⚭Epílogo

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Ayleen

— Senhora Agostini! — Amanda vem correndo em minha direção.

Olho para a minha secretária e rapidamente sei que tem alguma coisa errada.

— O que aconteceu?

— Ligaram da escola, parece que o Pedro caiu do parquinho e ele precisou ser levado para emergência — me levanto em um impulso.

Por que o meu filho mais novo tem que ser tão atentado?

— Cancela a reunião da tarde com aquele fornecedor — estalo os dedos tentando lembrar o nome, mas acabo desistindo — você sabe o nome, não é?

— Sei, sim.

Corro até o meu carro e faço uma chamada para o Victor. Ele atende no primeiro toque.

— Já tá com saudade de mim? — pergunta em um tom brincalhão.

— Não querendo jogar um balde de água fria na sua alegria, mas o Pedro foi parar na emergência, mais uma vez — enfatizo a última frase.

— Quer que eu vá te encontrar? — seu tom se altera. O modo pai preocupado se ativa.

— Não, só pega a Cristina na escola, ela deve ter ficado preocupada com o irmão.

— Tudo bem, vou agora mesmo.

Desligo a chamada e enfrento o trânsito calmo. Alguma coisa precisa estar calma.

Quando chego até o hospital, corro para recepção e dou o nome do meu filho.

— Pedro Dutra Agostini.

— Ele tá na ala infantil. A senhora precisa... — a atendente me informa, porém, não precisa me falar o caminho pois já sei de cor.

— Obrigada, eu sei onde é — agradeço e ando em passos largo até lá.

Meu filho de 6 anos balança as pernas sobre a maca. Seu queixo está com um curativo pequeno e ele tem um pirulito verde na mão.

— Mãe! — todo o seu rostinho se ilumina quando me vê.

— Meu filho, de novo aqui? O que aconteceu dessa vez? — o médico ajuda-o a descer da maca.

— Senhora Agostini, o Pedro caiu do escorregador e acabou machucando o queixo. Foi um corte um pouco profundo, por isso precisei dar dois pontos. Vou receitar um anti-inflamatório e um remédio pra dor, caso ele sinta. Mas seu filho é um menino forte e saudável; logo, logo vai estar novinho em folha.

— Obrigada, doutor, mais uma vez. Vem, meu filho.

A mini versão do Victor segura a minha mão e saímos do consultório. Sua cabeça está baixa e ele não fala nada até chegarmos ao carro. Ajeito-o sobre o assento elevado e vou para o banco do motorista.

— Mãe, eu só causo problema, né? — sua pergunta me surpreende e me deixa abalada.

— De onde você tirou isso, meu amor? — Viro-me para ele.

— É que eu sempre me machuco e a Cristina, não. Só eu venho pro médico. Aí, eu acho que você e o meu pai estão cansados por causa de mim — esfrega os olhos para disfarçar o choro.

— Olha pra mim — aguardo até ter sua atenção. — Você e a sua irmã são a minha maior felicidade. Eu fico triste quando você se machuca porque não quero que sofra. Mas se machucar faz parte da infância, meu amor. Eu não te amo menos por causa disso. Só quero que tenha mais cuidado. Pode ser?

Ele fica mais animado e balança a cabeça. Com o humor recuperado, tira a embalagem do pirulito e começa a me contar como foi o seu dia.

Victor já está em casa quando chegamos. Ele escaneia o filho de cima abaixo até encontrar o que tem de errado.

— Mãe! — Cristina, de 8 anos, corre de braços abertos para me abraçar e depois vai para o irmão. Ela é uma boa mistura de nós dois. Os olhos são definitivamente do pai.

— Pai, olha. Eu machuquei o queixo — Pedro aponta para o local.

— Você tem que ter mais cuidado, meu filho — Victor pega o menino no colo e fiscaliza o curativo de perto. — Vai melhorar rapidinho — abaixa o nosso filho que só acena diversas vezes.

— Posso ir brincar com a Cris? — sua irmã mais velha espera ansiosamente.

— Acho que vocês deveriam ir tomar banho primeiro — aviso.

— Tá bom — respondem ao mesmo tempo e cada um corre para um canto.

Enquanto observo as crianças, sinto os seus braços me cercando. Viro-me de frente para ele e seguro sua cintura.

— Cansada?

— Sempre — descanso minha cabeça no seu peito.

— Como estão as coisas na editora?

— Tive que cancelar uma reunião, mas tá tudo bem.

— Tem certeza de que não quer fazer um sociedade comigo? — e voltamos ao mesmo assunto.

— Você tem o seu trabalho e eu tenho o meu. Eu consegui sozinha e quero continuar crescendo com as minhas próprias pernas — beijo o seu peito.

— Tudo bem. Tenho orgulho de você — Victor retribui o meu gesto com um beijo na minha cabeça — obrigado por me dar uma família incrível que eu tanto amo.

Solto um sorriso.

— Eu que agradeço você por me dar uma família que eu tanto amo.

Victor

Observo a minha linda esposa colocando os nossos filhos para dormir. As crianças decidiram compartilhar o quarto e Ayleen acabou de prepará-los para cama. Ela não sabe que a admiro de longe, com o coração cheio de orgulho. Agora eu posso dizer que tenho tudo o que preciso. Sou um homem completo. Não poderia pedir um presente melhor.

Fim

É sempre muito difícil terminar uma história

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É sempre muito difícil terminar uma história. 100% das vezes fica aquela incerteza de que realmente tá bom... 

E agora eu me despeço do meu casal sofredor ❤ (Eu odeio despedidas 😭)

Agradeço a todos que leram, votaram e compartilharam esta história. Foi muito e está sendo incrível ver o crescimento do meu bebê. Só queria dizer que vocês são demais e já peço desculpas se decepcionei alguém. Juro que tentei o meu melhor.

Mas, como eu não consigo parar de escrever, vai ter novidade por aí. Me aguardem 😏🍸

Aguardo vocês em um futuro muito próximo ❤

Se você ainda não me segue, sinta-se à vontade pra me seguir. Lembrando que temos um grupo no wpp... Acho que é só isso.

OBRIGADA, OBRIGADA E MAIS UM POUQUINHO DE OBRIGADA

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