Você não faz ideia de que é minha obsessão? Sonhei com você quase todas as noites essa semana — Arctic Monkeys, Do I Wanna Know?
Ayleen
Não sei por que me sinto tão incomodada com a pergunta que a menina do meu lado fez "você é solteiro?" Por que ele não respondeu? Ok, por que eu me importo com isso?
Deixa de ser ridícula, Ayleen!
Vou pôr a culpa na beleza exagerada dele. Claro, porque é exatamente isso.
Não estou com muita vontade de participar da festa de boas-vindas, por isso resolvo passear pelo campus.
Passo pelo gramado desviando de outros estudantes. Não quero levar um banho de bebida.
Mas todo o esforço é em vão quando um copo voador atinge bem na minha cabeça. É sério isso?
Sinto o líquido escorrendo da minha cabeça para o meu rosto. O cheiro de vodca com energético atinge ao meu olfato.
Que tipo de idiota arremessa um copo cheio em outra pessoa?
Olho ao meu redor e não tem ninguém aparentemente suspeito. Ah, pronto! O copo criou assas e voou em minha cabeça por vontade própria.
O pior é ter que encarar o ônibus de volta para casa com esse cheiro de bebida. Uma hora até eu chegar em casa.
Só crescem os motivos de eu querer morar por perto. Eu nem sei onde fica o banheiro.
Furiosa, sigo com passos pesados sem fazer contato visual com ninguém. Só olho para frente ignorando todo o resto.
Caos no primeiro dia, literalmente.
Primeiro, o Victor;
Segundo, o Victor;
Terceiro, o copo voador.
Estou quase chegando em um dos prédios, quando alguém bloqueia o meu caminho. Eu ficaria mais nervosa, se não estivesse no meu limite.
— O que aconteceu com você?
É claro, eu tenho um ímã atraindo este homem.
— Um copo atingiu a minha cabeça — respondo, secamente.
Victor me inspeciona da cabeça aos pés. De um jeito tão intenso que me pergunto se estou realmente vestida.
— Não se machucou?— cheio de audácia, tira um lenço do seu bolso interno e enxuga a minha testa.
Meu estômago dá uma cambalhota e depois volta para o lugar. Eu tô bem.
—...Não — murmuro.
Victor desce suas írises azuis e fita os meus olhos castanhos. Suas mãos se demoram um pouco além do necessário pelo meu rosto.
Sempre é assim. Ele me faz esquecer de tudo o que está ao meu redor. Um ótimo mágico fazendo o seu truque.
Limpo a garganta, nos trazendo para a realidade.
— Achei que você já tivesse ido embora — elevo minha mão esquerda e toco de raspão na sua ao pegar o lenço e terminar de me secar por conta própria.
Malditos arrepios inconvenientes.
Ele encara nossas mãos juntas e depois abaixa a sua. — Eu já tô de saída. Este é o prédio administrativo, estava resolvendo as últimas questões a respeito do estágio — se justifica.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Declínio
Romance⚠️NÃO RECOMENDADO PARA MENORES 🔞⚠️ O QUE VOCÊ FARIA POR AMOR? Alçada pelo desespero, a jovem Ayleen se vê nas mãos do destino. Sua vida se resume em cuidar de sua mãe doente e trabalhar incansavelmente em tudo o que for possível, ela se encontra, d...