles de vez em quando.
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A Short Histories
FanfictionPequenas histórias (algumas nem tão pequenas assim) feitas por mim, mais no intuito de mantê-las em um local seguro e não perdê-las um dia.